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Esquema pagava R$ 50 por sangue de gato



Divulgação/GCM 
Cinco gatos já estavam anestesiados e um deles precisou ser levado para clínica especializada: fêmea foi diagnosticada com o aids felina


Cinco gatos estavam anestesiados para retirada de plasma; estudante de veterinária foi preso



Adalberto Luque

Investigação levou a Guarda Civil Municipal e a Secretaria de Meio Ambiente de Monte Alto, na Região Metropolitana de Ribeirão Preto, até a periferia da cidade, numa residência no bairro Monte Belo, onde pessoas operavam um esquema ilegal de coleta de sangue de gatos.

A ocorrência foi registrada no sábado, 4 de outubro. Os agentes chegaram até o endereço após receber mensagem de WhatsApp oferecendo R$ 50 por gato que o dono concordasse em ceder sangue para coleta. Após contatos, a Guarda Civil Municipal e a Secretaria de Meio Ambiente foram até o local.

A dona da casa estava na calçada e entrou rapidamente após perceber a chegada dos agentes. Ao bater na porta, foram atendidos pelo pai dela, que não apenas autorizou a entrada da fiscalização, como também pediu que prendessem todos.

De acordo com o boletim de ocorrência (BO), ele teria dito “podem entrar, porque o que está acontecendo aqui é uma palhaçada, podem prender todo mundo.” Os agentes encontraram cinco pessoas no local, entre eles um estudante de medicina veterinária, dois “assistentes” e duas mulheres.

Uma seria dona dos gatos e a outra seria proprietária da casa onde era feita a coleta. Havia cinco gatos, todos anestesiados.

Um deles estava em estado grave e precisou ser socorrido pela equipe de veterinária da prefeitura de Monte Alto, sendo levado para atendimento emergencial. 

Os gatos anestesiados foram apreendidos e levados para receber atendimento veterinário. As cinco pessoas foram levadas para a delegacia.

Os dois “auxiliares” foram liberados após prestar depoimento. O estudante de veterinária e as duas mulheres foram presos em flagrante. 

O local foi periciado pela Polícia Técnico-Científica e por órgãos de defesa dos animais.

A dona da casa, presa na operação, acreditava ser algo benéfico para outros gatos, por isso teria cedido o local. Vão responder por crimes de maus-tratos animais e outros crimes. 

O estudante de veterinária também vai responder por falsidade ideológica. Eles pagavam R$ 50 por gato doador.

Já o estudante ganhava R$ 300 por dia, além de R$ 100 pagos a cada um dos auxiliares. Em audiência de custódia, a Justiça determinou que as duas mulheres, de 42 e 50 anos, fossem soltas para responder em liberdade. 

Já o estudante de medicina veterinária, de 5 abnos, continua preso para responder pelos crimes informados.

Elas foram identificadas como Cleiton Fernando Torres, Sandra Regina de Oliveira, Ângela Aparecida Alves Ribeiro, Everton Leite Silva e José Luiz de Lima.

Em nota, a Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente informou que recolheu três gatos, e uma fêmea foi diagnosticada com o Vírus da Imunodeficiência Felina (FIV – Feline Immunodeficiency Virus em inglês), doença conhecida como aids felina.

Segundo a pasta, os outros dois animais ainda farão exames, enquanto mais três felinos estão sendo procurados para testes. 

Em nota, a defesa de Cleiton Fernando Torres disse que o cliente é inocente e que, no caso em apuração, “não existe previsão legal que proíba a existência de bancos de sangue para animais nem que criminalize, por si só, a coleta de sangue de cães e gatos quando realizada com finalidade terapêutica”.

Afirmou, ainda, que até o momento não há laudo técnico apontando lesão, morte ou sofrimento específico dos animais. “Reitera-se o respeito ao trabalho das autoridades e a plena colaboração para o esclarecimento dos fatos, sempre sob a presunção constitucional de inocência”, complementou.

Segundo o boletim de ocorrência,

Ângela Ribeiro alega que é dona da casa onde estavam sendo realizados os procedimentos e dos gatos que estavam desacordados. Ela afirmou que havia permitido a coleta de sangue dos animais, sob pretexto de estar ajudando outros gatos que necessitariam de doação de sangue. 

A mulher também ressaltou que não receberia nenhuma quantia financeira para isso.

Everton Leite Silva, José Luiz de Lima e Torres, por sua vez, disseram que trabalhavam como freelancers para uma clínica veterinária de São José do Rio Preto (SP), para fornecimento de sangue de gatos. A versão de Sandra não consta no boletim.

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