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Mongólia

Feres Sabino *
advogadoferessabino.wordpress.com

Mongólia era simplesmente o nome de uma região distante. Ela se aproxima, mais e mais, graças a uma amiga, apaixonada por viagens, pessoas, povos, terras selvagens ou terras defloradas pela modernidade, inclusive tecnológicas.

Ela é a Luciana Palma, inicialmente cliente, depois uma amiga dileta, que já visitou 134 (cento e trinta e quatro) paises, e que até agora suportou a pressão  para se tornar a memorialista de tantas viagens, sendo que sua ansiedade por conhecer ainda promete não sei quantas viagens.

Ela não se contenta com museus; andar é com ela, por ruas, praças e estradas, conversando com quem possa e queira conversar, descobrindo não só o hábito de viver sob tal ou qual regime político, o desassossego da  juventude, a sabedoria dos velhos, as condições de trabalho e vida, a liberdade de homens e mulheres, a relação com a natureza machucada, em quase todo  o mundo.

Ela poderia ser tranquilamente uma professora de sociologia, ou uma historiadora com tendência arqueológica. E, ainda, depois de cada viagem ainda lê o que descobre ligado à terra que conheceu, como faz com o país de sua última viagem— a Mongólia. Esse país, que se localiza na Ásia Central, e cujas fronteiras são com a Rússia e a China, foi o berço de uma civilização, que num determinado e longo
período conquistou e implantou o maior império territorialmente contínuo da
história do mundo.

A contrapartida dessa continuidade de terras, a história nos apresenta o império britânico, esparramado grandiosamente, mas por pedaços  de longas terras ou de ilhas, aqui e acolá.

Mongólia não tem saída para qualquer mar, e foi nela que surgiu a grande figura humana, militar, estadista, governante, que conseguiu reunir as tribos da  região (século XIII), com identidade mongol, fundando o majestoso império  mongol, Gengis Khan ( 31/5/1162 até agosto de/1227), cujo reinado cobriu o período de 1206 a 1227, ou seja, até sua morte, e que compreendia do  Oceano Pacifico ao Mar Cáspio e o norte do Mar Negro.

Ela contou singelezas, como a caça com águias, que os homens das montanhas as submetem ao aprendizado de pegar não só as raposas, como  também animais pequenos. Ficam eles e elas nas montanhas porque elas precisam enxergar a presas, e voar até prendê-las naquelas garras afiadas,  esperando a chegada de seus donos.

Ela se deslocou, uma vez, de um lado a outro, nos seus trinta dias de permanência, com um velho carro, tipo jipe, e a cavalo por mais de oito horas  com esse. Os pneus furaram com muita frequência, porque a estradas são incrivelmente ruins.

O (a) viajante sempre pergunta ao dono das cabanas se podem ali ser recebido e pernoitar, e sempre a resposta é positiva, para aquele convívio coletivo e  receptivo. Higiene não existe.

O inverno de lá chega a menos quarenta e cinco (-45) ou menos cinquenta (- 50), graus o que os obriga a usar peles, dos animais que criam. Dentre eles um animal não muito grande, lembra nossos bovinos, com a diferença de terem um volume grande de pelos.

A alimentação básica á baseada na carne. E o leite é equino, ou seja, das éguas, no qual se acrescentam água e chá.  A prática de viajar para conhecer, conviver, e especialmente assumir a cultura  de outros países e terras é um meio utilizado pioneiramente pelos árabes, sendo que na guerra a preservação cultural dos povos conquistados era respeitada e incentivada. Luciana Palma está lendo tudo sobre Gengis Khan.

* Procurador-geral do Estado no governo de André Franco Montoro e
membro da Academia Ribeirãopretana de Letras

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