O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, disse nesta quarta-feira, 6 de agosto, que o Pix vai permanecer como uma infraestrutura pública digital. Esse modelo é importante para evitar que haja conflitos de interesse ao incluir ou retirar participantes do sistema, afirmou.
“Como a gente viu agora também, o Pix revela uma infraestrutura estratégica e crítica para o país, é uma segurança para o país que ele seja gerenciado e administrado para o Banco Central”, disse o banqueiro central, durante um discurso no evento Blockchain Rio, no Rio de Janeiro.
No mesmo evento, Galípolo repetiu que é importante aumentar o nível de colateralização para reduzir o custo do crédito no Brasil. Ele vem afirmando que as taxas de juros cobradas do tomador são muito altas, o que diminui a eficiência da política monetária.
“O custo que as pessoas físicas e jurídicas pagam no crédito costuma ser, no Brasil, um múltiplo da Selic”, disse o presidente do BC. “Conseguir reduzir essas fricções e apresentar garantias é a maneira correta de reduzir a percepção de risco para quem está concedendo crédito e conseguir reduzir o spread e reduzir a taxa de juros.”
Galípolo também repetiu que o Pix em Garantia, que faz parte da agenda evolutiva do sistema de pagamentos, deve permitir a colateralização e reduzir o custo do crédito. Disse que o sucesso “estrondoso” do Pix representa uma complementaridade importante de tecnologias para a inclusão financeira.
“Têm se tentado apresentar o Pix em contraposição a outras tecnologias e não há isso. Não há rivalidade entre Pix e cartões, não tem um canibalizando o outro O que vemos é que o Pix produziu bancarização. Com mais gente no sistema, o uso de cartões débito e crédito só cresce”, enfatizou.
As declarações de Galípolo foram realizadas no Blockchain.RIO, evento focado em tecnologia blockchain e Web3, realizado no Rio de Janeiro. Ele reforçou que os avanços obtidos com o Pix só ocorreram porque houve uma “corrida de bastão” dentro do Banco Central, em que um presidente passou suas entregas para outro.
“A discussão do Pix começa em 2013, em 2018 são divulgados os requisitos técnicos e em 2020 é lançado. De lá para cá, vemos esse resultado estrondoso”, afirmou Galípolo, ressaltando alguns números, como o uso por mais de 150 milhões de pessoas físicas, 15 milhões de empresas e R$ 2,8 trilhões movimentados só em junho.

