Por: Adalberto Luque
Moradores do condomínio onde mora o fazendeiro Alípio João Júnior, de 58 anos, aprovaram, na noite desta segunda-feira (11), sua expulsão. Os moradores do prédio, que fica na rua Garibaldi, Centro de Ribeirão Preto, realizaram uma assembleia para decidir a questão.
Dos 48 moradores do prédio, 41 participaram da assembleia – cinco não puderam por estarem inadimplentes. Para expulsar Alípio, era preciso que 2/3 dos condôminos participassem. E, com 36 votos favoráveis, os moradores decidiram expulsar o morador, que já teria ameaçado outros moradores e, em junho, foi preso ao atirar com uma espingarda de pressão em um funcionário de um shopping center.
Os moradores já haviam entrado com ação na Justiça, no dia 23 de julho, onde pediam a expulsão de Alípio. Contudo, a juíza Roberta Luchiari Villela indeferiu, esclarecendo que isso só pode ocorrer após aprovado em assembleia.
O advogado dos moradores, Hamilton Paulino Pereira Júnior, disse que deve entrar com pedido de liminar ainda nesta terça-feira (12), pedindo a expulsão de Alípio. Desta forma, a ação volta a ser apreciada no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) e a Justiça é quem vai determinar pela expulsão.
Defesa
O advogado Júlio Mossin, que é o defensor de Alípio, considerou a assembleia inócua. “A defesa compreende que a medida é inócua, uma vez que o Alípio já deixou o prédio. Inclusive, sua família, desde a sua prisão, já vem desocupando o imóvel”, disse o advogado.
Mossin também confirmou que pediu a transferência do fazendeiro para uma clínica psiquiátrica, mas isso ainda não evoluiu. “Estamos aguardando perícia para efeito de transferência.”
Relembre o caso
O “furioso da cancela” é investigado no Ministério Público e na Polícia Civil em casos que vão desde perturbação do sossego até ameaças, injúria racial, perseguição e coação a vizinhos. Ele responde por ações criminais e cíveis, entre elas, pedidos de indenizações por danos materiais e morais feitos pelos vizinhos, além de sua expulsão.
Antes de as ameaças no prédio se tornarem públicas, Alípio foi preso em junho após atirar com arma de pressão contra um segurança em um shopping, irritado por não conseguir sair do estacionamento sem o cupom. A vítima foi socorrida, sem risco de morte.
Desde então, os moradores relataram explosões de bombas juninas e ameaças. Diversos boletins de ocorrência foram registrados denunciando a violência, inclusive um caso de tentativa de invasão.
O promotor Paulo José Freire Teotônio considerou que ele representa risco à convivência em sociedade. Há ainda investigações por maus-tratos a animais e cárcere privado de uma ex-namorada. Segundo o advogado, os problemas com Alípio começaram em 2018.
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