O juro médio total cobrado pelos bancos no rotativo do cartão de crédito subiu 5,3 pontos percentuais entre julho e agosto, de 446,2% (dado revisado) para 451,5% ao ano, informou o Banco Central nesta segunda-feira, 29 de setembro.
A taxa do parcelado passou de 183,4% (revisado) para 180,7% ao ano. Considerando o juro total do cartão de crédito, que leva em conta operações do rotativo e do parcelado, a taxa passou de 88,7% (dado revisado) para 90,7%. O Congresso definiu em lei que os juros do rotativo e do parcelado não poderiam ultrapassar 100% do principal da dívida.
O teto para os juros e encargos da modalidade passou a valer em janeiro de 2024. As taxas apresentadas pelo BC podem sugerir que os bancos estejam descumprindo a lei, mas o que acontece é apenas um registro estatístico.
Para chegar às taxas anuais, a autoridade monetária extrapola o juro cobrado ao mês pela instituição financeira para o ano. Essa taxa nem sempre é efetivada, já que os consumidores normalmente ficam “pendurados” no cartão por apenas dias ou semanas.
O BC não pretende descontinuar essa série histórica, que serve como referência para mostrar a velocidade de aumento ou redução dos juros e também é um dos componentes para se chegar à taxa cobrada pelo sistema como um todo. Juro médio no crédito livre – As concessões de crédito livre dos bancos diminuíram 3,3% em agosto, na comparação com julho, para R$ 555,6 bilhões. No acumulado de doze meses, crescem 11,7%.
Os dados não incorporam ajustes sazonais. Concessões para pessoas físicas caíram 2,0% no mês, para R$ 313,5 bilhões. No acumulado de doze meses, avançam 11,1%. As concessões para empresas recuaram 4,9% no mês, para R$ 242,1 bilhões.
Em doze meses, têm alta de 12,5%. A taxa média de juros no crédito livre passou de 45,6% em julho (dado revisado) para 46,0% em agosto. Em agosto de 2024, a taxa era de 39,7%. O juro médio do crédito livre para pessoas físicas passou de 57,9% (revisado) para 58,4%.
A taxa cobrada das empresas aumentou de 25,0% em julho para 25,2% em agosto. Cheque especial – A taxa do cheque especial recuou de 138,2% (revisado) para 137,9%. A do crédito pessoal total saiu de 49,1% para 49,3%. O juro médio no crédito para aquisição de veículos permaneceu em 27,3%.
A taxa média no crédito total, que inclui operações livres e direcionadas (com recursos da poupança e do BNDES), oscilou de 31,6% (revisado) para 31,8%. Em agosto de 2024, estava em 27,6% Inadimplência – A taxa de inadimplência nas operações de crédito livre aumentou de 5,2% em julho para 5,4% em agosto. Para pessoas físicas passou de 6,5% para 6,8% no período. A de empresas se manteve em 3,3%. A inadimplência do crédito direcionado, com recursos da poupança e do BNDES, passou de 1,8% em julho para 2,0% em agosto.
Considerando o crédito total, que inclui o livre e o direcionado, a taxa passou de 3,8% para 3,9%. Endividamento das famílias – O endividamento das famílias brasileiras com o sistema financeiro ficou passou de 48,8% em junho (dado revisado) para 48,6% em julho. O recorde histórico foi atingido em julho de 2022, com 49,9%.
Descontadas as dívidas imobiliárias, o endividamento passou de 30,6% em junho (revisado) para 30,4% em julho. O comprometimento de renda das famílias com o Sistema Financeiro Nacional (SFN) passou de 28,0% (revisado) para 27,9%. Sem contar os empréstimos imobiliários, passou de 25,9% (revisado) para 25,8%.
O saldo de financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para empresas aumentou 0,3% em agosto, na comparação com julho, informou o Banco Central. O estoque atingiu R$ 450,038 bilhões, uma alta de 7,5% em 12 meses As linhas de financiamento agroindustrial do BNDES cresceram 0,3% em agosto. O financiamento de investimentos aumentou 0,3%, enquanto o crédito para capital de giro caiu 0,9% na mesma comparação.

