Morreu neste domingo, 20 de julho, o professor, diretor teatral e teatrólogo Magno Bucci, aos 77 anos. Ele era coordenador e fundador do GUT – Grupo Universitário de Teatro da Unaerp, o mais longevo grupo universitário em atividade no Brasil. A causa da morte não foi divulgada, e ainda não há informações oficiais sobre o velório e o sepultamento.
Magno Bucci dedicou sua vida ao teatro como instrumento de transformação social. Atuava na Universidade de Ribeirão Preto desde 1978, onde formou gerações de artistas, professores, comunicadores e educadores. Fundado em 1980, o GUT era conduzido por ele até os dias atuais, sendo reconhecido por seu foco na socioeducação, conceito defendido pelo próprio diretor como central à sua obra.
“O teatro que eu faço hoje é um trabalho só de ampliação de horizontes; eu não tenho preocupação estética. Eu faço um teatro socializador, que tem mais função social do que estética”, dizia Bucci.
Nascido em São Paulo em 15 de agosto de 1947, Magno residia em Ribeirão Preto desde 1987. Além da Unaerp, atuou como professor na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), na USP Ribeirão Preto e no sistema prisional paulista. Em 2005, levou o teatro para a antiga Cadeia Feminina de Ribeirão Preto e, depois, à Penitenciária de Serra Azul, enfrentando o desafio de adaptar os métodos acadêmicos à realidade das detentas.
“A realidade delas exigia um método de trabalho diferente. Teríamos que descobrir, juntos, como fazer a proposta funcionar”, disse certa vez.
Além do GUT, Bucci criou e dirigiu importantes projetos culturais na cidade e na região, como a companhia AgnosArt, que revelou talentos como a atriz Débora Duboc e o ator e jornalista Antonio Carlos “Cacalo” de Almeida Campos, e o Coro Cênico Bossa Nossa, ligado à USP, que o levou a ser convidado a dirigir uma montagem semelhante em Roma.
Magno era formado em Pedagogia, mestre e doutor em Teatro pela ECA-USP. Sua trajetória começou no TBC – Teatro Brasileiro de Comédia, mas foi transformada pela montagem de “Morte e Vida Severina”, de João Cabral de Melo Neto com música de Chico Buarque, no TUCA (Teatro da Universidade Católica), da PUC-SP.
A Unaerp manifestou profundo pesar pela perda do professor:
“Magno era daquelas almas raras que transformam ideias em emoção e palco em vida.”

