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Podcast Tribuna – Maria Zeferina relembra superação e celebra seu filme

A eterna campeã, Maria Zeferina - Divulgação

Fundista relembra infância na roça, a vitória histórica na São Silvestre e o legado deixado ao atletismo brasileiro, agora retratado no cinema

A atleta Maria Zeferina Baldaia, um dos maiores nomes do atletismo brasileiro, é a entrevistada do Episódio #11 do Podcast Tribuna Ribeirão. No bate-papo, ela revisita a infância marcada pelo trabalho na roça, as primeiras corridas (descalça) em Sertãozinho, a insistência de treinadores que acreditaram em seu talento e a virada de carreira com a Maratona Internacional de Curitiba.

Zeferina também celebra o lançamento do filme que conta sua trajetória, que teve pré-estreia nesta semana, e destaca o legado construído fora das pistas, como o Centro Olímpico, em Sertãozinho, que leva seu nome, referência para novas gerações de atletas.

Confira os principais trechos da entrevista:

 Da roça às primeiras corridas

“Eu comecei a correr com cinco anos. A gente corria nos carreadores enquanto meus pais trabalhavam na roça… Meus pais eram cortadores de cana. Não tinha creche. Minha mãe levava os filhos para o trabalho e a corrida virou nossa brincadeira.”

A primeira prova e o olhar que mudou tudo

“A primeira corrida oficial foi com 12 anos, numa gincana da igreja. Corri descalça, de calça jeans, e ganhei os 3 km… Se não fosse o Pezão (Antenor Augusto Cruz – corredor amador), acho que eu não estaria aqui hoje contando minha história. Ele foi tudo: olheiro, treinador e segundo pai.”

Treinar sem estrutura, só com vontade

“Eu trabalhava o dia inteiro e, no fim da tarde, saía correndo pelas rodovias. Marcava distância de poste em poste… Corri quase 15 anos descalça. Não tinha relógio, não tinha tênis. Era correr porque gostava.”

O primeiro dinheiro e o primeiro tênis

“O primeiro dinheiro veio na Volta ao Cristo, em Poços de Caldas. Fiquei em segundo e comprei meu primeiro tênis… O Claudinho (Cláudio Ribeiro ex-atleta e treinador) me emprestou o tênis dele. Eu caía, não sabia correr de tênis. Levou anos para eu me acostumar.”

Momento tietagem

 A prova que abriu as portas: Curitiba

“A Maratona Internacional de Curitiba, em 2000, mudou minha vida… Larguei atrás, no km 30 descobri que estava na frente e venci. Depois disso veio o primeiro patrocínio, após 15 anos ouvindo ‘não’.”

O sonho realizado na São Silvestre

“A São Silvestre de 2001 foi a realização de um sonho de 15 anos… O Claudinho falou: ‘Corre olhando no cangote dela’. Fui até o 13, passei no 14 e fui embora… Na Paulista só via bandeiras e ouvia ‘Brasil’. Até hoje parece um sonho.”

Rosa Mota: da idolatria ao encontro real

“Eu assistia a São Silvestre na casa da vizinha. Via a Rosa Mota ganhar e pensava: ‘Será que um dia eu posso?… Depois da vitória (na São Silvestre), ela me escreveu uma carta e me convidou para Lisboa. Agora esteve em Ribeirão para gravar o filme.”

O filme: lançamento e pré-estreia

“Foram dois anos e meio de gravações, contando minha história desde antes do nascimento (o filme foi lançado nesta semana e teve pré-estreia nesta semana, ampliando o alcance da trajetória de Zeferina para novas gerações). Foi um trabalho muito bonito”

Legado fora das pistas

“O Centro Olímpico (em Sertãozinho é o meu maior troféu. Ali tem criança, adulto, PCD e melhor idade… Quando eu comecei, não tinha pista. Hoje, ver aquele espaço cheio de gente treinando não tem preço.”

Museu e memória viva

“Todos os meus troféus, medalhas e a camiseta da São Silvestre estão no museu em Sertãozinho… Está tudo guardado como eu usei na prova. É para as crianças conhecerem essa história.”

Mensagem final

“Pode ser difícil, mas impossível não…Enquanto não cruzou a linha de chegada, não tem vencedor.”

 Assista

Veja o Episódio #11 pelo YouTube. Conduzido pelos jornalistas Eduardo Ferrari e Fabiano Ribeiro, o Podcast vai ao ar todas as terças, às 18h, no YouTube do jornal. A produção técnica é de Hugo Luque e Otávio Gentil. Redes sociais de Thaís Portella.

Link: https://www.youtube.com/watch?v=6U_fnJy_jlE

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