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Nasa mostra dimensão de ciclone

As imagens da Nasa destacam a amplitude do fenômeno, evidenciando o alcance do ciclone extratropical sobre os estados afetados no Brasil | Divulgação/Nasa

Roberta Jansen (AE)

Imagens captadas pelo satélite meteorológico GOES-19, da Agência Aeroespacial dos Estados Unidos (Nasa), mostram a dimensão do ciclone extratropical que atingiu o Brasil nesta semana. As imagens destacam a amplitude do fenômeno, evidenciando seu alcance sobre os estados afetados.

Formado na região Sul, o ciclone alterou as condições do tempo em diversas áreas, provocando tempestades e rajadas de vento. As chuvas e fortes rajadas provocadas pelo fenômeno causaram danos em pelo menos dez municípios do Rio Grande do Sul e deixaram três vítimas em Santa Catarina.

Em São Paulo, o ciclone trouxe um vendaval histórico, com ventos de até 98 km/h, velocidade nunca antes registrada pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) desde o início das medições, em 1963. A Defesa Civil do Estado contabiliza duas mortes, uma em Campos de Jordão e outra no Jardim Sapopemba, Zona Leste da capital paulista. Também nteve muita chuva e rajadas de vento em Ribeirão Preto, com queda de árvores e alagamentos

O sistema já se afasta do país pelo Oceano Atlântico e, segundo a Climatempo, não exerce mais influência sobre o tempo no país. O ciclone extratropical se forma a partir do encontro entre uma massa de ar quente e uma massa de ar frio em latitudes mais elevadas – um processo contínuo que, normalmente, ajuda a regular a temperatura do planeta.

Por isso, os ciclones são muito frequentes. Porém, na maior parte das vezes, eles ocorrem sobre o mar e não são muito fortes e, por isso, passam despercebidos. Com o aquecimento global, o aumento geral da temperatura e da umidade vem tornando os fenômenos mais intensos, como o visto nos últimos dias em São Paulo.

A formação e o desenvolvimento (ou, no linguajar da meteorologia, a ciclogênese) de um ciclone extratropical ocorrem em estágios claros. O estágio inicial ocorre em uma área de transição, onde há grandes diferenças de temperatura e umidade, com intenso cisalhamento do vento (diferenças substanciais de velocidade e direção do vento em curtas distâncias).

Forma-se, então, uma área de baixa pressão atmosférica; isto é um vácuo para onde o ar tende a convergir. Com a formação dessa área de baixa pressão atmosférica, as massas de ar começam a interagir de forma mais organizada. O ar quente, menos denso, é forçado a subir para além do ar frio, mais denso. Esse movimento ascendente do ar quente e úmido provoca a formação de nuvens carregadas e chuvas intensas.

O sistema começa então a girar no sentido horário no Hemisfério Sul (anti-horário no Hemisfério Norte). O ciclone atinge a sua intensidade máxima com um centro de baixa pressão bem definido e ventos fortes (que podem ultrapassar 90 km/h). A frente fria avança rapidamente ocludindo (encontrando e levantando) a frente quente, formando uma frente oclusa.

Em determinado ponto, o ar frio acaba por envolver completamente o centro de baixa pressão, cortando o suprimento de ar quente e úmido oriundo da superfície. O sistema começa, então, a perder energia, as nuvens se dissipam gradualmente e os ventos diminuem até a dissolução completa do ciclone.

Os ciclones extratropicais costumam ser grandes, podendo ter até mais de mil quilômetros de extensão, e sua duração varia de algumas horas a até dois ou três dias, dependendo da velocidade com que se deslocam.

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