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HC recebe antídoto contra metanol

Governo de São Paulo disponibiliza 2.500 ampolas de antídoto contra metanol para abastecer serviços de saúde: HC de Ribeirão Preto recebeu produto (Divulgação )

Casos suspeitos de intoxicação por metanol serão analisados em até uma hora por laboratório do Departamento de Química da USP de Ribeirão Preto

A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo disponibilizou nesta sexta-feira, 3 de outubro, 2.000 novas ampolas de álcool etílico absoluto para o tratamento de pacientes com intoxicação por metanol. Além desse reforço, já havia 500 unidades em estoque nos serviços de referência do Estado, assegurando a manutenção de uma reserva adequada para atender necessidades assistenciais. São 2.500 no total

“As primeiras horas após a ingestão de bebida alcoólica contaminada são decisivas para salvar vidas e o Estado de São Paulo está preparado com estoque do antídoto contra intoxicação por metanol”, ressaltou o secretário de Estado da Saúde, Eleuses Paiva.

A aquisição foi realizada pela Secretaria de Estado e destinada aos centros de referência estaduais: Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, ligado à Universidade de São Paulo (HCFMRP-USP), HC de Campinas e de São Paulo.

Conforme nota técnica do Centro de Vigilância Epidemiológica de São Paulo, compartilhada com os 645 municípios e equipamentos de saúde, para obtenção de ampolas de álcool etílico absoluto, os serviços de saúde devem entrar em contato com os centros de referência com cópia da ficha de notificação do caso relacionado ao consumo de metanol.

Além do antídoto, a rede estadual reforçou a estrutura laboratorial para confirmar a presença da substância no organismo. O novo protocolo do Estado prevê que as amostras de sangue ou urina coletadas em casos suspeitos sejam analisadas em até uma hora pelo Laboratório de Toxicologia Analítica Forense (Latof) do Departamento de Química da Universidade de São Paulo de Ribeirão Preto, por meio de cromatografia gasosa, método considerado padrão ouro para detecção de metanol.

A coleta é feita nas unidades de saúde e o Instituto Adolfo Lutz coordena a logística de transporte das amostras até o laboratório. De acordo com a Secretaria da Saúde, o Estado já confirmou, até quinta-feira (2), onze casos de intoxicação por metanol, incluindo um óbito. Para enfrentar a cenário, o governo paulista mantém um gabinete de crise e ações conjuntas entre as secretarias da Saúde, Segurança Pública, Fazenda e Justiça.

A Fundação Procon de São Paulo criou um atalho em seu site para receber denúncias sobre bebidas com suspeitas de adulteração, após casos de intoxicação por metanol. Os consumidores que identificarem casos de bebidas suspeitas em mercados, bares, restaurantes e outros estabelecimentos podem formalizar as queixas no site www.procon.sp.gov.br.

O órgão reforça que é importante guardar os comprovantes da compra do produto para apresentar no registro da denúncia, que pode ser feita de forma anônima. Ao receber a notificação, o órgão faz uma varredura na documentação do estabelecimento e manda uma equipe de fiscalização ao local.

Entre as medidas adotadas, estão a interdição cautelar do estabelecimento, a segregação de bebidas suspeitas e multas que podem chegar a R$ 14 milhões. No Estado de São Paulo, nove estabelecimentos foram interditados até a tarde desta sexta-feira. O número de prisões no ano subiu para 24. No total, mais de mil garrafas foram apreendidas para análise nas operações desta semana.

Na quinta-feira (2), 1,8 mil lacres falsos foram apreendidos na capital. Além disso, foram localizadas 17,7 mil unidades em uma fábrica clandestina em Americana na terça-feira, 30 de setembro. Em Barueri, um lote de 128 mil garrafas foi lacrado na quarta-feira (1º) por ausência de documentação.

Somente em 2024, mais de 50 mil garrafas já haviam sido recolhidas pela polícia em ações de combate à falsificação de bebidas alcoólicas. A Secretaria de Estado da Saúde confirma onze casos de contaminação por metanol no Estado de São Paulo, sendo um óbito, de um morador de São Paulo. Outros seis estão em investigação, totalizando seis mortes – três na capital paulista e dois em São Bernardo do Campo. São 52 ocorrências, 41 em apuração em investigação.

Duas mulheres, de 23 e 34 anos, foram presas na noite de quarta-feira com 162 garrafas de bebidas alcoólicas falsificadas. As duas trafegavam em um Kia Sportage conduzido pela mais jovem, na Rodovia Brigadeiro Faria Lima (SP-326), altura do km 310, entre Dobrada e Matão, cerca de 100 quilômetros de Ribeirão Preto.

Durante a revista no veículo, a Polícia Militar Rodoviária (PMRv) encontrou 162 garrafas de uísque de diversas marcas, entre elas Red Label, Black Label, Double Black, Buchanan’s, Old Parr, White Horse, Chivas e diferentes rótulos de Jack Daniel’s.

Nenhuma das mercadorias possuía documentação fiscal e todas apresentavam sinais de falsificação. Também foram apreendidos vários rótulos. As ocupantes relataram que compraram os produtos em uma tabacaria na Galeria Pagé, região da rua Vinte Cinco de Março, Centro de São Paulo, pelo valor de R$ 9.760, e que o destino final seria uma adega em Guariba e eventos em Jaboticabal, na região metropolitana.

Representantes da Alliance Against Counterfeit Spirits (AACS) e da Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe) foram acionados e confirmaram a falsificação após análise das imagens das garrafas e rótulos, destacando que alguns sequer são comercializados no Brasil.

Diante da constatação, o delegado de plantão autuou as duas mulheres em flagrante com base no artigo 272 do Código Penal. O material apreendido será submetido a exames no Instituto Criminalista de Araraquara, inclusive para detectar se contém metanol.

Em Jaboticabal, mais de mil garrafas de uísque e vodca foram apreendidas pela Polícia Civil e Vigilância Sanitária em uma adega e um supermercado, nesta quinta-feira, por suspeita de adulteração e falsificação. O dono foi preso porque também vendia cigarros contrabandeados. Amostras dos produtos confiscados ontem serão analisadas pelo Instituto de Criminalística para confirmar se houve à fraude e se havia metanol.

A coloração e os lacres de alguns itens chamaram a atenção dos policiais. Havia bebidas alcoólicas em galões. O dono dos estabelecimentos diz que tem nota fiscal dos produtos apreendidos. Sobre os cigarros, informou que três pacotes foram apreendidos e que não trabalha mais com esse tipo de mercadoria

Barrinha – Ainda na quarta-feira, a Polícia Civil de Ribeirão Preto e a Secretaria Municipal de Saúde fizeram uma fiscalização em uma distribuidora na Zona Oeste da cidade após um morador de Barrinha, na região metropolitana, dar entrada no Hospital das Clínicas por suspeita de intoxicação por metanol. Ele já teve alta.

Segundo as investigações preliminares, o homem contou que consumiu uísque em um bar de Barrinha e passou mal. A Vigilância Sanitária esteve no local e o proprietário informou que comprava bebidas de uma distribuidora de Ribeirão Preto.

Durante a ação, nada de suspeito foi encontrado no local. As bebidas tinham nota fiscal e estavam lacradas. Amostras de sangue do paciente internado no HC foram coletadas e devem ser analisadas para confirmar ou descartar a presença de metanol.

 

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