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Política

Prefeitura abrirá processo administrativo contra professora “esquerdogata”

O prefeito de Ribeirão Preto, Ricardo Silva (PSD), anunciou em coletiva de imprensa na manhã desta quarta-feira, 29 de outubro, que a prefeitura abrirá um processo administrativo para analisar a conduta da professora da Rede municipal de Educação, Aline Bardy Dutra

Professora da Rede Municipal teria cometido crime de injuria racial e desacato contra policiais militares na semana passada; processo poderá terminar em exoneração da servidora

O prefeito de Ribeirão Preto, Ricardo Silva (PSD), anunciou em coletiva de imprensa na manhã desta quarta-feira, 29 de outubro, que a prefeitura abrirá um processo administrativo para analisar a conduta da professora da Rede municipal de Educação, Aline Bardy Dutra, durante uma abordagem policial realizada no sábado, 25 de outubro.

Na ocasião, ela teria cometido injuria racial e desacato contra os policiais militares. Em uma de suas falas na abordagem também teria ofendido os moradores do Complexo de bairros do Quintino Facci, zona Norte da cidade, ao perguntar de forma considerada pejorativa ao PM: “você nasceu onde? No Quintino, né?

Aline é professora da Escola Municipal de Educação Infantil (Emei) Paulo Henrique de Souza, no bairro Maria Casa Grande Lopes, localizado também na zona Norte da cidade, mas está afastada do cargo desde 22 de julho de 2024 quando pediu afastamento sem vencimentos pelo período de dois anos.

O afastamento vence em julho de 2027. Ela também é influenciadora digital com mais de 800 mil seguidores, mas desde o episódio já perdeu cerca de 80 mil deles.
Na coletiva o prefeito afirmou que o processo será conduzido com amplo direito de defesa da servidora municipal e ao contraditório. Ressaltou, porém, que em função da gravidade dos fatos divulgados em vídeos na Redes Sociais, a exoneração poderá ser efetivada no final do processo.
“Fizemos uma análise funcional da professora.

Tenho um calhamaço de faltas injustificadas da professora. Certamente, essa senhora teria problemas para ser efetivada no estágio probatório”, afirmou o prefeito. Desde 2022 a professora teria passado a registrar afastamentos prolongados com a entrega de mais de 100 atestados
Aline Bardy Dutra, foi presa na madrugada de sábado, 25 de outubro, por desacato, resistência e injúria racial. A prisão ocorreu após uma abordagem feita por policiais militares na rua Florêncio de Abreu, esquina com a Cerqueira César, no Centro de Ribeirão Preto.

De acordo com o boletim de ocorrência (BO), policiais militares faziam fiscalização de trânsito e foram surpreendidas por Aline Bardy que, teria se aproximado com seu telefone celular, filmando a ação e dizendo que o procedimento dos policiais seria feito por conta da cor do abordado. “Um preto f. outro preto (sic)”, “você é sem consciência de classe e prende outros da sua cor (sic)?”
O policial pediu que ela esclarecesse o que havia dito, quando a mulher teria, de acordo com o BO, se exaltado e, ao saber que seria levada para a delegacia, resistiu à abordagem, passando a xingar os PMs.

“Idiota, imbecil, você nasceu onde? No Quintino, né? Você sabe quem é você e quem sou eu (sic)?” No BO consta que ela prosseguiu com as ofensas. Ao ser colocada na viatura, teria tentado, de acordo com o registro, quebrar o vidro da viatura.
O BO também relata que ela teria ofendido os advogados presentes. “Amanhã eles serão afastados porque são uns bostas”. Disse que, como é militante, após ser presa ela pode chegar a deputada e vai mandar na polícia.

O delegado de plantão na Central de Polícia Judiciária (CPJ), Claudinei Nicotari, determinou a prisão da mulher em flagrante. Ela seguiu para uma unidade prisional, permanecendo à disposição da Justiça, para responder por desacato, resistência e preconceito de raça ou cor.
O celular da influenciadora foi apreendido e o delegado requisitou quebra de sigilo telemático para extrair o conteúdo do aparelho. As investigações prosseguem. A mulher foi liberada em audiência de custódia e vai responder em liberdade. O advogado de defesa, Douglas Marques, disse que ela está arrependida e envergonhada e que fez uso recreativo de bebida alcoólica que, com medicamentos, pode ter causado a situação.

Prefeitura convocou coletiva para falar de influenciadora e a possível demissão do cargo (Divulgação CCS)

Câmara exige demissão

O presidente da Câmara Municipal de Ribeirão Preto, Isaac Antunes (PL), exigiu oficialmente a demissão imediata da servidora pública Aline Bardy Dutra, conhecida nas redes sociais como “Esquerdogata”, do quadro funcional da Prefeitura de Ribeirão Preto.
O pedido de exoneração foi formalizado por meio de ofício encaminhado ao prefeito municipal e às secretarias de Administração, Educação e à Corregedoria Geral do Município. No documento, Isaac Antunes afirma que a conduta da servidora “viola os princípios da moralidade administrativa, do decoro e da dignidade da função pública” e torna “incompatível sua permanência no quadro funcional da Prefeitura”.

Segundo o ofício os atos praticados por Aline configuram “conduta escandalosa, incontinência pública e insubordinação grave”, infrações tipificadas no artigo 251 da Lei nº 3.181/1976 – Estatuto dos Funcionários do Município de Ribeirão Preto, que prevê a pena de demissão em casos dessa natureza.
O pedido da Câmara destaca que mesmo afastada do cargo, o vínculo funcional permanece ativo, o que permite a adoção de medidas disciplinares e a demissão imediata com base no Estatuto dos Funcionários Municipais.

Caso  Bigodini 

Em outro caso de grande repercussão negativa na cidade  não houve ainda uma agilidade no processo que pode resultar na cassação do vereador Bigodini, tampouco manifestação do prefeito ou do presidente da Câmara.

 No dia 1º de outubro, a Câmara de Vereadores de Ribeirão Preto aprovou a abertura de um processo para o Conselho de Ética analisar a cassação de Bigodini em função dessa suspeita. Desde então ele tem apresentado atestados médicos para não comparecer às sessões do legislativo e o processo se prolonga.

Em um vídeo publicado nas redes sociais no fim da tarde de segunda-feira (20), no mesmo dia em que pediu um novo afastamento, Bigodini disse que “passou por dias difíceis”, que estava abalado e precisou “parar para refletir.”

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