Kleber Archanjo dos Santos, réu pelo homicídio qualificado do jogador de futebol Felipe Diogo Bernardes Ferreira, protocolou carta à 4ª Vara do Tribunal do Júri de Ribeirão Preto manifestando a intenção de comparecer voluntariamente ao julgamento. Ele está foragido desde 2023, mas afirmou que não pretende recorrer da decisão que o submeteu ao Tribunal do Júri.
No documento, endereçado diretamente ao juiz responsável pelo caso, Kleber pede celeridade na designação da data da sessão plenária. “Estou pronto para enfrentar o tribunal dos homens, pois minha consciência já me absolveu perante Deus”, escreveu.
A Justiça de São Paulo já havia decidido, na semana passada, pela submissão do réu ao júri popular, acolhendo integralmente a denúncia oferecida pelo Ministério Público. Kleber é acusado de homicídio triplamente qualificado, por motivo fútil, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima, conforme tipificação do artigo 121, §2º, incisos II, III e IV do Código Penal.
Réu permanece foragido
Embora tenha declarado que comparecerá à sessão, Kleber segue com mandado de prisão preventiva em aberto. Ele alega, na carta, que sua fuga não se deu por desafio à autoridade judicial, mas sim por temer pela própria vida, após supostas ameaças. “Fui jurado de morte e vivo com medo constante de ser silenciado antes mesmo de limpar meu nome”, afirmou.
O processo segue em fase de agendamento da sessão do Tribunal do Júri. A defesa formal ainda não apresentou petição ratificando o conteúdo da correspondência entregue diretamente por Kleber.
O crime
O fato ocorreu no dia 31 de outubro de 2023, na zona Norte de Ribeirão Preto. A vítima, Felipe Diogo, de 21 anos, que à época atuava pelo São Bernardo Futebol Clube, foi alvejada por 10 disparos de arma de fogo. Segundo a investigação, o autor dos tiros foi Kleber, tio da ex-namorada da vítima, com quem Felipe teria tido um histórico de conflitos e uma ocorrência de violência doméstica registrada duas semanas antes do crime.
De acordo com o inquérito, Felipe teria ido até a residência da ex-companheira para conversar, quando foi surpreendido pelos disparos. Testemunhas afirmaram que ele chegou a ser socorrido por moradores, mas não resistiu aos ferimentos e faleceu na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Norte.
Andamento processual
O Ministério Público sustenta que o crime foi premeditado e praticado por motivo fútil, com extrema violência, e solicita a manutenção da prisão preventiva para garantia da ordem pública e da aplicação da lei penal. O juízo aguarda definição da data do júri, que será realizado mesmo sem a apresentação voluntária do acusado, caso persista a situação de foragido.
O processo tramita em segredo de justiça no tocante a trechos sensíveis relacionados à vítima e testemunhas.
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