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Economia

Energia pesa e IPCA fecha a 0,26%

Resultado é o mais baixo para mês desde 2003, quando fechou em 0,23%; sobe 2,75% no ano e 5,32% em doze meses (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) desacelerou de 0,43% em abril para 0,26% em maio, a terceira queda seguida após altas de 0,56% em março, 1,31% em fevereiro, 0,16% em janeiro, 0,52% em dezembro, 0,39% em novembro, de 0,56% em outubro e 0,44% em setembro. Havia fechado o quinto mês de 2024 em 0,46%.

A alta de 0,26% é o resultado mais brando desde janeiro, quando havia subido 0,16%. Considerando apenas meses de maio, o resultado foi o mais baixo desde 2023, quando houve elevação de 0,23%. Como consequência, a taxa acumulada em doze meses arrefeceu após três meses seguidos de avanços, passando de 5,53% até abril para 5,32% até o mês passado.

É a menor taxa desde fevereiro deste ano, quando estava em 5,06%, mas 0,82 ponto percentual acima do teto da meta, de 4,50%. A inflação acumulada nos cinco primeiros meses é de 2,75%, ante 2,48% até abril. Era de 2,27% no mesmo período do ano passado. Os números oficiais da inflação foram divulgados nesta terça-feira, 10 de junho, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Habitação – O grupo Habitação apresentou o maior impacto na taxa de inflação, acelerando de 0,14% em abril para alta de preços de 1,19% em maio, influenciada principalmente pelo aumento da energia elétrica residencial, que subiu 3,62% após queda de 0,08% no mês anterior.

Em maio vigorou a bandeira tarifária amarela, com custo adicional de R$ 1,885 a cada 100 quilowatts-hora (kW/h) consumidos. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) já anunciou  a vermelha patamar 1 para junho, com custo adicional de R$ 4,463 a cada 100 kW/h.

Também houve aumento nos custos do gás encanado (0,25%) e da taxa de água e esgoto (0,77%). Por outro lado, a deflação de 0,37% nos Transportes e a perda de ritmo da inflação da Alimentação e bebidas (que passou de 0,82% em abril para 0,17% em maio) colaboraram para o recuo da inflação oficial no mês.

A inflação de serviços – usada como termômetro de pressões de demanda sobre os preços – passou de um aumento de 0,20% em abril para uma alta de 0,18% em maio. Os preços de itens monitorados pelo governo saíram de uma elevação de 0,35% em abril para uma alta de 0,70% em maio.

No acumulado em doze meses, a inflação de serviços passou de 6,03% em abril para 5,80% em maio. A inflação de monitorados em doze meses saiu de 4,71% em abril para 4,86% em maio.

Itens – A queda de 11,31% nas passagens aéreas exerceu a maior contribuição negativa individual sobre a inflação de maio, impacto de -0,06 ponto percentual para a taxa de 0,26%. Figuraram ainda no ranking de principais alívios sobre o IPCA de maio o tomate (-0,05 ponto percentual), arroz (-0,03 p.p.), gasolina (-0,03 p.p.) e ovo de galinha (-0,01 p.p.).

Na direção oposta, a principal pressão partiu da energia elétrica residencial, com alta de 3,62% e influência de 0,14 ponto percentual. Houve contribuições positivas também do café moído (0,03 ponto), batata inglesa (0,02 ponto percentual), plano de saúde (0,02 p.p.), refeição fora de casa (0,02 ponto), cebola (0,01 p.p.) e taxa de água e esgoto (0,01 p.p.).

Difusão – O índice de difusão do IPCA, que mostra o percentual de itens com aumentos de preços, passou de 67% em abril para 60% em maio, segundo o IBGE. A difusão de itens alimentícios saiu de 70% em abril para 60% em maio. Já a difusão de itens não alimentícios passou de 64% em abril para 60% em maio.

