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Mulher de assalto a prédio do Centro se entrega à Polícia

Júlia Moretti de Paula se entregou em Araçatuba e se manteve em silêncio; ela deve ficar presa na região do Noroeste Paulista

Júlia, que se entregou em Araçatuba e ficou em silêncio durante interrogatório, está entre os 17 réus pelo assalto (Foto: Redes Sociais/Divulgação)

Por: Alfredo Risk e Adalberto Luque

Uma das articuladoras do assalto ao Edifício Jatiúca, no Centro de Ribeirão Preto, ocorrido no dia 24 de setembro, já está atrás das grades. Júlia Moretti de Paula se entregou na cidade de Araçatuba, região noroeste do Estado, a 330 km de Ribeirão Preto, na manhã desta segunda-feira (24).

Segundo o delegado responsável pelas investigação, André Baldochi, ela permaneceu em silêncio durante o interrogatório, realizado na Central de Polícia Judiciária (CPJ) de Araçatuba. “Há cerca de 10 dias, vínhamos negociando com a defesa e o advogado demonstrou interesse na entrega espontânea. Com isso, ela se apresentou com a condição de não ser trazida para Ribeirão Preto”, explicou.

Júlia tem família em Araçatuba e, por conta de haver mandado de prisão preventiva, ela deve ficar em uma penitenciária naquela região, mais próxima dos parentes. A mulher é a 15ª integrante da quadrilha a ser presa, dos 17 já identificados.

Segundo o delegado André Baldochi, além de modernas técnicas de investigação, delação premiada ajudou a identificar organização criminosa (Foto: Alfredo Risk)

Delação premiada

Segundo Baldochi, durante as investigações foram empregadas diversas técnicas de investigação, através de inteligência, outras modernas e, uma delas, foi a delação premiada. “Um dos suspeitos presos manifestou interesse em colaborar. Nós, da Polícia Civil e o Ministério Público, iniciamos negociação e chegamos a um termo”, explicou.

No processo, a pessoa não apenas colaborou para que alguns dos autores fossem identificados, mas também delatou outros roubos feitos pelo grupo em Ribeirão Preto e região. “Com isso, mais pessoas foram presas em decorrência desta delação. Conseguimos constatar que essa organização já vinha agindo em Ribeirão Preto e região”, acrescentou o delegado.

Parte dos integrantes da organização criminosa eram da Capital e do litoral. Segundo Baldochi, faltam poucos que ainda não foram identificados, mas as investigações estão prosseguindo. Sobre outros roubos praticados pelo grupo em Ribeirão Preto e região, o delegado preferiu ficar apenas nos dois já conhecidos, na rua Campos Sales e na Ribeirânia (ocorrido em 17 de maio deste ano, onde parte das joias roubadas foi anunciada para venda em um programa de TV). Ele não quer prejudicar as investigações.

Pelo menos 10 pessoas fortemente armadas participaram do roubo; Júlia foi a única que não escondeu o rosto (Foto: Divulgação)

O delegado revelou que com a delação premiada, cerca de 10 novos inquéritos foram instaurados. O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) homologou a delação premiada. O MP já teria oferecido denúncia para todos os identificados. A Polícia Civil e o MP também pediram a prisão preventiva de todos os envolvidos, autorizado pela Justiça. Desta forma, os presos não têm prazo para serem liberados, como no caso da prisão temporária, por até 30 dias, prorrogáveis por outros 30 dias.

Baldochi explicou que, graças à extração de dados dos celulares apreendidos, foi possível constatar que alguns dos receptadores não apenas compravam e revendiam as joias, mas participavam ativamente da organização criminosa. Um desses receptadores, inclusive, teria comprado perucas usadas pelos assaltantes ao Edifício Jatiúca.

Receptador teria ajudado a conseguir os carros usados no assalto (Foto: Divulgação)

Outro receptador teria intermediado o fornecimento dos carros usados pelos assaltantes durante o arrastão. “Eles vão responder não apenas por receptação, mas pelo próprio roubo, pela organização criminosa”, garantiu Baldochi.

Uma informação importante: depois da prisão de um joalheiro de Ribeirão Preto que teria comprado joias do roubo ocorrido na Ribeirânia, os criminosos passaram a vender as joias já derretidas. Isso dificultou a recuperação das joias, segundo o delegado. Ainda assim, Baldochi explicou que o grupo teria revendido as joias por R$ 280 mil e cerca de R$ 100 mil deste montante foi recuperado. As investigações prosseguem.

Pelo menos seis apartamentos foram roubados e prejuízo passa de R$ 4 milhões (Foto: Alfredo Risk)

Relembre o caso

No dia 24 de setembro, um grupo de 10 pessoas fortemente armado praticou um arrastão no Edifício Jatiúca, na rua Campos Salles, Centro da cidade. Apenas Júlia, presa nesta segunda-feira, não usou disfarce. Os demais usavam perucas, gorros ou capuzes.

 

Eles teriam invadido seis apartamentos e fugiram levando cerca de R$ 4 milhões em joias, dinheiro e através de Pix feitas junto a moradores rendidos. No dia do assalto, duas pessoas já foram presas. Dos 17 identificados, 15 estão presos preventivamente. Outros dois são procurados e mais alguns ainda não foram identificados.

Roubo na Ribeirânia

No dia 17 de maio, quatro homens armados e agindo com violência invadiram uma residência a partir de um imóvel que estava para alugar, na avenida Costábile Romano, Ribeirânia, zona Leste. Eles levaram cerca de 300 joias, oito relógios de luxo e dinheiro.

Dias depois, a vítima viu suas joias sendo oferecidas para venda em um programa de TV produzido em Curitiba (PR). Após investigações, o esquema foi desmontado e parte das joias recuperadas. Seis pessoas já foram presas e a Polícia Civil trabalha com a possibilidade de que integrantes das quadrilhas tenham participado dos dois roubos, além de outros na região.

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