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Facada completa um ano com ‘parabéns’

FÁBIO MOTTA/AGÊNCIA ESTADO

Exatamente um ano após ser alvo de uma facada na cam­panha eleitoral, o presidente Jair Bolsonaro foi recebido na ma­nhã desta sexta-feira, 6de se­tembro, por um grupo de cerca de 40 pessoas na saída do Pa­lácio da Alvorada que cantou “parabéns” em sua homena­gem. Ele tem mantido o hábito de falar com apoiadores que o aguardam na entrada e saída da residência oficial da Presidência da República.

Normalmente, o presidente também conversa com jorna­listas na saída da Alvorada, mas nesta sexta disse que só respon­deria perguntas sobre o seu “aniversário” ou sobre as come­morações de 7 de setembro, Dia da Independência. “Há um ano eu nasci em Juiz de Fora”, disse o presidente, em referência à cida­de mineira onde foi esfaqueado e inicialmente atendido.

O Ministério Público Federal em Juiz de Fora acolheu pedido da Polícia Federal e prorrogou, por mais 90 dias, o inquérito que mira os supostos financiadores da defe­sa de Adélio Bispo de Oliveira, que esfaqueou Bolsonaro durante as eleições. Segundo a Procuradoria da República em Minas, há oitiva pendente e análise de informações de redes sociais. Ainda existe ne­cessidade também de esclarecer a identidade de um financiador da defesa de Adélio – frente que está suspensa por decisão judicial.

Em dezembro, a Polícia Fe­deral chegou a fazer buscas no escritório do advogado Zanone Manoel de Oliveira Júnior, que defende Adélio. No entanto, o desembargador Néviton Guedes, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), suspendeu a cautelar, acolhendo pedido limi­nar da Ordem dos Advogados do Brasil. Néviton determinou que os órgãos de investigação, como polícia e Ministério Público, não poderão usar qualquer registro ou informações colhidas na busca e apreensão, sob pena de eventuais provas colhidas serem anuladas.

Entre os materiais apreendi­dos, são citados livro-caixa, recibos e comprovantes de pagamento de honorários e do aparelho telefôni­co do advogado. Para conseguir suspender essa apuração, a OAB alegou que a “devassa” em torno do sigilo e do escritório é justifica­da apenas pela busca de esclarecer a fonte de pagamento de honorá­rios a Zanone, o que, segundo a entidade, não tem amparo legal.

Para o magistrado, houve vio­lação do sigilo funcional dos de­fensores. “Sem sombra de dúvida, os órgãos de persecução criminal, nos Estados democráticos, devem valer-se de suas capacitações e in­teligência para encontrar outros instrumentos de investigação de determinado crime que não seja esquadrinhar, revolver e dificul­tar a vida profissional de advo­gado, invadindo a sua privaci­dade.” Contra a decisão, tanto o Ministério Público Federal quanto a AGU recorreram.

Inimputável
Em junho, o juiz federal Bruno Savino, de Juiz de Fora, decidiu absolver Adélio Bispo de Oliveira em ação penal referen­te à facada. O magistrado ainda converteu a prisão preventi­va em internação provisória, e manteve Adélio na Penitenciária Federal de Segurança Máxima de Campo Grande (MS). Adélio foi considerado inimputável. Ele permanece internado por tem­po indeterminado, nos termos da sentença. O presidente Jair Bolsonaro (PSL) chegou a afir­mar que recorreria da decisão.

À imprensa, ele afirmou não ter “dúvida” de que acertaram com Adélio uma tentativa de assassinato. “A gente sabe que o circo é armado, tentaram me assassinar sim”, disse. No entan­to, o presidente acabou não re­correndo. A correção da hérnia incisional, quarta cirurgia que o presidente vai realizar é um pro­cedimento considerado delica­do, mas com boas expectativas de recuperação. A operação está prevista para ocorrer neste do­mingo (8), no Hospital Vila Nova Star, em São Paulo.

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