Tribuna Ribeirão
Economia

Famílias inadimplentes já são 30%

Cartão de crédito ainda é a modalidade mais utilizada, mencionada por 84,5% dos endividados, mas perdeu espaço em relação aos 86% de julho (Pixabay)

Proporção de famílias com contas a vencer cresceu de 78,4% em junho para 78,5% em julho; consumidores com contas em atraso subiu de 29,5% para 30,0%

Os brasileiros ficaram mais endividados e mais inadimplentes em julho, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). A proporção de famílias com contas a vencer cresceu de 78,4% em junho para 78,5% em julho, o sexto mês consecutivo de altas, apontou a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic).

Em relação a julho de 2024, quando também 78,5% das famílias estavam endividadas, houve estabilidade. A pesquisa considera como dívidas as contas a vencer nas modalidades cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, empréstimo pessoal, cheque pré-datado e prestações de carro e casa.

A proporção de consumidores com contas em atraso subiu de 29,5% em junho para 30,0% em julho, maior patamar desde setembro de 2023, quando essa fatia somava 30,2%. Um ano antes, em julho de 2024, a proporção de famílias inadimplentes era de 28,8%.

A fatia de consumidores que afirmaram não ter condições de pagar dívidas vencidas, ou seja, que permaneceriam inadimplentes, subiu de 12,5% em junho para 12,7% em julho. Essa parcela era de 11,9% em julho de 2024. Segundo a CNC, os resultados emitem um alerta de que famílias de renda baixa e média têm enfrentado mais dificuldades no pagamento de contas.

“O aumento do número de famílias que já não conseguem pagar suas dívidas e a estagnação do endividamento indicam que os brasileiros estão no limite da capacidade de contrair novas dívidas. A redução dos prazos mostra um uso cada vez mais defensivo do crédito. Esse comportamento exige atenção das autoridades para que se evite uma estagnação no comércio e nos serviços”, avaliou o presidente da CNC, José Roberto Tadros, em nota oficial.

Apesar do avanço no endividamento e na inadimplência, houve melhora da percepção do endividamento: a proporção de pessoas que se consideram “muito endividadas” desceu de 15,9% em junho para 15,5% em julho.

Houve ainda manutenção da tendência de redução dos prazos firmados para os pagamentos, pelo sétimo mês consecutivo: o porcentual de famílias comprometidas com dívidas por mais de um ano desceu de 32,2% em junho para 31,5% em julho, menor nível desde fevereiro de 2024, quando estava em 30,9%.

Por outro lado, houve aumento do comprometimento da renda com dívidas por até seis meses, “mostrando que o endividamento está sendo cada vez mais de curto prazo”.

O total de famílias com mais da metade da renda comprometida com o pagamento de dívidas caiu de 19,2% em junho para 18,9% em julho. A parcela média da renda comprometida com dívidas encolheu de 29,6% em junho para 29,4% em julho.

O cartão de crédito mantém a liderança como a modalidade mais utilizada, mencionada por 84,5% dos endividados, mas perdeu espaço em relação à fatia de 86,0% registrada em julho do ano passado. Na direção oposta, os carnês cresceram em um ano, com uma fatia de 16,8% de menções em julho de 2025, ante 15,7% em junho de 2024.

Na passagem de junho para julho, as famílias de renda mais baixa ficaram mais endividadas e mais inadimplentes. No grupo com renda familiar mensal de até três salários mínimos, a proporção de endividados subiu de 81,1% em junho para 81,2% em julho.

Na classe média baixa, com renda de três a cinco salários mínimos, a proporção de endividados aumentou de 80,9% para 81,3% No grupo de cinco a dez salários mínimos, houve redução de 78,7% para 77,5%. No grupo com renda acima de dez salários mínimos mensais, essa fatia subiu de 67,5% para 67,9%.

Quanto à inadimplência, no grupo com renda familiar mensal de até três salários mínimos, a proporção de famílias com dívidas em atraso cresceu de 36,9% em junho para 38,0% em julho. Na classe média baixa, com renda de três a cinco salários mínimos, a proporção de inadimplentes caiu de 29,4% em junho para 28,7% em julho.

No grupo de cinco a dez salários mínimos, houve redução de 22,9% para 22,2%. No grupo que recebe acima de ez salários mínimos mensais, a fatia de inadimplentes cresceu de 14,9% para 15,6%. O endividamento das famílias brasileiras deve começar a arrefecer nos próximos meses, mas ainda encerrar 2025 acima do patamar de um ano ante..

 

 

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