Quando você dá “bom dia” a alguém está usando a cibernética, sabia? Não, não precisa correr para o espelho mais próximo para checar se não foi transformado em uma entidade robótica, feita de plástico e alumínio reciclados, com uma CPU “made in China” no lugar do coração.
Você é você mesmo, mais uma alma lutadora nessa barafunda humana que é o planetinha azul. Na verdade, a cibernética é a ciência que estuda como seres vivos e sistemas complexos utilizam a informação e os padrões aplicados a ela para gerar resultados válidos, que podem realimentar o sistema estudado. Nesse caso, informação pode significar um conjunto de palavras, de instruções de máquina ou de impulsos elétricos.
Em 1948, o matemático estadunidense Norbert Wiener, com seus colaboradores da Universidade de Colúmbia, publicou o livro “Cibernética: ou o Controle e a Comunicação no Animal e na Máquina”, criando o conceito matemático que deu início aos sistemas computadorizados. É a base da informática e da Inteligência Artificial de hoje. Cibernética vem do grego “kybernetes”, que significa piloto, comandante. “Sua abordagem inicial favoreceu o surgimento de outras ciências, cibernéticas por natureza, como a Ciência Cognitiva, a Inteligência Artificial, a Robótica e a Informática… as ideias originais propostas continuaram a emergir, ocasionando novos conceitos e aplicações.“ – Scielo Brasil.
Esse conceito parte da observação do comportamento animal, para aplicá-lo no comportamento de impulsos elétricos coordenados e direcionados, o que é a base da computação eletrônica. Explico. A teoria cibernética prevê um estímulo (input) dentro de um sistema equilibrado, com regras compatíveis a essa informação e sistema, que provoca uma determinada resposta (feedback) que realimenta o sistema, podendo renová-lo ou cessá-lo. Quando você diz “bom dia” para alguém, está utilizando uma linguagem falada por seu grupamento humano, no caso aqueles que falam português. A entonação da sua voz mostrará se é “bom dia” amistoso, alegre ou triste. O “feedback” virá com processamento feito pelo receptor da mensagem e poderá ser outro “bom dia” amistoso, alegre ou triste. Ou poderá ser “bom dia, por quê?”. Típico de chefes em dias de unha encravada. Você decidirá o que fazer a seguir, se começa um bate-papo sobre coisa nenhuma enquanto vai pegar um café na copa do escritório, ou sai rapidinho em direção à sua estação de trabalho. De qualquer forma, seu sistema de comunicação iniciou o processo cibernético, recebeu o “feedback” que determinou o seu passo seguinte. Basicamente isso.
Parece óbvio e simplório, não é? Errado. É o mesmo modelo que pode descrever nossa vida orgânica. Você extrai oxigênio do ar, iniciando todo o processo para conseguir a energia necessária para que seu corpo possa realizar todos os seus processos orgânicos normais e cotidianos. Falar, pensar, ouvir, caminhar, contar lorotas, tudo. No fim de cada ciclo de inspirar/expirar o sistema reinicia o processo. E o cérebro é quem controla tudo isso, processando os dados e fórmulas e enviando respostas em impulsos elétricos através dos nervos para que todos os sistemas corporais funcionem a contento. Tudo está programado lá, na sua cachola, e é processado por suas redes neurais formadas por seus neurônios.
As Inteligências Artificiais mimetizam os processos realizados pelo cérebro. Por exemplo, hoje em dia a computação por IA proporciona um nível semelhante ao da fala humana, podendo reconhecer padrões de entonação de voz e ligeiras variações de velocidade na fala. Em coisa de minutos pode clonar sua voz e falar até melhor que você mesmo. Cria meta mundos fictícios e são capazes de conversar com um humano como se fossem um consultor espiritual.
A IA utiliza linguagens de programação como Python, Java e C + +, conhecidas há muito tempo. Isto ajudou na sua rápida disseminação. Sem regulamentação o surgimento desordenado de milhões de aplicativos mundo afora, foi facilitada com processadores, placas de vídeo e áudio ultra rápidos com preços acessíveis. O que já começa a preocupar. A coisa está batendo no calcanhar. Para subir mais, é rapidão…Prestenção!!!

