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Quem é Deus? 

 Mario Palumbo*

“Deus habita uma luz inacessível”, ofuscante, nos deixa sem palavras, atônitos frente à grandiosidade da criação, onde tudo é original, onde nenhuma folha é idêntica a outra folha e tudo leva          a assinatura do Criador em Seu número áureo. Deus é eterno sem princípio nem fim. DEUS é Pessoa: é sujeito livre, inteligente e único. Deus é isso e mais! É AQUELE QUE É POR ESSÊNCIA, PURA AÇÃO. 

Com Aristóteles O vemos como motor imóvel, que tudo move, como causa da qual tudo procede, mesmo assim não saímos da caverna obscura de Platão. Deus é luz; nele não há treva alguma.       

Pela bíblia somos imagem e semelhança de Deus. Da imagem podemos vislumbrar na escuridão luminosa de Deus. Do surgimento das nossas ideias podemos intuir a vida íntima de Deus: de tanto ver um objeto, um copo que pode ser grande, pequeno, de louça ou de papel, destas variedades criamos na nossa mente a ideia abstrata de copo sem referimento a nenhum copo particular. Esta ideia do copo fica na nossa mente, mas é distinta do objeto em si. Assim podemos vislumbrar, intuir a vida íntima de Deus conforme a revelação cristã: um Deus único em três pessoas. 

Jesus nos revela que Ele e o Pai são Um. Mas sempre se refere ao Pai como uma pessoa distinta Dele, unida pelo amor que é o Espírito Santo que os une. Deus não é uma energia cega, não é vibração, é pessoa. Pessoa é sujeito livre e inteligente. Deus é isso, e mais, Deus é Amor. Deus é O todo poderoso no amor. Não um sentimento, não uma emoção, não uma atração. Deus é Amor personificado que tudo cria e a tudo e a todos ama, com amor específico que dá existência e vida. Para conhecermos este amor precisamos conhecer Cristo. Ele é esplendor da luz de Deus. O apóstolo Filipe pediu a Jesus que nos revelasse o Pai. Jesus lhe respondeu: “Estou há tanto tempo convosco, e não me tendes conhecido, Filipe? Quem me vê a mim vê o Pai; e como dizes tu: Mostra-nos o Pai? ”(João 14:9) 

Jesus é imagem do Pai, imagem do Deus invisível. É a ternura amorosa do Pai que se inclina sobre a miséria e as dores humanas tocando as chagas do leproso para curá-lo, perdoando a mulher adúltera que estava prestes a ser lapidada, olhando com ternura e com amor nos olhos de Levi, convertendo-o em Mateus. Sentava-se com os rejeitados da turma privilegiada, “os santos”. Antes de se oferecer livremente para doar-nos sua vida, se ajoelha aos pés dos discípulos e lhes lava os pés. Se faz escravo dos escravos para nos ensinar o amor recíproco. Pendendo da cruz na atrocidade do martírio consegue esquecer de si, abrir a esperança da vida imortal para o ladrão, se torna advogado dos seus algozes: “Pai, perdoa-lhes, eles não sabem o que fazem”. Ele nos dá como mãe a sua mãe! 

Tácito frente à gozação dos mestres da lei, sofre o abandono dos seus discípulos e do povo que há uns dias o aclamavam como rei e depois gritaram: “crucifica-o, crucifica-o! ”. Sobretudo, sendo muito humano, lamenta o “abandono” do Pai, mas na sua fé inclinando a cabeça restitui seu espírito ao Pai com um grito grande: “Pai, em tuas mãos entrego o meu Espírito”. Espírito esse que continua a pairar sobre nós como em Terra informe e vazia. Mas que nos dá vida. Espírito esse que tudo harmoniza e ilumina na caminhada para o Pai. NESTE ESPÍRITO DO PAI E DO FILHO, DERRAMADO SOBRE NÓS, NOS TORNAMOS FIHOS DE DEUS: “Pois nele vivemos, nos movemos e existimos”. Como disse o poeta Dante: Ele, Deus-Amor “move o sol e as demais estrelas”.  

* Professor Padre Casado 

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