Tribuna Ribeirão
Saúde

Estado soma 3,3 mil casos de meningite

Geovana Albuquerque/Agência Saúde De janeiro a julho, cobertura da vacina meningocócica C para menores de um ano foi de 82,6% em São Paulo, inferior ao de 2024, de 91,7%, e abaixo da meta de 95%

Andreza de
Oliveira (AE)

O Estado de São Paulo contabilizou 3.333 casos de meningite entre janeiro e outubro deste ano, segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES-SP). Desses, 407 pacientes vieram a óbito, incluindo crianças.

Cerca de 60% dos registros estão concentrados nas 39 cidades que compõem o Departamento Regional de Saúde Grande São Paulo, um dos 17 do Estado.  Nessa região, foram 2.012 casos confirmados e 243 mortes no período. A secretaria não detalhou as cidades com mais registros, mas informou que está monitorando a situação epidemiológica em conjunto com os municípios.

No mesmo período do ano passado, o Estado somou 3.946 casos e 524 mortes pela doença. Em 2023, no mesmo recorte temporal, foram 5.505 casos confirmados e 442  óbitos. A meningite pode ser causada por fungos, vírus ou bactérias. As formas viral e bacteriana são as mais frequentes no País.  Segundo o infectologista Francisco Ivanildo Oliveira Junior, gerente médico do  Sabará Hospital Infantil, a meningite viral costuma provocar quadros mais leves, com tratamento baseado no controle de sintomas, e hidratação.

Vacina disponível no combate a doença

Na maioria dos casos, a recuperação ocorre em até uma semana. Já a versão bacteriana tende a ser mais grave e exige diagnóstico rápido,  geralmente com internação e punção lombar. Entre as principais bactérias
associadas à doença estão pneumococo, meningococo (tipo C) e Haemophilus
influenzae (tipo B).

O pneumococo (Streptococcus pneumoniae) afeta mais crianças pequenas e
idosos. Já o meningococo (Neisseria meningitidis) acomete principalmente
crianças e adolescentes.  Apesar dos diferentes agentes causadores da doença, os sintomas são
semelhantes em todos os tipos de meningite. Os principais são: febre, dor de
cabeça, vômitos, sonolência, convulsões, alterações visuais e rigidez na nuca.

Em alguns casos, especialmente na meningite meningocócica, também podem
surgir manchas arroxeadas na pele. Em caso de sinais sugestivos da doença, a
secretaria de Saúde orienta procurar atendimento médico imediatamente.

Transmissão – A transmissão depende do tipo de agente causador. Nos casos virais e bacterianos, o contágio geralmente ocorre pelo contato direto com secreções respiratórias ou saliva de pessoas infectadas, como ao tossir,  espirrar, beijar ou compartilhar objetos pessoais, como copos e talheres.

Vacinação – Oliveira Jr. reforça que a vacinação, realizada com imunizantes
que protegem contra os diferentes sorotipos do meningococo (A, B, C, W e Y),
é essencial para prevenir a doença e que o risco aumenta quando há acúmulo
de pessoas não vacinadas.

No Brasil, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) prevê duas doses da vacina meningocócica C, aplicadas aos três e aos cinco meses de idade, e um reforço com a vacina ACWY aos 12 meses. Além disso, crianças de 11 a 14  anos devem receber uma nova dose de meningocócica C ou ACWY.

Existe ainda a vacina meningocócica B, disponível apenas na rede privada. A SES-SP afirma que as vacinas C e ACWY estão disponíveis em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBSs).
De janeiro a julho deste ano, a cobertura da vacina meningocócica C para  menores de um ano foi de 82,6% no Estado de São paulop, índice inferior ao de 2024, de 91,7%, e abaixo da meta de 95%. Já a vacina ACWY atingiu cobertura de 48,1% neste ano, ante 52,1% em 2024.

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