Por Hugo Luque
A Polícia Civil de Ribeirão Preto prendeu, na noite desta sexta-feira, 26 de setembro, o sétimo suspeito de participação no mega-assalto ao Edifício Jatiúca, no Centro de Ribeirão Preto. A prisão do suposto integrante da quadrilha ocorreu no condomínio de prédios do Jardim João Rossi, na Zona Sul da cidade.
Carlos Alberto da Silva, de 44 anos, foi detido por agentes do Grupo de Operações Especiais (GOE) e levado para a Central de Polícia Judiciária (CPJ). A suspeita é de que ele tenha feito parte do chamado núcleo operacional da quadrilha
Quatro homens presos na Grande São Paulo por envolvimento no mega-assalto a um prédio de luxo, no Centro de Ribeirão Preto, chegaram à cidade na noite de quinta-feira (25). Seis das dez pessoas que participaram do crime já foram detidas. Os bandidos roubaram seis dos 14 imóveis do edifício, prejuízo superior a R$ 4 milhões. Dois carros usados na fuga foram queimados e abandonados na Zona Norte. O outro já havia sido localizado.
Os quatro homens presos na Grande São Paulo por envolvimento no mega-assalto ao Edifício Jatiúca, no Centro de Ribeirão Preto, chegaram à cidade na noite de quinta-feira (25). O roubo cinematográfico ao edifício de luxo localizado na rua Campos Salles ocorreu na quarta-feira (24), e seis pessoas foram detidas no mesmo dia. Dez participaram do crime.
A Polícia Civil apurou que seis dos 14 imóveis do condomínio Jatiúca foram roubados, um prejuízo superior a R$ 4 milhões para as vítimas. Criminosos exigiram jóias, dinheiro e celulares e obrigaram os moradores a fazer transferência via Pix. Não quiseram roubar carros, mas levaram as chaves.
Dois dos suspeitos foram presos em Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo, e outros dois comparsas acabaram detidos na Estação Sé do Metrô, no Centro da capital paulista. Eles passaram por audiência de custódia antes de seguir viagem. Os quatro integram o núcleo financeiro da quadrilha, que ainda conta com setor financeiro e operacional.
O núcleo logístico era encarregado da locação do imóvel com documentação falsa, estruturação do local de apoio e suporte material aos executores. O operacional era composto pelos executores diretos do roubo e abordagem das vítimas. O financeiro intermediava movimentações bancárias, recebimento de valores extorquidos e pagamentos logísticos.
A Polícia Civil já identificou oito suspeitos de envolvimento com o crime. Júlia Moretti de Paula, de 21 anos, está foragida. É integrante tanto do núcleo logístico quando do operacional – células que praticaram o assalto. Ela teria alugado o apartamento no 13º andar do prédio usando documentos falsos.
A jovem usou registro geral (RG) falsificado em nome de Carolina Ribeiro de Camargo e teria tentado pagar os R$ 12,6 mil de caução em dinheiro, mas a imobiliária orientou que a transferência fosse feita através de Pix ou boleto bancário.
Fabiana de Paula Fernandes Miranda fez então a transferência via Pix. Segundo a Polícia Civil, ela integra o núcleo logístico da quadrilha e foi presa pouco depois que o assalto foi comunicado. À frente das investigações, o delegado André Baldochi, da Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic), estima que cerca de R$ 4 milhões tenham sido levados em joias, dinheiro e transferência online dos seis apartamentos roubados entre os 14 do condomínio. Os bandidos também levaram celulares das vítimas.
Investigações
A Polícia Civil iniciou imediatamente as investigações e Fabiana de Paula foi a primeira detida. Pablo Rodrigues Cardoso também foi preso em Ribeirão Preto. É outro integrante do núcleo logístico. Os dois foram detidos pouco tempo depois de o assalto ser comunicado à Polícia Civil.
No período da noite de 24 de setembro, dia do assalto, dois homens foram presos em Itapecerica da Serra e outros dois no Centro da capital. Eles passaram a noite na Cadeia Pública de Santa Rosa de Viterbo e foram interrogados na manhã desta sexta-feira (26).
Em entrevista à imprensa, um dos homens disse que eles viram anúncio oferecendo 15% para usar conta corrente em transações efetuadas. Alegam não saber que se tratava de dinheiro obtido em assalto.
Dizem que foram induzidos a pensar que se tratava de dinheiro envolvendo apostas online. Os advogados de Fabiana de Paula e Pablo Rodrigues oram por não se se manifestar no momento. As defesas dos quatro suspeitos presos na Grande São Paulo não foram encontradas.
Na manhã desta sexta-feira, policiais militares encontraram os outros dois dos carros usados pela quadrilha, o Volkswagen Fox e o Fiat Argo, ambos brancos. Foram queimados em uma estrada rural na Zona Norte de Ribeirão Preto, entre o Jardim Cristo Redentor e Cruz das Posses, distrito de Sertãozinho.
O Kaoa Chery Tiggo azul marinho já havia sido localizado na garagem de um prédio na rua Itaguaçu, no bairro do Ipiranga. Outro detalhe: o Volkswagen Fox branco já teria sido usado na capital em casos de invasão a condomínios, mas essa informação não foi oficialmente confirmada para não prejudicar as investigações.
O apartamento era usado como base de apoio pelo grupo, Os peritos recolheram digitais no e material genético no local com o objetivo de identificar alguns dos envolvidos por meio de DNA. As buscas pelos demais integrantes da quadrilha, principalmente os que participaram do núcleo operacional – que praticaram o assalto – prosseguem.
No apartamento do Ipiranga foram encontrados vários objetos ligados ao assalto: perucas, roubas, capuzes e armas, além de R$ 75 mil em dinheiro, joias e celulares roubados no prédio alvo da quadrilha. Informações não oficiais dão conta de que a Polícia Civil investiga vazamento de informações privilegiadas.
Entenda o caso
Na manhã de quarta-feira (24), cerca de dez homens fortemente armados renderam moradores e funcionários do condomínio de alto padrão na rua Campos Salles, Centro de Ribeirão Preto. O prédio tem 14 andares, um apartamento por andar.
Pelo menos quatro integrantes passaram a noite em um apartamento alugado, no 13º andar. Pela manhã, renderam zelador, porteiro, empregadas domésticas e moradores que desciam para a garagem. Depois subiam com as vítimas para os apartamentos, onde faziam os roubos e transferência via Pix usando celulares das vítimas.
O prejuízo dos moradores pode passar de R$ 4 milhões. Pouco antes das 9h30, o grupo fugiu nos três carros, dois encontrados nesta sexta-feira já queimados e o outro, um Caoa Chery Tiggo azul escuro, foi encontrado ainda na quarta-feira, na garagem de um prédio da rua Itaguaçu, Ipiranga, Zona Norte de Ribeirão Preto, usado como base de apoio para parte dos assaltantes.
No apartamento foram encontrados vários objetos usados no assalto, como armas, perucas, capuzes, além de joias, dinheiro e celulares. As buscas se intensificam para identificar outros membros do núcleo operacional. Apenas Júlia Moretti foi identificada, mas ela segue foragida. Segundo informações, a suspeita seria de Araçatuba.

