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Elisabete Arrabaça nega crimes em novo depoimento

Mãe e filho foram ouvidos em novos depoimentos sobre as mortes de Nathália e Larissa (Arquivo pessoal)

A Polícia Civil de Ribeirão Preto colheu nesta quarta-feira (25) novos depoimentos no inquérito que investiga a morte de Nathalia Garnica, de 42 anos, e de sua cunhada, Larissa Rodrigues, de 37. Ambas morreram por envenenamento. A principal suspeita, Elizabete Arrabaça, mãe de Nathalia e sogra de Larissa, foi interrogada por videoconferência, diretamente da penitenciária de Mogi Guaçu, onde está presa preventivamente.

O delegado responsável pelo caso, Fernando Bravo, conduz as investigações que envolvem suspeitas de feminicídio e uso de veneno conhecido como “chumbinho” para causar as mortes. O filho de Elizabete, o médico Luiz Antonio Garnica, também é investigado e deverá prestar novo depoimento ainda nesta semana. Ele era casado com Larissa, cuja morte também teria sido precedida por um pedido de divórcio e pela descoberta de uma traição conjugal.

Depoimento da suspeita

Durante o interrogatório, Elizabete negou qualquer envolvimento nas mortes. Em sua versão, afirmou ter se deslocado até a casa da filha Nathalia porque ela estaria com dengue. Disse ainda que ouviu a filha engasgar e que a encontrou desfalecida posteriormente. Também negou ter realizado pesquisas relacionadas a pensões ou seguros em nome da filha, embora tenha sido identificada como única beneficiária de uma previdência privada de Nathalia.

O advogado de defesa, Bruno Corrêa, reforçou que Elizabete enfrenta problemas de saúde e solicitou, novamente, a conversão da prisão preventiva em domiciliar, pedido já negado anteriormente pela Justiça.

Depoimentos reforçam suspeitas

Em novo depoimento, Eveline Arrabaça, irmã de Elizabete, declarou que temia ser a próxima vítima. Segundo ela, a suspeita teria se aproximado com insistência após a morte do pai delas, tentando vender a parte da herança e convidando-a repetidamente para tomar chá em seu apartamento. “Agora, passando por tudo isso, acho que eu seria a próxima vítima”, afirmou.

Ela também mencionou um vídeo enviado por Elizabete que mostrava a cadela de Nathalia agonizando. A frieza da mensagem, segundo Eveline, chamou a atenção. A suspeita foi questionada pela polícia sobre o vídeo, mas negou autoria.

Outro depoimento relevante foi o do ex-marido de Elizabete, Antônio Garnica, ex-prefeito de Pontal e pai de Luiz Garnica. Ele relatou que Elizabete teria contratado um seguro de vida em seu nome sem seu consentimento na época em que ainda eram casados. A defesa de Luiz Garnica, representada pelo advogado Julio Mossin, afirmou que o relato reforça o padrão de comportamento da suspeita.

Antônio também mencionou o caso de uma amiga de Elizabete que morreu por causas naturais um dia após visitá-la. Segundo a testemunha, Elizabete devia dinheiro à mulher.

Situação financeira e motivação investigada

A filha de Elizabete e irmã de Luiz, Viviane Garnica, prestou depoimento nesta terça-feira (24) e informou que a mãe acumulava dívidas superiores a R$ 320 mil, principalmente em financiamentos. A motivação financeira, aliada a eventuais conflitos familiares, é considerada uma das principais linhas de investigação.

Conclusões preliminares da perícia

O laudo toxicológico das vítimas confirmou o uso de carbamato, substância altamente tóxica presente no “chumbinho”. Larissa morreu em março deste ano, e Nathalia, em fevereiro. Diante da semelhança dos casos, o corpo de Nathalia foi exumado e os exames indicaram que ela também foi envenenada.

Ambas estão sepultadas no mesmo túmulo, em Pontal (SP).

Ação penal em curso

O Ministério Público de São Paulo informou que uma denúncia por feminicídio deve ser formalizada nos próximos dias contra Elizabete e Luiz Garnica. O promotor responsável pelo caso, Marcus Túlio Nicolino, afirmou que há elementos suficientes para judicializar o caso, considerando o histórico de conflitos, a motivação financeira e os indícios de premeditação.

Luiz Garnica também prestou depoimento

O médico Luiz Garnica prestou novo depoimento nesta quarta-feira (25) e voltou a negar qualquer envolvimento nas mortes da esposa, Larissa, e da própria irmã. Ele afirmou acreditar que seria mais uma vítima da própria mãe, Elisabete, movida por desespero financeiro e com dívidas que ultrapassariam R$ 320 mil, decorrentes de um vício em jogos. Garnica também explicou que apagou mensagens do celular porque se tratavam de conversas íntimas entre ele e Larissa, e reafirmou que Elisabete possuía uma cópia das chaves do apartamento onde o casal residia.

As defesas de ambos os acusados negam qualquer envolvimento nos crimes e aguardam a análise de pedidos judiciais que visam a revogação das prisões preventivas.
O caso está em fase de investigação. Todas as pessoas citadas têm o direito à presunção de inocência até decisão judicial definitiva.

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