Tribuna Ribeirão
Geral

RP adere à greve contra a reforma

A greve geral convocada para a esta sexta-feira, 14 de ju­nho, une grupos de sindicalistas que historicamente atuam em campos opostos do jogo políti­co, como a direção da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e da Força Sindical. Em Ribeirão Preto, sob o comando do Co­mitê Contra a Reforma da Previ­dência, o movimento grevista terá início às nove horas, com concen­tração em frente à Câmara de Ve­readores, na avenida Jerônimo Gonçalves nº 1.200, na Vila Re­pública, região central da cidade.

Bancários, professores, me­talúrgicos, trabalhadores da educação, estudantes e docentes de universidades federais e esta­duais, trabalhadores da saúde, de água e esgoto, dos Correios, da Justiça Federal, químicos e ru­rais, portuários, agricultores fa­miliares, motoristas, cobradores, caminhoneiros, eletricitários, vigilantes, servidores públicos estaduais e federais, petroleiros, enfermeiros, metroviários, mo­toristas de ônibus, previdenciá­rios e moradores de 136 cidades de 24 estados e do Distrito Fede­ral devem participar.

Além de Ribeirão Preto e da capital São Paulo, a CUT infor­ma que até a noite desta quinta-feira (13) haviam atos progra­mados para acontecer em mais 21 cidades paulistas. Além de cruzar os braços contra a refor­ma da Previdência, a população fará protestos contra o contin­genciamento de verba na educa­ção e por mais empregos.

As paralisações foram con­vocadas por 12 centrais como CUT, Força Sindical, Central dos Trabalhadores e Trabalha­doras do Brasil (CTB), Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), União Geral dos Trabalhadores (UGT), Nova Central, Conlutas, Intersindical e Central dos Sindicatos Bra­sileiros (CSB), com apoio das Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, e prometem ser o ápice da luta contra o que cha­mam de “retrocessos do gover­no de Jair Bolsonaro (PSL)”.

Em maio, duas manifesta­ções contra o contingenciamen­to de verbas da educação mobi­lizaram o país. A pauta também incluiu a oposição a projetos como o da “Escola sem Partido” e a reforma da Previdência. No dia 15, cerca de quatro mil pes­soas protestaram na Esplanada do Theatro Pedro II, no Quar­teirão Paulista, Centro Histórico de Ribeirão Preto. No dia 30, um grupo de aproximadamente mil manifestantes voltou a protestar no mesmo local. Houve atos em 170 cidades de 25 estados e do Distrito Federal.

“O maior fator da mobiliza­ção e da união é o Bolsonaro, ele conseguiu unir todo mundo contra a reforma da Previdên­cia”, diz o presidente nacional da CUT, Vagner Freitas, que há semanas se reúne com líderes de outras centrais para alinhar a greve. Segundo o sindicalista, as decisões são comuns. “Nunca as centrais sindicais estiveram tão unidas como dessa vez, todas estão convocando.”

Freitas questiona especial­mente a ideia do ministro da Economia, Paulo Guedes, de promover o sistema de capitali­zação. “A CUT não vai negociar essa proposta, temos divergên­cia com a capitalização, que é o centro da proposta. Ele não está reformando, está acabando com o sistema previdenciário”, expli­ca. Freitas disse que a CUT está “espalhando País afora os nomes dos deputados” que defendem a reforma e disse esperar que “a força da greve faça com que de­putados e senadores saibam que se votarem pela reforma não se­rão reeleitos em 2022”.

Em Ribeirão Preto, as lide­ranças contam com presença de estudantes e professores, que já realizaram significativas para­lisações pelo país em razão do contingenciamento de verbas na educação. “Esse é um exercí­cio democrático e que defende, essencialmente, a manutenção dos direitos dos trabalhadores e a reconstrução de um Brasil jus­to e igualitário”, diz José Alfredo Carvalho, que integra o Comitê Contra a Reforma da Previdên­cia e a na organização da greve geral na cidade.

Relatório mantém as idades mínimas
Nesta quinta-feira, 13 de junho, o deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), relator da proposta de emenda à Constituição da reforma previdenciária (PEC nº 06/2019), leu o relatório na Câmara, em reunião da Comissão Especial da Reforma da Previ­dência. O documento mantém a idade mínima de aposentadoria em 62 anos para mulheres e 65 anos para homens, conforme a proposta original do governo.
A idade mínima para as professoras será de 57 anos, e não 60 anos como na proposta original. O relatório mantém idade mínima de 55 anos para policias e agentes penitenciários. Para os servidores públicos, as idades mínimas serão de 56 anos para mulheres e 61 anos para homens na aprovação da reforma, subindo em 2022 para 57 anos e 62 anos, respectivamente.
Transição – Moreira manteve a transição por pontos para a catego­ria, com soma da idade e do tempo de contribuição, que vai de 86 a 96 pontos (subindo um ponto por ano) para mulheres e de 100 a 105 pontos para homens. Para os professores, essa transição vai de 81 a 91 pontos para as mulheres e de 92 a 100 pontos para os homens. O relatório também confirma a mudança do tempo mínimo de contribuição das mulheres para 15 anos, como já é hoje, e diferente dos 20 anos propostos pelo governo. Para os homens, segue o tempo mínimo de contribuição de 20 anos, como no texto original.
Média salarial – Moreira também preservou o artigo que garante que a média salarial seja calculada com base em 100% dos salá­rios. O relatório mantém o cálculo do benefício partindo de 60% da média de salários aos 20 anos contribuição, com acréscimo de 2 pontos porcentuais para cada ano trabalhado além disso. O texto apresentado nesta quinta-feira também mantém proposta de novas alíquotas para o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e retira as mudanças desejadas pelo governo para a aposentadoria rural.
Estados e Municípios – O relator da reforma da Previdência, depu­tado Samuel Moreira (PSDB-SP), disse nesta quinta-feira, 13, que o parecer apresentado por ele nesta data poderá passar por mudan­ças antes mesmo da votação na comissão especial da Câmara dos Deputados. Segundo ele, a inclusão dos servidores estaduais e municipais na reforma continua em negociação.
“Continuamos trabalhando para verificar como Estados e municí­pios serão introduzidos na reforma”, afirma. “Podemos fazer um voto complementar após a discussão do texto, acolhendo mais sugestões dos deputados. Os servidores estaduais e municipais podem ser incluídos a qualquer momento, na comissão ou no ple­nário”. Os servidores dos entes federativos ficaram fora do relatório porque ainda não houve entendimento sobre esse ponto entre os líderes dos partidos na Câmara.

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