Mário Palumbo *
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A meritocracia é um sistema social onde o sucesso e a posição de uma pessoa são determinados principalmente pelo seu mérito, esforço e capacidade, e não por privilégios de nascimento ou outros fatores externos.
Será que todas as pessoas têm possibilidade de progredir no caminho da ética e do progresso humano?
As crianças que nascem em família estável com pais que acodem com carinho e firmeza tem chance de ser bons cidadãos, mas as crianças que nascem de pais separados ou da ausência paterna, na pobreza extrema, no meio de ambiente hostil e violento, que se pode esperar dessas crianças?
Filhos de traficantes que fazem apologia da violência e da droga, podem virar de repente fautores dos bons costumes e da honestidade? É quase impossível que eles virem bons cidadãos. É por isso que o Estado deve propiciar paz e educação.
O trabalho é árduo, mas sem uma educação libertadora baseada na racionalidade e na disciplina, recheada de carinho e acolhimento não há possibilidade do crescimento. O padre Haroldo Joseph Rahm conseguiu em Campinas levar o seu Instituto a ser o terceiro do mundo no resgate de dependentes químicos. Baseou sua educação no amor exigente; tanto o dependente quanto sua família devem participar do processo de resgate. A meritocracia tem seu lado positivo, mas se não for completada com a educação baseada no carinho e na disciplina, pode incorrer em extremismo e orgulho, que não favorecem o progresso do cidadão.
Sobre milhares de casos de pessoas que nascem em ambiente hostil, quantos conseguem sair desses ambientes e se tornar cidadãos honestos? Acreditamos que só a educação pode transformar essa realidade cruel dando oportunidade aos menos afortunados.
* Professor e padre casado

