Jacaré-do-papo-amarelo foi kevado para o Cetra Morro do São Bento e, segundo biólogo, o quadro de saúde do réptil é grave
O jacaré-de-papo-amarelo “fisgado” por um pescador na manhã de quarta-feira, 1º de outubro, no Parque Maravilha, em Serrana, na Região Metropolitana de Ribeirão Preto. foi levado para o Centro de Triagem e Reabilitação de Animais Silvestres (Cetras) Morro do São Bento, vinculado à Secretaria de Meio Ambiente ,em estado grave.
A informação foi passada pelo biólogo Otávio Almeida, que integra a equipe de profissionais do Cetras Morro do São Bento – atende nas dependências do Bosque e Zoológico Municipal Doutor Fábio Barreto – que estão cuidando do réptil. Segundo o biólogo, o jacaré chegou bastante debilitado, com ferimentos que podem ter sido causados por trauma ou até por uma briga com outro animal.
Ele apresenta quadro de anemia e está recebendo dieta especial para reverter o quadro. Também tem recebido vitaminas para evitar o estresse de estar num ambiente fora do seu habitat e para evitar que o sistema imunológico se debilite.
O réptil foi submetido a vários exames clínicos e de imagens. Almeida também disse que, numa situação normal, ele não seria capturado com tanta facilidade, o que indica que já estivesse sofrendo de algum quadro patológico. Trata-se de um jacaré-de-papo-amarelo, uma espécie ameaçada de extinção. na quarta-feira, um homem pescou o jacaré em uma lagoa localizada no Parque Maravilha, em Serrana.
Segundo informações, o pescador percebeu que o réptil havia se enroscado no anzol e na linha da vara de pescar. Ele acionou um amigo. Os dois chamaram, então, a Guarda Civil Municipal (GCM) de Serrana. Os agentes pediram apoio para uma equipe do setor de zoonose da prefeitura de Serrana e foram até o local.
O jacaré foi retirado da linha do pescador e imobilizado. Ele veio para o Cetras em uma viatura. Integrante da rede de 28 Cetras do Estado de São Paulo, o Cetras Morro do São Bento vem se consolidando como referência na região, fortalecendo a proteção da fauna e contribuindo para o equilíbrio ambiental.
O Cetras Morro do São Bento, instalado no Bosque Zoológico Municipal Doutor Fábio Barreto, em Ribeirão Preto, já reintroduziu mais de mil animais em seus habitats naturais em pouco mais de um ano. São bichos vítimas de maus-tratos, do tráfico, da caça ilegal e de incêndios e atropelamentos.
O trabalho desenvolvido pelo Cetras é essencial para a conservação da fauna, oferecendo atendimento clínico e cirúrgico a animais silvestres que chegam debilitados, em sua maioria após contato com áreas urbanas. Grande parte do atendimento envolve aves que passam por tratamentos clínicos e nutricionais específicos para recuperar o tônus muscular e voltarem a voar. Desde sua criação, em 2024, o Cetras Morro do São Bento já atendeu cerca de 1.700 animais silvestres, promovendo reabilitação e soltura sempre que possível.
Quando a reintegração à natureza não é viável, os animais recebem assistência no Bosque Zoológico Municipal Doutor Fábio Barreto, onde o centro está instalado. O Bosque Fábio Barreto iniciou neste mês de setembro a utilização do Zoo 360, software desenvolvido pelos próprios técnicos da instituição que integra, de forma inédita, as áreas de nutrição, biologia e medicina veterinária, com atualizações em tempo real. A ferramenta representa um avanço para a gestão de animais silvestres, ao unificar processos e garantir mais eficiência nos cuidados.
Com a implantação, todo animal que chega ao zoológico ou ao Cetras já é cadastrado no programa. Outra inovação é a capacidade de auxiliar o setor de nutrição na elaboração de dietas adequadas, ajustadas inclusive às variações climáticas.