Segundo estimativas internacionais, o segmento de bicicletas gravel (uma mistura de bicicleta de estrada e mountain bike) movimentou US$ 1,98 bilhão em 2024 e deve ultrapassar US$ 5,47 bilhões até 2033, impulsionado pelo crescimento do ciclismo de aventura, do bikepacking (cicloviagem autossuficiente, que combina o espírito de aventura do camping com a liberdade do ciclismo) e pela busca por esportes ao ar livre. No Brasil, o gravel chegou por volta de 2018 e conquistou espaço entre ciclistas que buscavam versatilidade: uma bike capaz de encarar o asfalto, trilhas leves e longos percursos de terra batida.
Hoje, o país já faz parte do calendário internacional da UCI Gravel World Series, com etapas como a de Camboriú (SC), em março de 2026, classificatória para o campeonato mundial. Além disso, provas como o Gravel Brazil, o Brasil Ride Gravel Bonito e o Giro Gravel Guararema mostram como a modalidade ganhou força no cenário nacional, atraindo desde atletas de elite até ciclistas amadores.
Mais do que um esporte, o gravel conecta saúde, lazer e estilo de vida. “O gravel é uma porta de entrada para pedalar em cenários diversos, explorando o interior e até mesmo áreas próximas à capital. É uma modalidade que combina liberdade, aventura e bem-estar”, destaca David Peterle, CEO da empresa Oggi Bikes.
E São Paulo não fica de fora dessa tendência. O estado reúne algumas das melhores rotas de gravel do país, que combinam paisagens naturais, acessibilidade e trechos desafiadores para diferentes níveis de ciclistas. Os pedais também podem ser feitas com bicicletas de mountain bike. Confira algumas rotas.
Serra da Mantiqueira (Campos do Jordão / Santo Antônio do Pinhal)
A região oferece percursos desafiadores, com subidas íngremes e longos trechos de cascalho. O acesso pode ser feito pela Rodovia Floriano Rodrigues Pinheiro (SP-123), partindo de Taubaté. O clima ameno e a vista da serra tornam a pedalada ainda mais especial.

Cunha – Paraty (Vale do Paraíba)
Uma das estradas de terra mais icônicas do país, liga Cunha (SP) a Paraty (RJ). O trecho de 30 km em estrada de chão atravessa o Parque Nacional da Serra da Bocaina, com paisagens preservadas e descidas emocionantes. Acesso pela Rodovia Paulo Virgínio (SP-171), que conecta Guaratinguetá a Cunha.

Interior de Atibaia e Jarinu
Região pode ser acessada pela Rodovia Dom Pedro I (SP-065). Muito procurada por grupos de pedal, oferece estradas rurais com cascalho, terra batida e trechos de vegetação fechada. As rotas podem variar de 40 a 100 km, ideais para treinos e cicloviajantes.

Estrada dos Romeiros (Itu – Pirapora do Bom Jesus)
Clássico do ciclismo paulista, a SP-312 tem cerca de 35 km de percurso e mistura asfalto com trechos de terra que são perfeitos para gravel. O trajeto acompanha o rio Tietê e pode ser acessado a partir do centro de Itu. É um pedal tradicional tanto para treinos quanto para lazer.

Rota do Vinho (São Roque)
A Rota do Vinho é um percurso misto que combina trechos de asfalto com estradas de terra leves. O acesso pode ser feito pela Raposo Tavares (SP-270). Ideal para iniciantes no gravel, oferece um pedal de lazer em meio a vinícolas, restaurantes e paisagens rurais.


