Eduardo Felipe de Araújo Lima, conhecido como Dudu, morreu em 2015, aos 19 anos
Próximo adversário do Botafogo na Série B do Campeonato Brasileiro, o Volta Redonda foi condenado pela Justiça do Trabalho do Rio de Janeiro, neste mês, a pagar uma indenização de R$ 242,5 mil aos pais do ribeirão-pretano Eduardo Felipe de Araújo Lima, ex-jogador da base do clube que morreu em 2015, aos 19 anos de idade.
No processo movido por Eduardo Lúcio de Lima e Josicléia Leite de Araújo, a conclusão foi que o Volta Redonda agiu com negligência ao não garantir o atendimento médico adequado e imediato, descumprindo seu dever de cuidado com os jovens sob sua responsabilidade.
“Ficou comprovado que o atleta foi exposto a condições inseguras e à falta de cuidado médico. O reconhecimento da doença laboral representa uma vitória da justiça e da verdade”, destacou a advogada Poliana Beordo, que atuou na defesa da família.
Relembre o caso
Dudu, como era conhecido, nasceu em 1995, em Ribeirão Preto, e passou pelas categorias de base de Botafogo e Palmeiras antes de chegar ao Voltaço, em 2014. Em março do ano seguinte, o atleta apresentou sinais compatíveis com dengue, conforme confirmado posteriormente por exames. Ele ainda atuou em três partidas depois do início dos primeiros sintomas.
O ribeirão-pretano continuou escalado para as atividades e não teria passado por acompanhamento médico adequado, sem afastamento das atividades físicas intensas. No início de abril, Dudu voltou de ônibus para Ribeirão Preto. Ele foi internado no começo do mês seguinte e morreu 12 dias depois, em 16 de maio, vítima de infecção generalizada decorrente de uma broncopneumonia, na Santa Casa da cidade.
De acordo com a defesa da família, a perícia judicial confirmou que a manutenção dos treinos durante a infecção resultou em agravamento do quadro de saúde, o que levou o jovem a uma injúria renal aguda e culminou em sua morte.
O TRT-RJ reconheceu que o caso configura doença laboral por conta do agravamento da doença em razão direta das condições de trabalho e da omissão do clube em afastar o atleta e garantir o tratamento necessário. Desta forma, o Volta Redonda foi condenado ao pagamento de indenização por danos morais e materiais aos pais de Dudu.
“Nenhum valor compensa a perda de um filho, mas decisões como esta ajudam a transformar a dor em mudança. Que o caso de Dudu sirva de alerta para que clubes e instituições priorizem a vida acima de qualquer resultado”, completou Poliana Beordo.

