A Secretaria Municipal de Infraestrutura recolheu, nesta terça-feira, 12 de agosto, cerca de 200 toneladas de resíduos durante dois mutirões de limpeza realizados na Lagoa do Saibro, na Zona Leste de Ribeirão Preto, e no Jardim Jóquei Clube, na região Norte da cidade.
Os mutirões integram as ações planejadas pela atual gestão para intensificar a zeladoria urbana, combater o descarte irregular e garantir uma cidade mais limpa e segura. A Lagoa do Saibro é área de recarga do Aquífero Guarani. O manancial é o maior reservatório subterrâneo de água doce do mundo.
“Esse volume expressivo, retirado em apenas dois pontos da cidade, mostra o desafio que a administração municipal enfrenta. Diante do cenário encontrado em janeiro, estruturamos um projeto para reforçar as ações de limpeza em todo o município. Como resultado, em sete meses, já recolhemos mais de 150 mil toneladas de resíduos”, destaca a secretária de Infraestrutura, Juliana Ogawa.
Além dos mutirões, a secretaria mantém a coleta porta a porta de resíduos sólidos domésticos, a coleta seletiva de recicláveis e oito ecopontos distribuídos por todas as regiões da cidade. Esses locais recebem materiais como recicláveis secos, resíduos da construção civil, resíduos verdes, volumosos e eletrônicos.
Os ecopontos funcionam diariamente, inclusive aos feriados, das sete às 19 horas. Para encontrar o mais próximo, acesse: www.ribeiraopreto.sp.gov.br/recicla/ecopontos. O descarte irregular de lixo é crime ambiental, passível de multa, e deve ser denunciado pelo telefone 156. A prefeitura seguirá com o cronograma de zeladoria para atender todas as regiões do município.
O Aquífero Guarani Tem cerca de 1,2 milhão de quilômetros quadrados de extensão e se estende por oito estados do Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. Em Ribeirão Preto, cidade que mais usa o aqüífero – todo o abastecimento da população de 728.400 habitantes é feito via 120 poços artesianos da Secretaria de Água e Esgoto (Saerp) –, o nível caiu 120 metros em 71 anos.
Os estudos são do geólogo Júlio Perroni, da Universidade de São Paulo. A mesma pesquisa concluiu que atualmente a queda chega a dois metros a cada ano, o dobro do registrado em 2012. Segundo o pesquisador, os resultados colocam o Aquífero Guarani entre aqueles não considerados renováveis.
“O consenso mundial para você considerar o aquífero como renovável é quando o tempo de renovação da água é inferior a 500 anos. Em Ribeirão Preto, o período estimado de seis mil anos coloca o Aquífero Guarani na categoria de não renovável”, diz.
A Saerp concluiu o estudo “Sistema Aquífero Guarani: Capacidade máxima, resiliência e sustentabilidade para o abastecimento público e privado de Ribeirão Preto”, que pretende estimar a capacidade máxima de extração de água do manancial na cidade, de forma sustentável e analisar as extrações dos poços públicos e suas interferências hidráulicas, identificar a necessidade de realocação de poços e seus custos.
Também tem o objetivo de avaliar estratégias de recarga gerenciada para o aumento da oferta e perenidade das águas subterrâneas, além de garantir a continuidade do abastecimento e também assegurar que as práticas de exploração sejam realizadas de maneira responsável e consciente.
Segundo o estudo, a água consumida na cidade tem aproximadamente três mil anos. De acordo com o professor Ricardo Hirata, um dos maiores especialistas em águas subterrâneas do país, com 42 anos de vida profissional realizando pesquisas em mais de 30 países, isso demonstra a qualidade do produto e ao mesmo tempo a preocupação com o tempo de recarga do aqüífero.

