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O poder transformador do voluntariado

Foto: Arquivo

Há momentos na vida em que paramos para agradecer por nossas conquistas — pessoais, familiares ou profissionais. Nessas horas, o coração deseja que outras pessoas também tenham acesso às mesmas oportunidades. Porém, basta olhar ao redor para perceber a dura realidade: desigualdades, carências e sofrimentos ainda marcam o cotidiano de muitos. E, embora o desejo de ajudar seja natural, quase sempre surgem desculpas que nos paralisam — falta de tempo, de recursos, de coragem ou até de clareza sobre qual causa apoiar.

Apesar disso, milhões de pessoas, todos os dias, vencem tais barreiras e escolhem doar algo precioso: seu tempo, suas habilidades e seu cuidado, através do voluntariado. Esse gesto não é novo. Desde os primórdios, e especialmente com a força do Cristianismo, a fé unida às obras inspirou incontáveis iniciativas solidárias. Igrejas, associações e entidades confessionais desempenham até hoje papel essencial no amparo aos mais necessitados, oferecendo desde alimento para a sobrevivência até apoio educacional, médico e psicológico.

Mas o voluntariado vai muito além da ajuda material. Ele se manifesta nas visitas a lares de idosos para ouvir histórias esquecidas, na dedicação para salvar aves marinhas, despoluir rios, combater a degradação das matas, plantar árvores, conscientizar sobre as emergências climáticas, apoiar pacientes com câncer ou arrecadar fundos para instituições sociais. A cada encontro, a cada esquina, surgem novas oportunidades de servir.

No Brasil, há diversas frentes estruturadas, como os Centros de Voluntariado e o Centro de Valorização da Vida, além de pequenas associações, muitas vezes pouco conhecidas, que diariamente oferecem apoio a quem enfrenta fome e frio. No cenário internacional, a ONU, por meio de seu Programa de Voluntariado criado em 1971, reúne mais de 100 áreas de atuação em mais de 140 países, promovendo desde os direitos humanos até a igualdade de gênero. Outras instituições, como Cruz Vermelha, Greenpeace, Action Aid e Fundação Lemann, também desenvolvem trabalhos notáveis em saúde, cidadania, educação e meio ambiente.

Além disso, os clubes de serviços humanitários do Kiwanis, Lions Clubs, Optimist e Rotary reúnem milhões de voluntários em ações humanitárias que impactam comunidades locais e o mundo: combate à fome, acesso à saúde, promoção da paz e educação transformadora. Eu mesmo tenho a alegria de participar do Rotary, onde o lema “Dar de si antes de pensar em si” reflete a essência do voluntariado. Ali, testemunhei projetos que combatem a poliomielite, disponibilizam gratuitamente cadeiras de rodas, muletas, camas hospitalares e até equipamentos que proporcionam sustentabilidade em iniciativas de saúde, educação e geração de renda. O número de vidas transformadas é imensurável, e posso afirmar: quem ajuda também é profundamente ajudado.

Fazer a diferença não exige heroísmo, apenas uma atitude concreta. Não podemos esperar que apenas governos ou grandes entidades resolvam os problemas. Muitas vezes, a solução está diante dos nossos olhos e ao alcance das nossas mãos.

Todo mundo pode ser voluntário. Sempre há algo que você pode fazer — seja com seu tempo, talentos ou habilidades. Projetos sociais, ONGs, igrejas, associações e clubes de serviço estão de portas abertas, e as redes sociais tornam ainda mais fácil conhecer e se conectar com essas causas.

Agora é a sua vez. Pesquise, descubra, experimente. Escolha uma causa que toque seu coração e dê o primeiro passo. Porque transformar vidas, no fundo, é também transformar a sua própria vida.

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