Tribuna Ribeirão
Polícia

Idosa será indiciada por matar a filha

Foto: Reprodução

Por Adalberto Luque

O delegado Fernando Bravo adiantou que deve indiciar Elizabete Eugênio Arrabaça Garnica, de 68 anos, pelo assassinato da filha Nathalia Garnica, de 42 anos, mas deve descartar o indiciamento do ortopedista Luiz Antônio Garnica, de 38 anos, irmão da vítima. As investigações não encontraram indícios de que ele e a outra irmã, Viviane Garnica Mioto, tiveram participação no crime. 
 
O caso é tratado como homicídio qualificado envolve motivo torpe e meio cruel que impossibilitou a defesa da vítima. A veterinária e funcionária pública morreu em 9 de fevereiro deste ano. O estado de óbito diz que ela foi vítima de enfarte. Porém, laudo toxicológico do Instituto Médico Legal (IML) confirmou que Nathália Garnica foi envenenada com “chumbinho” .  
 
Ela gozava de boa saúde e a morte ocorreu em circunstâncias semelhantes a da cunhada, a professora de pilates Larissa Talle Leôncio Rodrigues, de 37 anos, que também não tinha problemas graves de saúde. Em 22 de março, foi encontrada morta no apartamento em que morava no Jardim Botânico, Zona Sul, com o marido, Luiz Antônio Garnica  
 
O médico e a mãe são os principais suspeitos do crime e podem ser levados a júri popular. Foram indiciados pela Polícia Civil e denunciados pelo Ministério Público de São Paulo por feminicídio triplamente qualificado – motivo torpe, meio cruel (uso de veneno) e recurso que impossibilitou a defesa da vítima.  
 
A Justiça de Ribeirão Preto acatou a denúncia e a ação penal foi instaurada na 2ª Vara do Júri e das Execuções Criminais de Ribeirão Preto. Além de responder por feminicídio qualificado, Garnica foi denunciado também por fraude processual, por ter limpado e mudado a cena do crime.  
 
O inquérito da Polícia Civil concluiu que Garnica teria sido o mentor intelectual e Elizabete Arrabaça, a executora. Este vcaso está em fae de audiência de instrução. Na terça-feira (9), o juiz José Roberto Bernardi Liberal, da 2ª Vara do Júri e das Execuções Criminais de Ribeirão Preto, ouviu 18 de 24 test emunhas de acusação. A próxima será em 10 de outubro. 
 
Para o delegado, o crime de fevereiro pode ter sido motivado por questões financeiras. Elizabete Arrabaça e Nathalia Garnica tinham relação conturbada: a filha pretendia ter filhos e constituir família com o namorado, com quem havia reatado pouco antes de morrer. Tinham combinado viajar no carnaval. 
 
De acordo com a análise de Bravo, se isso ocorresse, Elizabete Arrabaça deixaria de ser herdeira da filha, que era veterinária e funcionária pública em Pontal, na região metropolitana de Ribeirão Preto. Uma testemunha disse, no inquérito, que a idosa havia ligado várias vezes para Nathália Garnica em 9 de fevereiro. 
 
O inquérito está em fase final de apuração. Segundo o delegado, restam poucas testemunhas para serem ouvidas e ele deve, em breve, concluir e encaminhar o indiciamento para o Ministério Público de São Paulo (MPSP). Após isso, a promotoria pode ou não oferecer denúncia. 
 
Relembre o caso

Nathália Garnica morreu em 9 de fevereiro. Ela era saudável e teria sofrido um mal súbito. Pelo menos era o que todos acreditavam até a morte de Larissa, pouco mais de um mês depois. Após a confirmação por laudo toxicológico da professora apontar envenenamento por chumbinho. 
 
O delegado Fernando Bravo pediu a exumação do corpo de Nathália, sepultada em Pontal, na região metropolitana, no mesmo túmulo onde Larissa havia sido sepultada. O laudo obtido após a exumação indicou que Nathália também morreu envenenada por chumbinho. 
 
Durante as investigações, além de Elizabete Arrabaça, os irmãos de Nathália, Luiz Garnica e Viviane Mioto, chegaram a ser investigados. Mas a Polícia Civil não encontrou indícios de participação dos dois e deve indiciar somente a mãe pelo homicídio da filha. 
 
A idosa também é investigada em pelo menos outros três casos: da morte da cachorrinha Babi, ocorrido dias ante de Nathalia ser envenenada, da amiga Elide Guide, de 80 anos, ocorrido em 2016, e de outra amiga, que passou muito mal após se encontrar com a idosa. 
 
A reportagem entrou em contato com as defesas de Elizabete Arrabaça e Luiz Antônio Garnica. O advogado Júlio Mossin, que defende o médico, observa que o não indiciamento de seu cliente demonstra sua tese de inocência. “É mais uma prova que Luiz jamais concorreu de qualquer forma para os crimes, em tese, praticados por sua mãe”, informou. 
 
O advogado de Elizabete Arrabaça, Bruno Corrêa Ribeiro, explicou que o caso Nathália Garnica é diferente do de Larissa Rodrigues, onde outro acusado, Luiz Antônio Garnica. “O doutor Fernando Bravo nos informou que já descartou a participação, seja da Viviane, seja de Luiz Antônio, que estiveram no local posteriormente”, diz.  
 
Somente Elizabete deve ser indiciada. Isso é um pouco mais delicado para trabalhar a defesa, embora Elizabete continue negando participação. Temos que encontrar elementos para fazer sua defesa, seja trabalhando como tendo praticado, seja com sua negativa. Ela sempre negou ter qualquer participação tanto na morte de sua filha Nathália, quando de sua nora Larissa. Ela garante que não tenha qualquer relação com os envenenamentos”, avaliou Ribeiro.

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