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Saneamento volta à pauta da Câmara

A Câmara de Ribeirão Preto vota nesta terça-feira, 5 de junho, Dia Mundial do Meio Ambien­te, o texto final do projeto de lei complementar nº 32/18 que au­toriza a prefeitura a celebrar con­vênio com a Agência Regulado­ra dos Serviços de Saneamento das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (Ares-PCJ) para regulação e fiscalização dos serviços de saneamento básico.

Na primeira votação, na terça­-feira da semana passada, dia 29 de maio, a proposta foi aprovada por 20 votos contra quatro. Como se trata de projeto de lei complemen­tar, o Executivo precisa de maioria absoluta – dois terços dos votos dos 27 vereadores da Casa de Leis. A votação, porém, deve ser antece­dida por intensos debates, já que o grupo contrário promete ir à tribuna para alertar os colegas dos riscos contidos no convênio que o Legislativo está autorizando.

Bertinho Scandiuzzi (PSDB), um dos quatro vereadores que vo­taram contra o projeto na semana passada, diz que a proposta, além de transferir para o consórcio o poder de definir as tarifas do De­partamento de Água e Esgotos de Ribeirão Preto (Daerp) e seus reajustes, ainda abre brecha para que a autarquia crie uma taxa pelo recolhimento do lixo domi­ciliar – vai assumir o serviço de coleta de resíduos sólidos.

Luciano Mega (PDT), outro vereador contrário ao projeto, reclama da “carta branca” que o convênio daria para a Ares-PCJ, com sede em Americana (SP). “O projeto não estipula nenhum tipo de limite para os reajustes e ainda diz que a definição das tarifas terá por objetivo atingir o equilíbrio econômico-financeiro. Ou seja, o consórcio poderá dizer que as tari­fas estão muito defasadas e aplicar um percentual enorme de reajus­te, sem que então possamos fazer nada”, afirma.

O pedetista não descarta a possibilidade de acionar a Justi­ça caso o projeto seja aprovado em segunda votação. “Existe um Plano Municipal de Saneamento Básico, e ele diz que a fiscalização deve ficar a cargo de um consór­cio formado pelas cidades que compõem a Região Metropolita­na de Ribeirão Preto”, diz Mega.

Já o vereador Fabiano Gui­marães (DEM) defende a pro­posta. Ele diz que se o projeto for aprovado, a definição de ta­rifas do Daerp deixará o campo político e passará a ter por base discussões técnicas. O democra­ta afirma ainda que o consórcio Ares-PCJ é um dos “mais pro­fissionais” do Brasil e que criar um próprio seria muito mais dispendioso. O parlamentar lembra que o projeto ainda cria um Conselho Municipal de Re­gulação que terá poder para bar­rar eventuais reajustes abusivos, além de rescindir o convênio em caso de insatisfação.

A proposta atende à emenda constitucional nº 19, de 4 de junho de 1998, que autorizou “os muni­cípios a promoverem, através de consórcios públicos legalmente constituídos, a gestão associada de serviços públicos, bem como a transferência total ou parcial de encargos, serviços, pessoal e bens essenciais à continuida­de dos serviços transferidos”. O ponto principal trata da transfe­rência, para a agência regulado­ra, de poderes para fixar tarifas e definir percentuais de reajuste das contas de água e esgoto.

Matriz tarifária – Além da polêmica em relação ao consórcio que vai fiscalizar os serviços pres­tados pelo Daerp, a autarquia en­frenta críticas em outra frente – a confusão que envolve a nova ma­triz tarifária, em vigor desde do­mingo, 3 de junho – 30 dias após a publicação do decreto no Diário Oficial do Município (DOM), que ocorreu em 3 de maio.

O problema surgiu depois que o Executivo baixou o decreto revogando a antiga matriz, sema­nas antes de publicar outro com o novo sistema. Em tese, no interva­lo entre os dois decretos não havia embasamento para a cobrança pelo abastecimento de água.

A falha da prefeitura motivou duas ações populares na Justiça, uma apresentada pelo empresário José Paulo Pereira Alvim e outra pelo vereador Lincoln Fernandes (PDT), que inclusive quer a devo­lução do dinheiro arrecadado pelo Daerp no período em que não ha­via matriz tarifária em vigor.

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