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Hotel Brasil vai a leilão de novo 

Depois de fracassar por três vezes, em maio e junho do ano passado e em janeiro de 2024, quarto leilão judicial para venda do prédio do antigo Hotel Brasil será no dia 21 (Alfredo Risk)

O prédio do antigo Hotel Brasil, localizado na esquina da avenida Jerônimo Gonçalves com a rua General Osório, na região da Baixada, Centro Velho de Ribeirão Preto, irá a leilão pela quarta na próxima quarta-feira, 21 de fevereiro. O pregão virtual está marcado para as 13 horas. Nas três primeiras tentativas, realizadas no ano passado, não houve interessados na aquisição do imóvel. O certame terá lance inicial de R$ 9.461.068,37.

Caso não receba proposta, voltará a ser leiloado no mesmo dia, com oferta mínimo de 50% do valor, ou seja, de R$ 4.730.534,18. Desde o ano passado, a Vara da Fazenda Pública e Autarquias Estaduais da Comarca de Juiz de Fora, em Minas Gerais, tenta vender o imóvel para o pagamento de dívidas tributárias dos proprietários, o Grupo Maurício Marcondes e a Drogavida Comercial de Drogas Ltda., pertencentes ao empresário, falecido em 20 de fevereiro de 2016.

A mais recente tentativa aconteceu no dia 23 de janeiro, mas não apareceram interessados. A holding é proprietária do Drogão Super, uma rede farmacêutica composta por mais de 70 drogarias espalhadas por todo interior de São Paulo. Tem unidades em cidades como Franca, Campinas, Araraquara e Santos, além de Ribeirão Preto, e também em outros estados.

A empresa leiloeira é a Sandra Leilões. Para participar, os interessados devem fazer um cadastro no site da empresa leiloeira (sandrasantosleilões.com.br), da cidade mineira de Visconde do Rio Branco.  O cadastro servirá para analisar se os candidatos preenchem todos requisitos exigidos nos editais do leilão.

Abandonado há cerca de 30 anos, o imóvel foi tombado pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural (Conppac) em agosto de 1991. Atualmente, a estrutura apresenta portas e janelas quebradas, além do teto danificado.  

De acordo com advogado Lucas Gabriel Pereira, presidente do Conselho de Preservação do Patrimônio Cultural, desde a desativação do hotel foram realizadas várias tentativas para a ocupação do espaço. Entretanto, nenhuma delas deu resultado.

A mais recente, segundo ele, aconteceu em 2010, quando a prefeitura de Ribeirão Preto tentou realizar uma permuta com os proprietários e instalar um centro cultural no local. “Aquele que vier a arrematar esse imóvel no leilão terá que seguir todos os requisitos para poder fazer o restauro”, explica o presidente do Conpacc.

História – Construído em 1921, o antigo Hotel Brasil fez parte da história de famílias importantes para Ribeirão Preto. O projeto inicial de construção do imóvel é de Vicente Viccari, com colaboração do engenheiro Antônio Soares Romêo. Com o falecimento de Viccari, o prédio foi passado em herança para sua filha, casada com Pedro Moschini, que permutou o edifício com Pedro Biagi em troca de três imóveis da Vila Amélia e uma chácara.

Ficou conhecido por ter hospedado autoridades políticas e times de futebol como o Boca Juniors e River Plate, da Argentina, e Vasco da Gama, entre os anos 1930 e 1955 – de acordo com informações do Arquivo Histórico Municipal. No final da década de 1980, foi vendido para o empresário Maurício Marcondes de Oliveira.

A holding M. Marcondes é a proprietária e gestora da Drogavida. Segundo o Conppac, o valor do débito do grupo era de R$ 3.691.157.723,99 em setembro de 2022. Segundo o presidente do conselho, a Justiça decretou a indisponibilidade dos bens da holding para garantia dos débitos judiciais da Drogavida.

Defesa – Porém, quando o suposto débito estava na casa dos R$ 5 bilhões, o grupo disse à imprensa que o caso estava sub judice. A holding acionou a Justiça contra o Estado de São Paulo. Segundo o departamento jurídico da empresa leiloeira, os certames só não acontecerão caso o Grupo Maurício Marcondes consiga reverter a decisão na Justiça de Minas Gerais.

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