Tribuna Ribeirão
Saúde

HC começa a separar siamesas

FOTO: LUÍSA POLLO/HCRP

A primeira de uma série de cirurgias para separação das irmãs siamesas unidas pela cabeça Heloísa e Helena, nascidas em São José dos Campos, no Vale do Paraíba (SP), será realizada neste sábado, 23 de agosto, no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (HCFMRP-USP).

Este é o terceiro caso de gêmeas siamesas craniópagas do hospital. A incidência é extremamente rara, representando um caso em cada 2,5 milhões de nascimentos. No Brasil, a primeira separação de siamesas craniópagas, as gêmeas Maria Ysadora e Maria Ysabelle, ocorreu em outubro de 2018.

Foram cinco procedimentos cirúrgicos realizados pela equipe do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto e HC Criança. Hoje as meninas estão com nove anos e voltaram para Patacas, distrito de Aquiraz, distante 35 quilômetros de Fortaleza, no Ceará, onde nasceram, no final de março de 2019. Vivem com os pais Diego Freitas Farias e Débora Freitas.

Nos Estados Unidos, uma cirurgia de separação de siamesas craniópagas custa cerca de R$ 9 milhões. O primeiro do HC de Ribeirão Preto, e também pioneiro no Brasil, foi acompanhado pelo médico norte-americano James Goodrich, referência internacional em intervenções com gêmeos siameses e que faleceu em decorrência de covid-19 em 2020.

O segundo caso foi o das irmãs siamesas craniópagas Allana e Mariah, hoje com cinco anos e oito meses. A cirurgia definitiva ocorreu entre 19 e 20 de agosto de 2023. Elas são de Piquerobi (SP), onde moram com os pais Vinícius e Talita Cestari. No ano passado ainda vinham à cidade para consultas e exames de rotina no HC Criança.

Em 2023, a quarta e última neurocirurgia teve início às sete horas do dia 19 de agosto e durou cerca de 27 horas. Na manhã do dia 20, as meninas foram separadas e levadas para a unidade de cuidados intensivos. As gêmeas estão felizes e gostam de frequentar a reabilitação. Já os pais só querem curtir as filhas depois de todas as cirurgias e o período de recuperação.

Ao longo de doze meses, foram realizadas quatro neurocirurgias meticulosas que culminaram na completa separação das cabeças de Allana e Mariah, além de um procedimento cirúrgico em que foram inseridas bolsas de silicone abaixo do couro cabeludo e feita a coleta de células-tronco das irmãs.

A cirurgia de hoje
O procedimento atual foi minuciosamente planejado ao longo de mais de um ano, com realização de projeções de realidade virtual e exames de imagem, como tomografias computadorizadas e ressonâncias magnéticas, além da impressão de vários modelos em 3D.

O objetivo da equipe, composta por mais de 40 profissionais da saúde e de apoio, é a separação completa ao final de uma série de cinco cirurgias, previstas ao longo de um ano. O caso está sendo conduzido pelas equipes de Cirurgia Plástica e Neurocirurgia Pediátrica do HC, sob o comando do professor doutor Jayme Farina Junior.

A cirurgia terá início às sete horas da manhã e deve durar aproximadamente oito horas. A equipe realizará uma entrevista coletiva na próxima terça-feira, 26 de agosto, às 9h30, no HC Criança do HC Campus, para explicar os detalhes da cirurgia e as expectativas para os próximos procedimentos.

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