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Justiça expulsa fazendeiro de condomínio

Decisão contempla resultado de assembleia de moradores e impede que Alípio João Júnior volte ao prédio

Justiça determinou a expulsão de Alípio do apartamento de sua mãe e, em caso de desobediência, multa é de R$ 1.000 por dia (Foto: Redes Sociais)

Por: Adalberto Luque

O Tribunal de Justiça de São Paulo determinou a expulsão do fazendeiro Alípio João Júnior do condomínio onde morava, no Centro de Ribeirão Preto. A decisão contempla o resultado de assembleia realizada no dia 11 de agosto.

Na ocasião, dos 48 apartamentos do condomínio Edifício Portinari localizado na Rua Garibaldi, 41 participaram da assembleia e 36 votaram favoráveis à expulsão do homem, que já teria ameaçado outros moradores e, em junho, foi preso ao atirar com uma espingarda de pressão em um funcionário de um shopping center.

Na sentença, a juíza Roberta Luchiari Vilela se posiciona favorável à expulsão. “Determina-se ao réu, portanto, abstenha-se de retornar ao Condomínio autor para moradia e de ingressar em suas dependências, sob pena de multa de R$ 1.000,00 por dia de descumprimento. Considerando que o réu está representado por patrono constituído, a intimação da presente decisão será feita na pessoa do patrono em questão”, justifica a juíza.

Fazendeiro não poderá voltar ao Edifício Portinari por determinação da Justiça (Foto: Alfredo Risk)

O despacho também esclarece que Alípio não era proprietário do imóvel e que ocupava o apartamento por comodato cedido pela mãe. A defesa do fazendeiro disse que a expulsão de Alípio não tem efeito algum na apuração criminal e ele já deixou o apartamento. Também informou que aguarda autorização da Justiça para transferência do fazendeiro, que está preso no Centro de Detenção Provisória (CDP) de Ribeirão Preto, para um hospital psiquiátrico.

Relembre o caso

O “furioso da cancela” é investigado no Ministério Público e na Polícia Civil em casos que vão desde perturbação do sossego até ameaças, injúria racial, perseguição e coação a vizinhos. Ele responde por ações criminais e cíveis, entre elas, pedidos de indenizações por danos materiais e morais feitos pelos vizinhos, além de sua expulsão.

Antes de as ameaças no prédio se tornarem públicas, Alípio foi preso em junho após atirar com arma de pressão contra um segurança em um shopping, irritado por não conseguir sair do estacionamento sem o cupom. A vítima foi socorrida, sem risco de morte.

Desde então, os moradores relataram explosões de bombas juninas e ameaças. Diversos boletins de ocorrência foram registrados denunciando a violência, inclusive um caso de tentativa de invasão.

O promotor Paulo José Freire Teotônio considerou que ele representa risco à convivência em sociedade. Há ainda investigações por maus-tratos a animais e cárcere privado de uma ex-namorada. Segundo o advogado, os problemas com Alípio começaram em 2018.

 

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