Grupos Dois dos nove grupos que integram o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo registraram deflação em maio. Os recuos ocorreram em Transportes (queda de 0,37%, impacto de -0,08 ponto percentual) e Artigos de residência (-0,27%, impacto de -0,01 p.p.).

Na direção oposta, os preços subiram em Habitação (aumento de 1,19%, impacto de 0,18 ponto), Educação (0,05%, sem impacto), Alimentação e bebidas (0,17%, impacto de 0,04 p.p.), Despesas pessoais (0,35%, impacto de 0,04 p.p.), Saúde e cuidados pessoais (0,54%, impacto de 0,07 p.p.), Comunicação (0,07%, sem impacto) e Vestuário (0,41%, impacto de 0,02 p.p.).

IPCA de 2024 – A inflação oficial do país fechou o ano passado em 4,83%, contra,alta de 62% em 2023, elevação de 5,79% em 2022, aumento de 10,06% em 2021 e 4,52% em 2020, segundo o IBGE. A maior variação mensal do IPCA foi em março de 1990 (82,39%), enquanto a menor, em julho de 2022 (-0,68%).

A inflação por grupos
A
limentação Os gastos das famílias brasileiras com itens de Alimentação e Bebidas aumentaram 0,17% em maio, após alta de 0,82% em abril. O grupo deu uma contribuição positiva de 0,04 ponto percentual.  A alimentação no domicílio teve alta de 0,02% em maio, após ter avançado 0,83% no mês anterior.  A alimentação fora do domicílio subiu 0,58%, ante alta de 0,80% em abril.

O lanche subiu 0,50% (contra 1,38% do mês anterior), enquanto a refeição fora de casa avançou 0,59% (ante alta de 0,48% em abril). Os principais responsáveis pelo recuo da taxa de inflação foram as quedas de preços do tomate (-13,52%, após alta de 14,32%), do arroz (-4%, ante queda de 4,19% em abril), do ovo de galinha (-3,98%, caiu 1,29% no mês anterior) e das frutas (-1,67%, recuo de 0,59% em abril).


Transportes Em Transportes (que tiveram deflação de 0,38% em abril), houve queda de preços de passagens aéreas (-11,31%, contra recuo de 14,15% no mês anterior). Os preços de combustíveis tiveram queda de 0,72% em maio, ante deflação de 0,45% em abril. Caíram os preços da gasolina (-0,66%, após baixa de 0,35%), óleo diesel (-1,30%, ante baixa de 1,27%), etanol (-0,91%, contra deflação de 0,82%) e gás veicular (-0,83%, havia caído 0,91%).

Saúde –
O grupo Saúde e cuidados pessoais saiu de avanço de 1,18% em abril para alta de 0,54% em maio, dentro do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo. Contribuiu com 0,07 ponto percentual para a taxa de 0,26% do IPCA do último mês.

O resultado foi impulsionado pelo aumento de 0,69% nos produtos farmacêuticos, após a autorização do reajuste de até 5,09% nos preços dos medicamentos, a partir de 31 de março. Houve influência também no grupo do avanço de 0,57% no plano de saúde, de acordo com o IBGE.

INPC – O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) teve alta de 0,35% em maio, após elevação de 0,48% em abril. Com o resultado, acumula alta de 2,85% no ano. A taxa em doze meses mostrou alta de 5,20%, ante 5,32% até o mês anterior. O INPC mede a variação dos preços para as famílias com renda de um a cinco salários mínimos e chefiadas por assalariados.


INCC –
O Índice Nacional da Construção Civil (INCC/Sinapi) subiu 0,43% em maio. O resultado sucede avanço de 0,46% em abril. No ano, o índice acumula alta de 2,00%. A taxa acumulada em doze meses é de 5,01%, ante taxa de 4,74% até abril. Segundo o IBGE, o custo nacional da construção foi de R$ 1 826,53 por metro quadrado em maio. A parcela dos materiais teve alta de 0,51%, enquanto o custo da mão de obra subiu 0,33%

 

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