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Juiz mantém supostos hackers presos

O juiz Vallisney Oliveira, da 10ª Vara da Justiça Federal de Brasília (DF), negou nesta ter­ça-feira, 30 de julho, pedidos de liberdade dos investigados na Operação Spoofing, feitos pelos advogados de defesa após audi­ência de custódia com os suspei­tos de hackear o ministro da Jus­tiça e Segurança, Sergio Moro, o procurador da Lava Jato Deltan Dallagnol e outras autoridades.

Walter Delgatti Neto, o “Ver­melho”, de 30 anos, preso no bairro da Ribeirânia, na Zona Leste de Ribeirão Preto, que se­ria o líder da suposta quadrilha – ele já confessou à Polícia Federal ter hackeado Moro, Dallagnol e cerca de mil pessoas entre polí­ticos, empresários e jornalistas –, vai continuar preso.

Além de “Vermelho”, o mo­torista Danilo Cristiano Mar­ques, de 36 anos, o DJ Gustavo Henrique Elias Santos, de 28 anos, e a namorada dele, Sue­len Priscila de Oliveira, de 25, permanecerão no cárcere da Superintendência da PF até pelo menos esta quinta-feira, 1º de agosto, quando termina o prazo da prisão temporária – que pode virar preventiva, por tempo in­determinado.

Na sexta-feira (26), Vallis­ney de Oliveira decidiu prorro­gar por mais cinco dias a prisão temporária dos quatro alvos da Operação Spoofing – eles foram presos no dia 23 de julho em Ri­beirão Preto, Araraquara e São Paulo. O juiz da 10ª Vara Federal também autorizou um banho de sol ao dia para eles.

Segundo o advogado de de­fesa de Gustavo e Suelen, Arios­valdo Moreira, a expectativa é de que ambos sejam libertados até esta quinta-feira (1º), uma vez que Walter Delgatti Neto confessou ser o responsável pelo acesso aos celulares das autori­dades. O mesmo deverá ocorrer com Danilo Cristiano Marques, que também alega não ter parti­cipação na invasão dos celulares.

“E meus clientes negam par­ticipação desde o começo”, jus­tifica. O advogado de defesa de Delgatti, Luiz Gustavo Delgado, não comentou as declarações, mas já disse anteriormente que seu cliente tem problemas psi­quiátricos. A defesa de Marques diz que seu cliente é inocente.

Na segunda-feira (29), a pe­dido da Polícia Federal (PF), o Ministério Público Federal em Brasília (MPF-DF) prorrogou por 90 dias as investigações so­bre a ação de hackers. A prorro­gação sem aval da Justiça Fede­ral foi possível porque o pedido da PF ao MPF foi feito antes da prisão dos quatro investigados por invasão de telefones de auto­ridades, no dia 23.

Ribeirão Preto
Uma imagem da tela do celular de “Vermelho” indica que ele pode ter hackeado os celulares de políticos de Ribei­rão Preto. As vítimas seriam o prefeito Duarte Nogueira Júnior (PSDB), o deputado federal e líder do MDB na Câ­mara dos Deputados, Baleia Rossi, e o deputado estadual Léo Oliveira (MDB).

Nogueira confirma em nota que instalou o aplicativo depois que o outro que usava apresen­tou problemas, mas afirma que usa pouco o app. Baleia Ros­si espera que a Polícia Federal cumpra seu papel nas investiga­ções de acordo com a lei e com transparência. Léo Oliveira usa o Telegram e diz que a invasão de celulares é uma falta de res­peito, mas avisa que não há nada de errado nas mensagens.

Inicialmente, os quatro pre­sos são investigados pelos cri­mes de invasão de dispositivos informáticos e interceptações te­lefônicas, que prevê pena máxi­ma de três anos e quatro meses. Caso também sejam enquadra­dos na Lei de Segurança Nacio­nal, como defendem integrantes do Planalto, a punição pode che­gar a 15 anos de prisão.

O grupo suspeito de promo­ver ataques virtuais teve como alvo até o presidente da Repúbli­ca, Jair Bolsonaro (PSL). Na lista estão ainda os presidentes da Câ­mara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), além do ministro Alexandre de Moraes, do Supre­mo Tribunal Federal (STF). A lista de autoridades alvo do gru­po também inclui o presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), José Otávio Noronha

Além deles, a procuradora­-geral da República, Raquel Do­dge, e pelo menos 25 membros do Ministério Público Federal. Ainda há o ministro Paulo Gue­des, da Economia, e a líder do governo Bolsonaro no Congres­so, Joice Hasselmann (PSL-SP). Nem todas as vítimas foram identificadas. Segundo a Polícia Federal, a ofensiva revela a vul­nerabilidade da comunicação na cúpula dos três Poderes.

No caso de Bolsonaro, os investigadores já sabem que a tentativa de acessar os dados no aplicativo Telegram foi bem-su­cedida e ocorreu neste ano. O conteúdo das mensagens, con­tudo, não será analisado pela PF, mas encaminhado à Justiça Federal. No Palácio do Planalto, o fato é considerado crime de se­gurança nacional.

“Vermelho” afirmou em depoimento que iniciou suas invasões por um promotor de sua cidade natal, Araraquara. Marcel Zanin Bombardi foi res­ponsável pela denúncia contra “Vermelho”, em 2017, por trá­fico de drogas e falsificação de documentos públicos, na oca­sião em que foi preso com re­médios e uma carteirinha falsa da Medicina da Universidade de São Paulo (USP). A partir da invasão do celular do promotor de Justiça, o hacker diz que ob­teve contatos de procuradores, já que acessou um grupo do Ministério Público Federal.

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