Tribuna Ribeirão
Saúde

Hospital das Clínicas recebe antídoto  

Foto: Alfredo Risk/Arquivo   Governo de São Paulo disponibilizou 2.500 ampolas de antídoto contra metanol para abastecer serviços de saúde; HC de Ribeirão Preto recebeu produto 

A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo disponibilizou nesta sexta-feira, 3 de outubro, 2.000 novas ampolas de álcool etílico absoluto para o tratamento de pacientes com intoxicação por metanol. Além desse reforço, já havia 500 unidades em estoque nos serviços de referência do Estado, assegurando a manutenção de uma reserva adequada para atender necessidades assistenciais. São 2.500 no total

“As primeiras horas após a ingestão de bebida alcoólica contaminada são decisivas para salvar vidas e o Estado de São Paulo está preparado com estoque do antídoto contra intoxicação por metanol”, ressaltou o secretário de Estado da Saúde, Eleuses Paiva.

A aquisição foi realizada pela Secretaria de Estado e destinada aos centros de referência estaduais: Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, ligado à Universidade de São Paulo (HCFMRP-USP), HC de Campinas e de São Paulo.

Conforme nota técnica do Centro de Vigilância Epidemiológica de São Paulo, compartilhada com os 645 municípios e equipamentos de saúde, para obtenção de ampolas de álcool etílico absoluto, os serviços de saúde devem entrar em contato com os centros de referência com cópia da ficha de notificação do caso relacionado ao consumo de metanol.

Além do antídoto, a rede estadual reforçou a estrutura laboratorial para confirmar a presença da substância no organismo. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) acionou autoridades reguladoras internacionais para garantir a disponibilidade do medicamento fomepizol, indicado como antídoto para intoxicação por metanol.

Em nota, a Anvisa informa que consultou as agências da Argentina, México, União Europeia, Estados Unidos, Canadá, Japão, Reino Unido, China, Suíça e Austrália sobre a autorização de comercialização do fomepizol em seus respectivos países.

A medida é uma forma de acelerar a análise e aprovação de novos fornecedores, uma vez que aqueles aprovados por agências parceiras passaram pelo trâmite destas para comprovar a segurança e eficácia do produto.

Também foi publicado um edital para identificar fabricantes e distribuidores internacionais com disponibilidade imediata de fornecimento do medicamento ao Ministério da Saúde. O objetivo, diz a Anvisa, é acelerar a aquisição do produto e garantir o atendimento aos pacientes no menor tempo possível.

O novo protocolo do Estado prevê que as amostras de sangue ou urina coletadas em casos suspeitos sejam analisadas em até uma hora pelo Laboratório de Toxicologia Analítica Forense (Latof) do Departamento de Química da Universidade de São Paulo de Ribeirão Preto, por meio de cromatografia gasosa, método considerado padrão ouro para detecção de metanol.

A coleta é feita nas unidades de saúde e o Instituto Adolfo Lutz coordena a logística de transporte das amostras até o laboratório. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha anunciou nos estoques de etanol farmacêutico, antídoto utilizado no tratamento de pessoas intoxicadas por metanol em bebidas adulteradas, mas recomendou que a população evite o consumo de bebidas alcoólicas destiladas.

Uma a cada cinco garrafas de uísque ou de vodca vendida no Brasil é falsificada. O dado consta em um estudo realizado em 2024 pela Euromonitor International para a Associação Brasileira de Bebidas Destiladas (ABBD).O número de notificações por suspeita de intoxicação por metanol cresce a cada dia no país.

Até o momento, o Brasil tem 59 casos notificados por suspeita de intoxicação por metanol após o consumo de destilados. Onze ocorrências já foram confirmadas. O Estado de São Paulo segue como o epicentro da crise. A Secretaria Saúde atualizou, nesta sexta-feira, para 102 casos, entre investigados e confirmados, de intoxicação por metanol.

De acordo com o balanço, são onze confirmados, com um óbito, na capital. Outros 91 casos são apurados, sendo oito mortes em investigação – cinco em São Payulo (SP), dois em São Bernardo do Campo e um em Cajuru, na região  metropoltana. Um paciente de Ribeirão Preto está internado.

Até agora, dez estabelecimentos foram interditados após fiscalização e 30 pessoas foram presas ao longo deste ano. Somente nesta semana foram apreendidas 4.500 garrafas. Foram presas durante todo o ano 30 pessoas, oito delas nesta semana, em ações relacionadas ao crime de falsificação de bebidas.

São duas na segunda-feira (30) em Americana e mais duas ba quinta-feira (2), entre Dobrada em Matão. As forças policiais de São Paulo também apreenderam total de 50 mil garrafas desde janeiro em ações de combate à falsificação de bebidas alcoólicas.

A Fundação Procon de São Paulo criou um atalho em seu site para receber denúncias sobre bebidas com suspeitas de adulteração, após casos de intoxicação por metanol. Os consumidores que identificarem casos de bebidas suspeitas em mercados, bares, restaurantes e outros estabelecimentos podem formalizar as queixas no site www.procon.sp.gov.br.

Entre as medidas adotadas, estão a interdição cautelar do estabelecimento, a segregação de bebidas suspeitas e multas que podem chegar a R$ 14 milhões. No Estado de São Paulo, nove estabelecimentos foram interditados até a tarde desta sexta-feira. O número de prisões no ano subiu para 24. No total, mais de mil garrafas foram apreendidas para análise nas operações desta semana.

 

 

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