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Juiz ouve testemunhas de defesa e acusação do caso Nelson

O empresário Nelson Carreira Filho desaparecido desde de 16 de maio passado, teria sido morto por Marlon em Cravinhos (Arquivo pessoal)

Por: Adalberto Luque

Começou nesta segunda-feira, 24 de novembro, às 13h30, a audiência de instrução do caso que apura a morte do empresário paulistano Nelson Francisco Carreira Filho, de 43 anos, ocorrida em Cravinhos, em 16 de maio deste ano. Nessa fase, serão ouvidas testemunhas de acusação e defesa e o interrogatório dos réus já presos – Marlon Couto de Paula Júnior, que confessou o crime por carta, segue foragido. O Tribunal de Justiça de São Paulo marcou o processo entre os dias 24 e 27 de novembro.

As sessões estão ocorrendo no Fórum de Justiça de Cravinhos, município onde o crime foi registrado. O juiz responsável pela audiência de instrução é Rodrigo Brandão Sé. De acordo com o TJSP, o processo corre em segredo de Justiça.

Em 17 de julho, o Ministério Público de São Paulo (MPSP) denunciou sete suspeitos de participação na morte do empresário, entre eles cinco homens e duas mulheres. A denúncia, assinada pelo promotor Paulo Augusto Radunz Junior, pede a condenação dos envolvidos, o confisco do veículo usado para transportar o corpo até o Rio Grande, em Miguelópolis, e a fixação de indenização de R$ 500 mil destinada à esposa e à filha da vítima.

Marlon e Marcela foram a São Paulo confortar a família da vítima pelo crime que ele próprio admitiu ter praticado (Foto: Reprodução)

Entre os denunciados está o empresário Marlon Couto Paula Júnior, de 26 anos, acusado de homicídio qualificado por motivo torpe e impossibilidade de defesa da vítima, além de ocultação de cadáver, fraude processual e falsidade ideológica. Ele confessou ter matado Nelson Carreira após uma discussão relacionada a desavenças comerciais, mas sustenta que agiu em legítima defesa.

O diretor-executivo das empresas de Marlon, Tadeu Almeida Silva, de 42 anos, foi denunciado por participação direta no assassinato, ocultação de cadáver e fraude processual. Os demais suspeitos respondem a imputações variadas, como ocultação de cadáver, favorecimento pessoal, fraude processual e falsidade ideológica.

O eletricista Felippe Miranda, de 31 anos, é investigado por envolvimento na ocultação do corpo. Ele admitiu ter transportado o cadáver até o Rio Grande, em Miguelópolis, onde teria sido descartado, mas afirmou que desconhecia a natureza do crime. Felippe participou das buscas, mas foi indiciado pelo delegado Heitor Moreira Assis por ocultação de cadáver e fraude processual.

As buscas no Rio Grande se estenderam por vários dias, mas os restos mortais de Nelson Carreira não foram encontrados. Marlon Couto está foragido e é suspeito de ter deixado o país. Seu nome foi incluído no Banco Nacional de Procurados.

Segundo a investigação, Tadeu Almeida presenciou o homicídio, ajudou a envolver o corpo em uma lona e levou o veículo da vítima para São Paulo, onde o abandonou na Zona Norte da capital. Marcela Silva de Almeida, esposa de Marlon, foi apontada por ter acompanhado o marido até a casa da vítima para prestar solidariedade à família e acabou indiciada por fraude processual.

Tadeu (esquerda) foi o primeiro a ser preso e Marlon (direita) segue foragido(Fotos: Reprodução)

O irmão de Marlon, Murilo Couto Paula, foi indiciado por ocultação de cadáver e falsidade ideológica. Câmeras de segurança o registraram dirigindo o carro usado no crime na Rodovia Anhanguera na data do desaparecimento da vítima. Ele teria contratado um serviço de dedetização por R$ 1,5 mil na empresa do irmão, com suspeita de que a ação serviu para esvaziar o prédio e facilitar uma emboscada. Segundo o delegado, Murilo se apresentou como Marlon ao assinar o documento e fez o pagamento pessoalmente. Embora a dedetização tenha sido realizada à noite, os funcionários foram dispensados durante todo o dia. A defesa nega sua participação.

Nelson Carreira havia deixado São Paulo rumo a Cravinhos para uma reunião de negócios e não foi mais visto. Os pais de Marlon, Couto e Lilian Paula, foram indiciados por favorecimento pessoal. Já Carlos Eduardo Silva Cunha, funcionário da empresa do principal suspeito, foi indiciado por falso testemunho. O Ministério Público não informou se ele foi denunciado, pois o processo tramita sob segredo de Justiça.

Os pais de Marlon foram indiciados porque, quando foram decretadas as prisões temporárias de Marlon, Tadeu e Marcela, eles foram até o condomínio onde o casal morava. Marcela saiu correndo, entrou no carro dos sogros e ficou desaparecida por uma semana, até se apresentar à polícia com uma carta de confissão escrita pelo marido. Ela obteve habeas corpus e responde em liberdade. Sua defesa afirma que ela não tinha conhecimento dos fatos. A defesa de Carlos Eduardo disse que ele desconhecia seu indiciamento. As defesas dos pais e do irmão de Marlon não se manifestaram.

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