Os vídeos da família Fantacini, de Ribeirão Preto, mostram uma cena histórica: a última benção pública concedida pelo Papa Francisco, durante a Missa de Páscoa, realizada no domingo (20), na Praça São Pedro, no Vaticano. Mauro, Sônia e Isabella Fantacini estavam entre os milhares de fiéis que acompanharam, emocionados, a tradicional celebração pascal.
Eles chegaram a Roma no dia 17, especialmente para tentar ver o Papa. O que não imaginavam é que estariam presentes na última aparição pública do pontífice. A família gravou vídeos e tirou fotos da celebração, agora marcadas por uma nova e dolorosa simbologia.
Na manhã seguinte, segunda-feira (21), o Vaticano anunciou a morte do Papa Francisco, aos 88 anos. O comunicado oficial, em vídeo, foi divulgado às 7h35 (horário de Roma): “O bispo de Roma Francisco voltou à casa do Pai. Toda a sua vida foi dedicada ao serviço do Senhor e da sua igreja, nos ensinou a viver os valores do evangelho com fidelidade, coragem e amor universais, de uma maneira particular, em favor dos mais pobres e marginalizados”.
A causa da morte não foi divulgada oficialmente, mas a imprensa italiana aponta um possível derrame. Há menos de um mês, o pontífice havia deixado o hospital após cinco semanas internado por conta de uma pneumonia dupla.
Francisco, nascido Jorge Mario Bergoglio, foi o primeiro papa sul-americano da história e ficou conhecido por seu perfil simples e voltado aos mais vulneráveis. Ainda no ano passado, ele determinou mudanças no rito do velório papal. Seu corpo será sepultado em um único caixão de madeira revestido de zinco, fora do Vaticano — algo inédito em mais de um século.
A presença da família Fantacini na última bênção papal tornou-se, de forma inesperada, um registro íntimo e simbólico de um marco na história da Igreja Católica.