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Inteligência Artificial, de novo…

Caros amigos e amigas, estou de volta a este cantinho onde gosto muito de estar, que é o meu texto semanal publicado no Jornal Tribuna Ribeirão. Porém, por circunstâncias alheias à minha vontade, fiquei fora por um bom tempo, mas estou de volta para distribuir um pouco do meu conhecimento e sapecar pitacos e opiniões aqui e ali, sempre buscando esclarecer assuntos que aparecem nos canais informativos normais ou não. O foco principal é a Inteligência Artificial e seus impactos na vida de todos nós.

Ela está mudando economias e sistemas políticos no mundo todo. A cada semana, assistimos a notícias de transformações estruturais provocadas pela aplicação da Inteligência Artificial. De um lado boas notícias, com avanços incríveis na formulação e aplicação de novos medicamentos, possibilidades quase infinitas de aprendizado e melhoria profissional, ganhos de produtividade inimagináveis na agricultura, indústria e prestação de serviços.

Por outro lado, vemos que a maneira de se fazer a guerra está cada dia mais violenta, mortal e seletiva. A desinformação e a mentira se espalham como nunca, permitindo a volta ou a perpetuação de regimes políticos autoritários e segregacionistas, denegrindo carreiras íntegras, desagregando comunidades e implodindo órgãos assistenciais de importância mundial.

Num rápido passar de olhos sobre as mudanças provocadas pela Inteligência Artificial no mundo real, vemos que a parte ruim está avançando com mais rapidez, beneficiando os de sempre, aumentando a diferença na distribuição da renda e o número de famintos e das famílias que cruzam para baixo a linha da pobreza. O número de desalojados pelas guerras aumentou na última década. Tivemos sim a pandemia como fator acelerador dessas anomalias sociais e humanitárias, mas o fim dela não nos proporcionou o retorno ao caminho da melhoria da Humanidade como regra geral das nações em suas atitudes individuais ou coletivas.

Basta ver o enfraquecimento da importância da ONU e seus órgãos como a Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), a OMS (Organização Mundial da Saúde) e a FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação) que estão quase vivendo à letargia por falta de recursos.

O mundo, nesse início da Revolução Digital, ou Revolução Econômica Digital, como queiram, está caminhando para o abandono da universalidade social e cultural e da multilateralidade econômica que estava conquistando desde os anos 90 do século passado. E se juntarmos o nacionalismo crescente, a demanda imperialista por territórios ou esferas de influência, o aumento do militarismo daí decorrente, a não-solidariedade social, a negação da multilateralidade da distribuição de renda através do comércio plurinacional e a condenação de povos à pobreza extrema em continentes como a África, Ásia e América do Sul não nos deixa esperar que a Inteligência Artificial Geral que sairá dessa receita criará um mundo melhor. Vai gerar um mundo pior, para o deleite de poucos privilegiados e o infortúnio da grande maioria da população.

Abro aqui um espaço para explicar um conceito sobre a Inteligência Artificial. Podemos chamar tudo o que foi feito até agora ou o que será feito até daqui a dois ou três anos, de Inteligência Artificial Normal, ou Simples, ou Direcionada, ou Generativa (do inglês “to generate”). Não importa como você a chame, é como se fosse uma evolução aritmética do primeiro ChatGPT, que conhecemos a partir de 2022. A próxima etapa está chegando e sim, essa já tem nome: Inteligência Artificial Geral. E é aí que mora o perigo.

Explico: já disse aqui nesse espaço que conhecimento é poder. Quem tem a tecnologia, o conhecimento, manda. Isso vale na vida profissional e no relacionamento entre nações. Agora pense o seguinte: a Humanidade tem, mais ou menos, uns cem mil anos de conhecimento acumulado e sabido. Se você juntar toda a “sapiência doutorística” do mundo, isto é, colocar todos os doutores em todas as ciências do mundo em um congresso, conseguirá juntar no máximo uns trinta por cento desse conhecimento acumulado. Acontece, senhores e senhoras, que a Inteligência Artificial JÁ TEM TODO O CONHECIMENTO acumulado pelos humanos guardado na “nuvem”. Ou seja, a “máquina” é a nossa memória mais completa e o que impede que ela use isso como se fosse um ditador ou governante benevolente é o fato de que ela AINDA NÃO TER CONSCIÊNCIA DISSO.

Antes que você se descabele e saia por aí gritando “ai meu Deus, o que será de nós”, saiba que, AINDA NÃO PRECISA fazer isso. Dá tempo de tomar uma gelada. Ou um chá de camomila, você escolhe.

Semana que vem te mostro por que. Até lá.

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