Neste domingo (25) Samir Xaud foi eleito presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), sucedendo Ednaldo Rodrigues. Aos 41 anos, o médico e empresário de Roraima assume o comando da entidade máxima do futebol brasileiro até 2029, após uma eleição marcada por apoio maciço das federações estaduais e boicote de parte dos clubes das Séries A e B.
Candidato único, Xaud obteve 103 dos 141 votos possíveis, contando com o apoio de 25 das 27 federações estaduais e de clubes como Palmeiras, Vasco e Grêmio. No entanto, 21 dos 40 clubes das Séries A e B boicotaram a votação, protestando contra o atual modelo de governança da CBF. O colégio eleitoral da CBF é composto por 27 federações estaduais, cada uma com três votos, os 20 clubes da Série A, com dois votos cada, e os 20 clubes da Série B, com um voto cada.
A eleição de Xaud ocorre após a destituição de Ednaldo Rodrigues, que presidia a CBF desde 2021. Rodrigues foi removido do cargo por decisão judicial que anulou sua reeleição, alegando irregularidades no processo. Em 19 de maio, Rodrigues retirou seu recurso contra a decisão, afirmando que sua saída visava restaurar a paz no futebol brasileiro.
Em seu discurso de posse, Xaud destacou a importância de estabilidade institucional para o desenvolvimento do futebol brasileiro. Ele prometeu priorizar a profissionalização da arbitragem, o fortalecimento do futebol feminino e uma gestão equitativa para todas as regiões do país. Além disso, garantiu apoio e autonomia às seleções nacionais, ressaltando a proximidade da Copa do Mundo de 2026 e da Copa do Mundo Feminina de 2027, que será sediada no Brasil.
Perfil de Samir Xaud
Natural de Boa Vista, Roraima, Samir Xaud é médico especializado em medicina esportiva e empresário. Ele iniciou sua carreira no futebol como goleiro do Atlético Roraima, mas interrompeu a atividade para se dedicar aos estudos. Em janeiro de 2025, foi eleito presidente da Federação Roraimense de Futebol (FRF), sucedendo seu pai, Zeca Xaud, que comandou a entidade por mais de quatro décadas.
A eleição de Xaud ocorre em um momento de instabilidade na CBF, com críticas à falta de transparência e democracia na condução da entidade. Ex-jogadores da seleção brasileira, como Dunga, enviaram uma carta à FIFA solicitando apoio para garantir eleições mais transparentes. Além disso, a relação com os clubes das Séries A e B, que boicotaram a eleição, será um desafio para o novo presidente.

