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Fotógrafa é condenada a 24 anos pela morte de namorado

Julgamento foi concluído no início da madrugada desta terça-feira (21); defesa achou pena desproporcional e deve recorrer

Brenda foi condenada por homicídio e recebeu pena de 24 anos de prisão (Fotos: Redes Sociais)

Por: Adalberto Luque

Os sete jurados que ouviram testemunhas, advogados de defesa e acusação e promotor de Justiça consideraram que Brenda Caroline Pereira Xavier é culpada pelo homicídio do namorado, o corretor Carlos Felipe Camargo da Silva, ocorrido em 3 de março do ano passado.

O juiz José Roberto Bernardi Liberal, que presidiu o Tribunal do Júri, estabeleceu pena de 24 anos de prisão, inicialmente em regime fechado. Brenda já está presa desde abril do ano passado e seguiu novamente para o presídio de Pirajuí, a 230 km de Ribeirão Preto.

A sentença foi proferida pouco depois da meia noite, na madrugada desta terça-feira, 21 de outubro. O delegado de Brenda, Alexandre Durante, considerou a pena excessiva e pretende recorrer.

Familiares e advogado Mário Badura consideraram a pena justa (Foto: Max Gallão Mesquita)

“Com todo respeito à vítima, à família da vítima, achei que a condenação da Brenda foi injusta. E nós vamos recorrer para tentar submetê-la a um novo julgamento ou, no mínimo, reduzir essa condenação. Foi uma pena muito alta, muito pesada para uma pessoa que é primária, que não tem antecedentes criminais nenhum e que por todas as circunstâncias, teve uma condenação extremamente forte, acima da média que o Tribunal de Justiça baliza para aplicação de pena. Foi muito acima disso. De todo jeito, nós vamos recorrer”, disse ao Tribuna.

O advogado da família de Carlos Felipe e assistente de acusação, Mário Badures, por sua vez, considerou a pena justa. “Ontem se fez Justiça ao condenar exemplarmente quem agiu com total desprezo à vida humana, por ciúmes atacando a vítima de surpresa e golpeando-a de forma brutal, sem chance de defesa a ponto de causar a evisceração. Hoje descansa em paz aquele que foi brutalmente assassinado com requintes de crueldade, eis que após um ano e meio de luta por parte dos familiares de Carlos Felipe os jurados de Ribeirão Preto reconheceu as três qualificadoras do homicídio, condenando Brenda a cumprir 24 anos de reclusão”, avaliou.

Advogado de defesa, Alexandre Durante disse que pretende recorrer da pena (Foto: Alfredo Risk)

Badures considerou igualmente justo não acatar a tese de legítima devesa e considerou a pena exemplar “e que servirá como exemplo para que atos bestiais dessa magnitude não voltem a ocorrer em Ribeirão Preto”, concluiu.

Em nome da família da vítima, Tauane Felício, sobrinha de Carlos Eduardo, disse que será possível, finalmente, ter paz por não haver impunidade. “Bom, pra gente a única sensação é de justiça feira, nada trará o Felipe de volta, mais acho que hoje nosso coração consegue ter um pouco mais de paz, sabendo que ela não vai sair impune.”

Entenda o caso

Felipe era nascido na Praia Grande e tinha 29 anos. Veio para Ribeirão Preto com a mãe e o irmão há cerca de um ano, onde conheceu Brenda, também de 29 anos. Os dois moravam juntos havia, mas a relação era conturbada.

De acordo com o BO que registrou o homicídio de Felipe, o casal teria rompido no dia 2 de março. No dia seguinte, a mulher foi até a casa da mãe de Felipe, para onde ele tinha se mudado, no Adelino Simioni, zona Norte da cidade.

Após conversarem no carro por 10 minutos, ele entrou na casa da mãe dizendo que iriam voltar a morar juntos, que ela havia reconhecido que precisava mudar. Pegou suas roupas e foi embora para o Complexo Ribeirão Verde, zona Leste, onde a mulher morava.

Ainda segundo o BO, no final da noite a mãe de Brenda teria ligado para a mãe de Felipe informando que ele havia sofrido um acidente e estaria na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Simioni. A família foi até lá e encontrou Felipe morto. Ele foi atingido por nove golpes de faca.

Na casa de Brenda Caroline a polícia não localizou celular e notebook da vítima. Também não encontrou Brenda. Havia sinais de sangue em várias partes da residência. Um dos cômodos havia sido lavado. O laudo apontou que Silva teria recebido pelo menos nove facadas no tórax, costas, pescoço e face. O jovem foi sepultado na Praia Grande, em clima de revolta entre seus familiares e amigos.

Carlos Felipe e Brenda Caroline tinham reatado relacionamento horas antes da morte do rapaz (Foto: Redes Sociais)

Brenda Caroline compare­ceu à Delegacia de Homicídios da Divisão Especializada em Investigações Criminais (Deic) no final da tarde de 6 de março. Estava acompanhada da mãe e de seu advogado, Alexandre Durante, que foi assistente de acusação e advogado de Arthur Paes Marques, pai do menino Joaquim, no julgamento mais importante na história de Ribei­rão Preto.

Com um olho roxo e muito abalada, segundo Durante, Brenda Caroline alega legítima defesa. Disse que fraturou o nariz e a costela devido às agressões que sofria constantemente por Silva e, no final de semana, usou uma faca para se defender. Ela alegou ter dado três facadas na vítima após ser agredida, embora o laudo aponte nove facadas.

“Eu jamais tiraria a vida dele, mas isso teve que ser feito para salvar a minha. Não foi a primeira agressão que sofri. Já teve outras e tenho prova disso”, disse à imprensa. O irmão da vítima, o entregador Bruno Camargo, rebateu as acusações de Brenda Caroline.

Brenda Caroline está presa desde 4 de abril, quando se apresentou à Polícia Civil acompanhada do advogado.

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