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Padrasto suspeito de estupro e morte de criança é preso

Menina de 11 anos morreu dois dias depois de dar entrada no HC-UE; homem é principal suspeito do crime

Corpo de Ana Alice foi sepultado no sábado, sob forte comoção (Foto: Redes Sociais)

Por: Adalberto Luque

A Polícia Civil prendeu, na tarde de sábado, 15 de novembro, Douglas Júnior Nogueira, de 32 anos. Ele é o principal suspeito do estupro e morte de sua enteada Ana Alice Santos França, de 11 anos. Em seu corpo havia indícios de que foi estuprada.

O homem estava na casa de sua mãe, em Santa Rosa de Viterbo, na região metropolitana de Ribeirão Preto, quando foi localizado pelos policiais civis. Ele foi levado para a Central de Polícia Judiciária (CPJ) de Santa Rosa de Viterbo, onde ficou à disposição da Justiça.

Ana Alice deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Serrana após ser encontrada em sua casa com marcas no pescoço. Ela estava com parada cardiorrespiratória. A garota foi reanimada e transferida em estado gravíssimo para o Hospital das Clínicas – Unidade de Emergência (HC-UE), em Ribeirão Preto.

A menina foi levada por Nogueira e por sua outra enteada, irmã de vítima, que tem 15 anos e voltava da igreja quando tudo ocorreu. A médica que atendeu Ana Alice notou o ferimento no pescoço e informou à Polícia Civil.

A suspeita inicial é que se tratava de tentativa de suicídio. O padrasto, o irmão da vítima de 19 anos, a irmã e a mãe da criança foram ouvidos na Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Ribeirão Preto.

O padrasto Nogueira disse que chegou do trabalho e foi dormir. O irmão da vítima estava na casa, mas saiu para ir a uma academia. A outra irmã estava na igreja. Ele disse que, na hora de apanhar a esposa no trabalho, viu a criança em um canto da sala, mas não percebeu que ela estava desacordada.

Saiu para abrir o portão para a outra irmã de Ana Alice e foi ela quem percebeu que a menina estava desfalecida. Nogueira relatou que ela tinha um cordão de brinquedo enrolado no pescoço. Ele e a irmã de 15 anos socorreram a garota.

Levada para a UPA, ela foi reanimada e transferida para o HC-UE. O caso, inicialmente, foi tratado como tentativa de suicídio. A criança não conseguiu se recuperar e morreu na quinta-feira (13).

A médica notou um material biológico masculino semelhante a sêmen e comunicou aos policiais civis. O caso passou a ser investigado como estupro seguido de morte.

Na sexta-feira (14), o delegado de Serrana Marcelo Mello Garcia de Lima – que estava de plantão na DDM e ouviu os familiares da vítima – pediu mandado de prisão temporária contra o padrasto. No sábado, assim que a Justiça autorizou, policiais civis foram até a casa da mãe do suspeito e o localizaram.

O delegado disse que ele não ofereceu resistência. Ao ser interrogado, voltou a negar envolvimento no crime e concordou em ceder material genético. O material colhido foi enviado para o Instituto Médico Legal (IML), onde será examinado e confrontado com o material genético semelhante a sêmen, encontrado na vulva da criança.

Ana Alice também tinha lesões na vulva, o que indicam ter havido estupro. E tinha uma lesão na cabeça, que provocou um edema cerebral e pode ter sido causado por queda ou por algum objeto contundente. A marca no pescoço, todavia, foi descartada como tentativa de suicídio por enforcamento, como o padrasto chegou a sugerir.

O delegado explicou que pediu a prisão para seguir com as investigações. O homem ficará preso por 30 dias, prorrogado por 30 dias. Segundo Lima, apesar da prisão, não dá para afirmar que ele é o responsável pela morte da criança. E disse haver outro suspeito, mas não pode revelar o nome.

Em audiência de custódia, a prisão temporária foi mantida. Um fato que causou estranheza é que o padrasto fez um vídeo da menina caída antes de socorrê-la imediatamente. Os celulares de Nogueira e da mãe da vítima foram apreendidos e estão sendo periciados.

O corpo de Ana Alice foi velado e sepultado na manhã de sábado, no Cemitério de Serrana. O crime causou grande comoção, pois a menina era participativa na igreja e querida na escola. A reportagem não encontrou a defesa do suspeito, mas o espaço segue aberto para sua manifestação. As investigações prosseguem.

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