Sérgio Roxo da Fonseca *
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Taís Roxo Fonseca **
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Desde os tempos passados até os nossos dias, os alunos aprendem o enunciado do “teorema de Pitágoras”: o quadrado da hipotenusa éigual à soma do quadrado dos catetos. As escolas, provavelmente, ensinam até hoje,que o enunciado tem a Grécia como sua origem. Todavia o seu enunciado nasceu em Roma.
Os nossos antigos professores não conseguiam transmitir a seus alunos qual seria a importância do conhecimento enunciado que, seguramente, foi de grande relevância para a especialização técnica.
A escola inaugural ensinou no passado o enunciado abstrato sem conseguir revelar para seus novos alunos qual seria o valor técnico daquela relação.
Contudo alguns poucos alunos guardam tanto na memória a enunciação latina como a sua aplicação da revelação pitagórica, portanto, grega.
Fala-se em “decorar” a enunciação clássica. Mas quase sempre (mas nem sempre) não se destaca que a origem do vocábulo “decorar”:a aplicação do segredo colhido na manifestação “grega”, cuja expressão máxima estava espelhada no idioma latino “decorar”.
Antigamente os professores davam aula de latim e de inglês. Hoje não podem se preocupar com o latim que foi integralmente atropelado pelo britânico, muito embora a atual sociedade continua lendo e falando instrumentada quase sempre por uma língua originada do latim! O português é uma língua filha do latim.
Na antiguidade romana e também latina, os educadores supunham que a memória dos homens ficavam depositada em seus corações. Daí se extraia que a lição pitagórica teria ficado depositada no “coração” dos estudiosos, ou melhor no seu “cor”.
Daí se extraiu que o teorema grego deveria ser colocado no coração dos estudiosos que assim sendo, ”decoravam” o seu enunciado.
Não seria hoje impossível lecionar aos nossos filhos e netos que a enunciação do grego, desde amais antiga tradição, vestiu-se com a túnica latina que supunha estar guardando a história dos fatos no profundo do seu coração?
A escola moderna trabalha convertendo toda a nossa cultura antiga na linguagem atual, esquecendo-se que, não toda, mas quase toda,a nossa expressão surgiu em Roma, no campo da sua mais relevante transmissão. Onde se lecionou que o “direito é a arte do bom e do justo: viver honestamente, dar a cada um o que é seu, não lesar ninguém” – ou seja “jus est ars boni et aequi: honeste vivere, quique tribuere, neminem laedere”.
Devemos honrar os romanos e os gregos, como também os britânicos, mas sem confundir “alhos com bugalhos”.
* Advogado, professor livre docente aposentado da Unesp, doutor, procurador de Justiça aposentado, e membro da Academia Ribeirãopretana de Letras
** Advogada