A Polícia Civil prendeu, no início da tarde desta sexta-feira, 3 de outubro, Henrique Eduardo Louredo Monteiro, acusado de ser o décimo integrante da quadrilha que assaltou um prédio de alto padrão no Centro de Ribeirão Preto, em 24 de setembro. O suspeito estava em casa, um apartamento no condomínio Jardim João Rossi, na Zona Sul da cidade. O mando de prisão temporária foi expedido ontem.
Monteiro é o quinto integrante do núcleo operacional da quadrilha – responsável diretamente por abordar os moradores e invadir os apartamentos. É o quar – a ser preso. “Não temos dúvida nenhuma de que participou, mesmo porque ele foi encontrado com dinheiro que arrecadou desse roubo, quantia aproximada de R$ 10 mil”, disse à CBN Ribeirão o delegado José Carvalho de Araújo, da Divisão Especializada de Investigações Criminais (DIG/Deic).
De acordo com ele, o suspeito confessou participação no roubo milionário, mas ainda não foi ouvido formalmente. É o segundo suspeito preso no residencial. Em 26 de setembro, Carlos Alberto da Silva, de 44 anos, também foi detido no Jardim João Rossi. A Polícia Civil diz que ele faz parte do núcleo operacional da quadrilha.
Na noite de quarta-feira (1º), foi preso André Luiz Pereira Nunes, o nono integrante. O suspeito estava em um Volkswagen Nivus no cruzamento das avenidas Doutor Francisco Junqueira e Plínio de Castro Prado, no Jardim Macedo, região Central da cidade. Estava sendo monitorado havia dois dias até a Justiça de Ribeirão Preto decretar a prisão temporária do suspeito.
O delegado André Baldochi também disse que Nunes faz parte do núcleo operacional da quadrilha e participou do assalto in loco, ameaçando moradores e ajudando os comparsas no roubo ao Edifício Jatiúca, na rua Campos Salles, prédio de luxo com um apartamento por andar (são 14). A ficha criminal dele traz ocorrências opor furto, receptação e adulteração de sinal de veículo.
Os bandidos roubaram seis dos 14 imóveis do edifício, prejuízo superior a R$ 4 milhões. Levaram jóias, celulares, relógios de grife, dinheiro e ainda obrigaram os moradores a transferir valores via Pix. Agora, a Polícia Civil aguarda a perícia em 15 celulares apreendidos dos bandidos e procura por Júlia Moretti de Paula, de 21 anos, ainda foragida.
Na noite de terça-feira, 30 de setembro, Luís Rinaldo da Silva, suspeito de ser o oitavo integrante da, chegou à cidade após passar por audiência de custódia em São Paulo (SP) que confirmou sua prisão temporária. Ele foi preso na segunda-feira (29), na Vila Mariana, Zona Sul da capital.
O homem estava sendo monitorado pela Deic de Ribeirão Preto. Segundo o delegado divisionário José Carvalho de Araújo, as investigações encontraram evidências da participação de Silva tanto no roubo, quanto no apartamento de apoio, no Ipiranga. Silva fazia parte do núcleo operacional da quadrilha e participou do assalto ao prédio.
O policial também revela que o suspeito parou em um outlet na região quando fugia para a capital e comprou roupas. Com ele os policiais encontraram R$ 7 mil em dinheiro. A Polícia Civil já identificou os integrantes da quadrilha. O bando tem três núcleos distintos na organização do assalto: financeiro, logístico e operacional.
O núcleo financeiro já tem cinco homens presos. Eles seriam os responsáveis por ceder as contas bancárias para receber as transferências via Pix feitas durante o assalto. Sidney Américo Vieira e Felipe Moreira da Mata foram presos em Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo.
Já João Paulo César Freires de Oliveira e Widman Henrique Américo Barbosa foram detidos na Estação Sé do Metrô, na capital. Os quatro integrantes do grupo financeiro foram presos no dia do assalto. Fabiana de Paula Fernandes Miranda e Pablo Rodrigues Cardoso, ambos integrantes do núcleo logístico, foram presos horas depois do assalto.
A mulher teria feito o Pix do depósito caução para a imobiliária onde Júlia alugou um apartamento no prédio roubado, usando documento falso. Carlos Alberto da Silva, de 44 anos, preso no Jardim João Rossi na sexta-feira (26), Luís Rinaldo da Silva, preso na capital, e o homem detido ontem são do núcleo operacional.
Júlia Moretti de Paula, de 21 anos, de Araçatuba, é integrante tanto do núcleo logístico quando do operacional – células que praticaram o assalto. Ela teria alugado o apartamento no 13º andar do prédio usando documentos falsos. A jovem usou registro geral (RG) falsificado em nome de Carolina Ribeiro de Camargo e teria tentado pagar os R$ 12,6 mil de caução em dinheiro, mas a imobiliária orientou que a transferência fosse feita através de Pix ou boleto bancário.
Uma das hipóteses investigadas é que os criminosos receberam informações privilegiadas e que um dos apartamentos que não foram roubados era o principal alvo, mas o morador não foi encontrado. Dois carros foraam queimaos e o outro estava na garagem de um prédio no Ipiranga, Zona Norte de Ribeirão Preto, usado como base de apoio para parte dos assaltantes.
No apartamento foram encontrados vários objetos usados no assalto, como armas, perucas, capuzes, além de joias, R$ 75 mil em dinheiro e celulares. As buscas se intensificam para identificar outros membros do núcleo operacional. Apenas Júlia Moretti foi identificada, mas ela segue foragida.

