A taxa de desocupação no Brasil ficou em 5,4% no trimestre encerrado em outubro, de acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados nesta sexta-feira, 28 de novembro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em igual período do ano anterior, a taxa de desemprego medida pela Pnad Contínua estava em 6,2%. No trimestre encerrado em setembro, a taxa de desocupação estava em 5,6%. A renda média real do trabalhador foi de R$ 3.528 no trimestre encerrado em outubro. O resultado representa alta de 3,9% em relação ao mesmo período do ano anterior.
A massa de renda real habitual paga aos ocupados somou R$ 357,3 bilhões no trimestre até outubro, alta de 5,0% ante igual período do ano anterior. A taxa de desemprego voltou a renovar o piso histórico, descendo de 5,6% no trimestre terminado em setembro para 5,4%
É o menor índice registrado pela série histórica, iniciada em 2012. A maior taxa já anotada foi de 14,9%, atingida em dois períodos: nos trimestres móveis encerrados em setembro de 2020 e em março de 2021, ambos durante a pandemia de covid-19.
“Essa taxa de desocupação representa uma queda tanto em relação ao trimestre (anterior) e também na comparação anual”, frisa Adriana Beringuy, coordenadora de pesquisas domiciliares do IBGE.
O total de pessoas desempregadas em busca de uma vaga no país somou 5,910 milhões no trimestre até outubro, menor contingente de toda a série histórica da Pnad Contínua, iniciada em 2012.
Ao mesmo tempo, a população ocupada alcançou o maior patamar da série histórica: 102,555 milhões no trimestre encerrado em outubro. Foram absorvidos mais 118 mil trabalhadores no período, e 207 mil pessoas deixaram o desemprego.
A melhora teve ajuda também de um aumento na inatividade, 425 mil pessoas a mais nessa condição. A população inativa somou 66,060 milhões de indivíduos no trimestre até outubro.
Seis das dez atividades econômicas registraram demissões no trimestre encerrado em outubro. Na passagem do trimestre terminado em julho para o encerrado no mês passado em outubro, houve redução na ocupação em serviços domésticos (-79 mil), indústria (-41 mil), informação, comunicação e atividades financeiras, profissionais e administrativas (-133 mil), outros serviços (-156 mil), comércio (-162 mil) e transporte (-1 mil).
Dos dez setores pesquisados, dois aumentaram a ocupação: construção (2,6%, ou mais 192 mil pessoas) e administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (1,3%, ou mais 252 mil pessoas). O único com redução foi o classificado como “outros serviços” (2,8%, ou menos 156 mil pessoas).
Em relação ao patamar de um ano antes, houve contratações na indústria (163 mil), administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (711 mil trabalhadores a mais), construção (40 mil pessoas), informação, comunicação e atividades financeiras (243 mil), transporte (223 mil), agricultura (120 mil). Houve demissões no comércio (-6 mil), alojamento e alimentação (-52 mil), outros serviços (-203 mil) e serviços domésticos (-336 mil).
Informalidade – No trimestre encerrado em outubro, a taxa de informalidade, ou seja, proporção de pessoas da população ocupada sem direitos trabalhistas, foi de 37,8%, o que significa 38,7 milhões de trabalhadores informais. É o mesmo patamar do trimestre encerrado em julho e móvel anterior e abaixo dos 38,9% do trimestre encerrado em outubro de 2024.
A pesquisa do IBGE revela que o número de trabalhadores que contribuíram para institutos de previdência foi recorde. No trimestre encerrado em outubro alcançou 67,8 milhões de pessoas. Em termos proporcionais, isso representa que 66,1% dos ocupados contribuíram para a aposentadoria, igualando o recorde atingido no trimestre encerrado em janeiro de 2016.
“Isso está muito associado à retração maior da informalidade. Normalmente os informais são os mais afastados da cobertura previdenciária”, diz Adriana Beringuy.

