Segundo o edital, o reajuste previsto em contrato trata da correção do valor pela inflação acumulada em doze meses
A prefeitura de Ribeirão Preto publicou, no Diário Oficial do Munícipio (DOM) de terça-feira, 14 de outubro, a primeira rerratificação do contrato com o Consórcio Geasa – Nippon Koei lac, composto pelas empresas Geasa Engenharia, Nippon Koei Lac do Brasil e Techne Engenheiros Consultores, responsável pela realização dos estudos de captação, tratamento e distribuição de água do Rio Pardo.
Segundo o edital, o reajuste previsto em contrato trata da correção do valor pela inflação acumulada em doze meses, desde sua homologação, em 17 de setembro do ano passado, na gestão do então prefeito Duarte Nogueira (na época no PSDB, hoje no PSD). Saltou de R$ 2.599.756,55 para R$ 2.715.852,67. São R$ 116.096,12 a mais, alta de 4,47% Em recente entrevista publicada pelo Tribuna, o secretário de Água e Esgoto de Ribeirão Preto (Saerp), o engenheiro civil José Rui Infante Bonatto, afirmou que o estudo de tratabilidade da água do manancial superficial está em fase inicial.
Entretanto, ressaltou que “a captação de água do Pardo não é uma prioridade nesse momento, o estudo sim, para que possamos entender essa alternativa de captação”, disse. O projeto para captação de água do Rio Pardo está estruturado em quatro etapas. A primeira etapa consiste em Estudos Preliminares, com duração prevista de seis meses, que realizarão o levantamento de dados do sistema existente, estudos demográficos, inspeções de campo, pré-dimensionamento das instalações propostas e estudo da tratabilidade.
A segunda etapa, o Projeto Básico, com previsão de um ano, abrangerá os projetos de captação, adução, estação elevatória, tratamento e centros de reservação. A terceira etapa envolverá os Estudos Econômicos e Financeiros, por meio da avaliação de investimentos e despesas de exploração ao longo do período de alcance do projeto.
Por fim, a quarta etapa compreenderá os Estudos Ambientais, demonstrando a viabilidade da implantação do empreendimento e apresentando os documentos necessários para o licenciamento ambiental. O estudo completo tem duração prevista de 18 meses. Atualmente, Ribeirão Preto tem 100% do abastecimento de água captada do Aquífero Guarani.
Em Ribeirão Preto, cidade que mais usa o manancial – todo o abastecimento da população de 731.639 habitantes é feito via poços artesianos –, o nível do aquífero caiu 120 metros em 71 anos, segundo estudos feitos pelo geólogo Júlio Perroni, da Universidade de São Paulo. O consumo no município é elevado, superando 273 litros por habitante ao dia, significativamente acima da média nacional.
O manancial é o maior reservatório subterrâneo de água doce do mundo, tem cerca de 1,2 milhão de quilômetros quadrados de extensão e se estende por oito estados do Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. Ribeirão Preto é a cidade que mais usa a água do aquífero.
“Até o momento, já podemos informar que a água consumida em Ribeirão Preto tem aproximadamente três mil anos, o que demonstra a sua qualidade e ao mesmo tempo a preocupação com o tempo de recarga do aquífero”, disse o professor Ricardo Hirata.
Ele é um dos maiores especialistas em águas subterrâneas do país, com 42 anos de vida profissional realizando pesquisas em mais de 30 países, incluindo Banco Mundial, Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura Unesco), entre outros órgãos. Apesar da boa qualidade da água, demonstra que a recarga (recomposição do manancial) é lenta, segundo Hirata.
O projeto do Pardo prevê a captação, tratamento e distribuição da água complementação do abastecimento para toda a cidade. A secretaria já tem a outorga liberada pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). Autoriza a utilização de três metros cúbicos por segundo da água do rio. Em 2013, no segundo mandato da ex-prefeita Dárcy Vera, por meio de um anteprojeto elaborado pela prefeitura, o extinto Departamento de Água e Esgotos de Ribeirão chegou a cogitar a captação de água do Rio Pardo a partir de 2015. O custo total da obra estava orçado em R$ 630 milhões, depois caiu para R$ 530 milhões.

