O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 – prévia da inflação oficial no país – desacelerou de 0,48% em setembro para 0,18% em outubro, 0,30 ponto percentual abaixo. Foi a segunda alta seguida, após deflação de 0,14% em agosto. Houve aumento de 0,33% em julho, após taxas de 0,26% em junho, 0,36% em maio, 0,43% em abril, 0,64% em março, de 1,23% em fevereiro e 0,11% em janeiro.
Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (24) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No mesmo período de 2024, o IPCA-15 tinha registrado alta de 0,54%. Em 2023, a prévia mensal da inflação foi de 0,21% e, em 2022 ficou em 0,16%. O resultado de 2025 é o mais baixo desde então para o mês de outubro.
Com o resultado, acumula aumento de 3,94% de janeiro a outubro de 2025, ante 3,76% até setembro. Era de 3,71% no mesmo período do ano passado. A taxa em doze meses está em 4,94%, pela primeira vez no ano abaixo de 5%. É a mais baixa desde janeiro deste ano, quando estava em 4,50%.

Também é bem inferior aos 5,32% registrados até o mês passado – a mais alta desde maio deste ano, de 5,40%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. De novembro de 2023 a outubro do ano passado, a inflação estava acumulada em 4,47%.
Segundo os dados prévios, a inflação anual se mantém acima da meta do governo, de 3% ao ano com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos, ou seja, indo no máximo a 4,50%. Está 0,44 p.p. acima do teto. Instituições financeiras ouvidas pelo Boletim Focus, do Banco Central (BC), estimam que o IPCA deve terminar o ano em 4,7%.
Habitação – Os gastos das famílias brasileiras com Habitação passaram de elevação de 3,31% em setembro para aumento de 0,16% em outubro, contribuição de 0,02 ponto percentual para o IPCA-15. A energia elétrica residencial passou de alta de 12,17% para queda de 1,09%, item de maior alívio individual sobre a taxa geral do mês, contribuição de -0,05 p.p..
Em setembro, houve a recomposição das faturas passado o efeito do Bônus de Itaipu creditado nas faturas emitidas no mês de agosto. Além disso, estava em vigência da bandeira tarifária vermelha patamar 2, adicionando R$ 7,877 na conta de luz a cada 100 quilowatts-hora (Kwh) consumidos.
Já em outubro, passou a vigorar a bandeira tarifária vermelha patamar 1, reduzindo a R$ 4,463 o adicional na conta de luz a cada 100 KWh consumidos. Houve aumentos nos subitens gás de botijão (1,44%) e aluguel residencial (0,95%).
Alimentação – O gasto das famílias brasileiras com alimentos recuou em outubro pelo quinto mês consecutivo. O grupo Alimentação e bebidas saiu de redução de 0,35% em setembro para recuo de 0,02%, sem impacto sobe o IPCA-15.
A alimentação no domicílio diminuiu 0,10% em outubro, após queda de 0,63% em setembro. Ficaram mais baratos a cebola (-7,65%), ovo de galinha (-3,01%), arroz (-1,37%) e leite longa vida (-1,00%). Por outro lado, houve altas no óleo de soja (4,25%) e nas frutas (2,07%).
A alimentação fora do domicílio aumentou 0,19%, ante alta de 0,36% em setembro,. A refeição fora de casa subiu 0,06% (houve aumento de 0,20% no mês anterior), e o lanche avançou 0,42% (contra elevação de 0,70% no período antecedente.
Transportes – As altas nos preços da gasolina, passagens aéreas e etanol pressionaram juntas a inflação de outubro em 0,10 ponto percentual, segundo os dados do IPCA-15. Os custos das famílias com itens do grupo Transportes passaram de queda de 0,25% em setembro para aumento de 0,41%, contribuição de 0,08 ponto percentual.
Os combustíveis subiram 1,16%, após queda de 0,10% em setembro. O etanol avançou 3,09% (impacto de 0,02 ponto percentual), contra alta de 0,15% no período antecedente, e a gasolina subiu 0,99% (item de maior pressão no mês, 0,05 ponto), após baixa de 0,13% no mês anterior.

O óleo diesel aumentou 0,01% depois de subir 0,38% em setembro, enquanto o gás veicular teve queda de 0,40%, após recuar 1,55%,. As passagens aéreas ficaram 4,39% mais caras em outubro, impacto de 0,03 ponto porcentual. No mês passado houve deflação de 2,61%.
Saúde – Os gastos das famílias brasileiras com Saúde e cuidados pessoais passaram de elevação de 0,36% em setembro para aumento de 0,24% em outubro, contribuição de 0,03 ponto percentual. Houve pressão do aumento no plano de saúde, com elevação de 0,50% e contribuição de 0,02 ponto para a inflação de outubro.
Despesas pessoais – Os gastos das famílias brasileiras com Despesas pessoais passaram de elevação de 0,20% em setembro para aumento de 0,42% em outubro, contribuição de 0,04 ponto percentual O resultado do grupo foi impulsionado pelos aumentos em cinema, teatro e concertos (2,05%), pacote turístico (1,97%) e empregado doméstico (0,52%).
Grupos – Três dos nove grupos de produtos e serviços que integram o IPCA-15 registraram quedas de preços em outubro. As deflações ocorreram em Alimentação e Bebidas, queda de 0,02%, sem impacto para a alta de 0,18%do mês; Comunicação, redução de 0,09% e também sem impacto; e Artigos de Residência, queda de 0,64% e impacto de -0,02 ponto percentual.
Os aumentos foram registrados em Habitação, alta de 0,16% e impacto de 0,02 ponto percentual; Transportes, aumento de 0,41% e contribuição de 0,08 p.p.; Educação, alta de 0,09% e impacto de 0,01 ponto; Saúde e cuidados pessoais, alta de 0,24%, impacto de 0,03 p.p.; Vestuário, aumento de 0,45%, impacto de 0,02 p.p.; e Despesas Pessoais, aumento de 0,42%, impacto de 0,04 ponto percentual.

