Pesquisa do IBGE mostra que desigualdade caiu em 2023 em relação ao ano anterior
Bruno de Freitas Moura
Agência Brasil
Os homens recebiam, em 2023, um salário médio 15,8% maior que o das mulheres. Enquanto a remuneração deles era R$ 3.993,26, a delas R$ 3.449,00, uma diferença de R$ 544,26 por mês. Vista sob outro ângulo, essa desigualdade significa que o salário médio das mulheres representava 86,4% da remuneração dos homens.
A constatação faz parte do levantamento Estatísticas do Cadastro Central de Empresas, divulgado nesta quinta-feira, 13 de novembro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados mais recentes são de 2023. Nos últimos dois anos do levantamento, a diferença no salário de homens e mulheres diminuiu. Em 2022, eles ganhavam 17% a mais.
Empresas e organizações – Para chegar aos números, o IBGE consolidada informações de empresas e instituições que tenham Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), ou seja, órgãos da administração pública e entidades sem fins lucrativos também entram no universo de dados.
O levantamento aponta que o Brasil tinha dez milhões de empresas e organizações formais ativas, expansão de 6,3% na comparação com 2022, sendo que sete milhões de empresas não tinham pessoal assalariado. As empresas e organizações ocupavam 66 milhões de pessoas ao fim de 2023, alta de 5,1% em relação ao ano anterior. Do grupo de ocupados, 79,8% (52,6 milhões) eram assalariados. Os demais 13,3 milhões estavam na condição de sócios e proprietários.
Em 2023, o salário médio era R$ 3.745,45, elevação de 2% na comparação com 2022. Os dados do IBGE não mostram diferença de salário entre homens e mulheres especificamente na mesma função, e sim no total de rendimentos pago por empresas e organizações.
Apesar de formarem 54,5% dos assalariados, os homens recebiam 58,1% da massa salarial. Já as mulheres (45,5% dos assalariados) recebiam 41,9% do total da renda. Ao analisar as atividades econômicas, o IBGE aponta que praticamente um em cada cinco homens (19,4%) trabalha na indústria de transformação.
Em seguida, figuram os ramos do comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas (18,8%); e administração pública, defesa e seguridade social (13%). Já no universo das mulheres, um quinto delas (19,9%) trabalha na administração pública, defesa e seguridade social.
Na sequência aparecem os segmentos do comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas (18,2%) e saúde humana e serviços sociais (11,1%).
Ao detalhar o perfil atividades, a que tem maior percentual masculino é a construção, na qual 87,4% dos assalariados são homens. Em seguida surgem indústrias extrativas (83,1%) e transporte, armazenagem e correio (81,3%).
Já a atividade com maior participação feminina é a de saúde humana e serviços sociais. De cada quatro trabalhadores desse setor, três (75%) são mulheres, superando a educação (67,7%), atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (57,5%) e alojamento e alimentação (57,2%). O IBGE fez diferenciação também entre quem tinha ou não nível superior.
O levantamento aponta que 76,4% do pessoal ocupado assalariado não tinha nível superior. Os que tinham formação universitária receberam, em média, salário mensal de R$ 7.489,16, o que representava três vezes o rendimento das pessoas sem nível superior (R$ 2.587,52). A atividade que mais tinha assalariado com ensino superior era o ramo da educação (65,5%).
De cada 100 pessoas, 65 tinham diploma universitário. Em seguida, aparecem atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (59,9%) e organismos internacionais (57,4%). Já no ramo de alojamento e alimentação, 96,1% dos assalariados não tinham ensino superior. Na agropecuária eram 93,8% sem se formar na faculdade.

