Mudança no colegiado ocorreu após Maurício Vila Abranches (PSDB) reivindicar a presidência do colegiado
A Câmara de Ribeirão Preto alterou a composição do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar. A relação com os integrantes do colegiado e das 17 comissões permanentes do Legislativo foi publicada no Diário Oficial do Município (DOM) de terça-feira, 16 de dezembro.
Segundo apuração do Tribuna, a mudança na presidência do Conselho de Ética ocorreu após o vereador Maurício Vila Abranches (PSDB) reivindicar o cargo sob o argumento de que sempre “dá a cara a tapa” quando o coegiado é acionado a se manifestar, como aconteceu no caso do afastamento do vereador Roger Ronan da Silva (MDB), o Bigodini, de 33 anos.
Vila Abranches vem sendo reeleito para o Conselho de Ética há vários anos. Em 10 de novembro, Bigodini foi afastado do cargo por seis meses (180 dias) sem a remuneração de R$ 20.597,25 após ser investigado devido a pedido de cassação protocolado pelo jornalista Rodrigo Leone da Silva.
Ele se envolveu em acidente de trânsito na madrugada de 28 de setembro, na avenida do Café, na Zona Oeste. A cerca de 60 km por hora, bateu em poste e derrubou um coqueiro. Bigodini foi flagrado bebendo vodca, cachaça, uísque e cerveja antes de dirigir um Chevrolet Tracker a 183 km/h pelas vias da cidade, além de mentir para policiais militares.
A juíza Carolina Moreira Gama, da 1ª Vara Criminal de Ribeirão Preto, acatou a denúncia feita pelo promotor Paulo Cesar Souza Assef, do Ministério Público de São Paulo (MPSP), e pronunciou o vereador pelos crimes de embriaguez ao volante, falsidade ideológica e fraude processual.
Somadas, as penas podem chegar a dez anos de prisão em caso de condenação. O casal não foi preso e acompanha o trâmite do processo em liberdade.
Na ocasião, o relator do processo de investigação no Conselho de Ética era Jean Corauci (PSD). Porém, devido à licença médica durante o processo investigatório, a relatoria acabou nas mãos de Vila Abranches, que em vez da cassação propôs a suspensão de Bigodini.
O parecer foi aprovado pelo colegiado e, posteriormente, no plenário da Câmara. Após a reivindicação e uma divergência pouco amistosa entre os membros eleitos para o Conselho do Ética no próximo ano, Vila Abranches acabou conduzido à presidência no lugar de Jean Corauci, que havia sido escolhido para o cargo e acabou optando por sair do colegiado
O Conselho também teve mais três mudanças. Danilo Scochi (MDB) deixou o cargo porque, como membro da Mesa Diretora da Câmara reeleito para o próximo ano, está regimentalmente impedido de participar do órgão.
O Regimento Interno da Câmara prevê essa proibição. Os vereadores Franco Ferro (PP) e Diácono Ramos, (União Brasil) – que a exemplo deste ano, integrariam novamente o Conselho de Ética em 2026 – também deixaram o colegiado. No lugar dos três parlamentares foram nomeados Antônio Baptista Lopes Junior (PL), o Junin Dêdê, Rangel Scandiuzzi (PSD) e Perla Müller (PT).
Quem integraria o Conselho de Ética
Jean Corauci (PSD) Presidente Franco Ferro (PP)
Vice-presidente Maurício Vila Abranches (PSDB) Diácono Ramos (União Brasil) Brando Veiga (Republicanos) Danilo Scochi (MDB)
Como fica o colegiado
Maurício Vila Abranches (PSDB)
Presidente Rangel Scandiuzzi (PSD)
Vice-presidente Brando Veiga (Republicanos) Perla Müller (PT) Antônio Baptista Lopes Junior (PL), o Junin Dêdê

