O Brasil fechou o ano passado com mais de 6,6 milhões de casos de dengue e superou a marca de 6.000 mortes em decorrência da doença. Segundo dados atualizados no painel do Ministério da Saúde nesta terça-feira, 21 de janeiro, são 6.629.595 contágios e 6.103 óbitos. Outros 761 ainda estão em investigação. O coeficiente de incidência no país foi de 3.118,6 para cada grupo de 100 mil habitantes – acima de 300 já é epidemia.
A taxa de letalidade foi de 0,09 no geral e de 5,80 em casos graves, a pior epidemia da história. O número de casos registrados em 2024 também é o maior da série histórica. Supera em 299,66% os 1.658.816 de todo o ano passado, 4.970.779 a mais. Ainda de acordo com a plataforma, neste início de 2025 já são 93.555 ocorrências.
Já são quatro onze mortes confirmadas e 104 estão em investigação. O coeficiente de incidência no país, neste momento, é de 44 para cada grupo de 100 mil habitantes. A taxa de letalidade é 0,01 e de 5,80 em casos graves. Dos prováveis casos de dengue, os homens representam 54% das vítimas do Aedes aegypti e as mulheres, 46% em 2025.
No Estado de São Paulo, neste ano, em 21 dias de janeiro, são 54.094 prováveis casos de dengue. Sete vítimas do Aedes aegypti morreram. São 340 pacientes em estado grave e com sinais de alerta. Oitenta por cento dos criadouros do mosquito Aedes aegypti estão dentro das casas.
Como se trata de casos prováveis, alguns foram descartados pelo Ministério da Saúde. Em 2024, superou a estimativa da pasta, que previa cerca de 4,2 milhões de ocorrências no país. No ano passado quebrou o recorde de óbitos de 2023 em decorrência da doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, de 1.079, o maior da série histórica iniciada em 2000.
São 5.024 a mais, alta de 465,62%. Os dados foram atualizados nesta sexta-feira, 17 de janeiro, pelo Ministério da Saúde. Entre os casos prováveis, 55% são de mulheres e 45% de homens. O Estado de São Paulo superou 2,1 milhões de casos de dengue em 2024 e ultrapassou a barreira de 2.100 mortes em decorrência da doença. São 2.180.200 contágios e 2.101 óbitos.
O sorotipo 3 da dengue (DENV-3) já foi constatado em Ribeirão Preto este ano, segundo informações da Secretaria de Estado da Saúde (SES-SP). Também está presente em áreas como Franca, Araraquara, Araçatuba, Marilia, São João da Boa Vista, Campinas, Taubaté, Grande São Paulo e São José do Rio Preto,
De acordo com o governo federal, o fato de exames apontarem a maior circulação do sorotipo 3 do vírus gera preocupação. “O sorotipo 3 não circula no Brasil desde 2008. São 17 anos sem esse sorotipo circulando em maior quantidade. Temos muitas pessoas suscetíveis”, diz a secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente (SVSA),, Ethel Maciel.
De acordo com a secretária, o tipo 1 predominou por boa parte de 2023 e 2024. O tipo 2 cresceu em importância ao longo do ano passado e, desde dezembro, foi observado um aumento significativo de casos causados pelo sorotipo 3, em especial em São Paulo, Amapá, Paraná e Minas Gerais.
Ao todo, existem quatro sorotipos do vírus causador da doença (DENV-1, 2, 3 e 4). Ao contrair dengue, a pessoa fica imunizada permanentemente para o sorotipo que causou a infecção, mas não para os outros, daí a doença poder ser contraída mais de uma vez.
Ribeirão Preto fechou o ano passado com 44.049 casos de dengue, maior volume da história da cidade. Superou em 25,70% o recorde de 35.043 registrado em 2016. São 9.006 a mais, além de 65.533 sob investigação. Também já soma 31.747 a mais que as 12.302 de 2023, aumento de 258,06%.
A cidade registrou 23 mortes em decorrência da doença no ano passado. Há seis em investigação. Desde 2016 já são 46 casos fatais. Ribeirão Preto superou em 155,55% o número de óbitos do período anterior – 14 a mais que os nove de 2023.
Neste ano, já são 187 casos confirmados, além de 1.195 sob investigação. Duas mortes também estão sendo apuradas, além dos seis óbitos suspeitos remanescentes de 2024, oito no total. A prefeitura de Ribeirão Preto já intensificou as ações de combate ao mosquito Aedes aegypti, já que nessa época a tendência é de avanço da doença devido às chuvas de verão.
O Ministério da Saúde vai distribuir mais de dois milhões de testes rápidos para diagnóstico de dengue em São Paulo, como parte de um total de 6,5 milhões que serão enviados para todo o país. É a primeira vez que a pasta envia esse tipo de teste para detectar a dengue. Do total, serão distribuídos 4,5 milhões de testes na primeira remessa.
A iniciativa vai ampliar a identificação precoce dos casos, especialmente em municípios distantes e com acesso limitado a serviços laboratoriais. O investimento soma mais de R$ 17,3 milhões. A distribuição vai começar na próxima semana e os gestores estaduais serão orientados por meio de uma nota técnica com critérios de uso. Do total, serão distribuídos 4,5 milhões de testes na primeira remessa.