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Siamesas recebem 
alta hospitalar

Irmãs siamesas voltaram para casa de ambulância: o pai das meninas, Amarildo Batista da Silva, disse que as meninas estão bem

As irmãs siamesas unidas pela cabeça Heloísa e Helena, nascidas em São José dos Campos em janeiro de 2024 (um ano e oito meses), no Vale do Paraíba (SP), receberam alta hospitalar nesta quarta-feira, 3 de setembro. Elas foram para casa e serão acompanhadas pela equipe multidisciplinar em retornos regulares até a data da próxima cirurgia, que ocorrerá em novembro.

A primeira de cinco intervenções até a separação total ocorreu em 23 de agosto. A cirurgia durou oito horas e foi bem sucedida, atingindo 25% da meta, segundo a equipe médica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (HCFMRP-USP). 

A meninas reagiram positivamente, sem convulsões.

O procedimento contou com a participação de mais de 40 profissionais. O neurocirurgião Rubens Machado, que também participou dos dois casos de separação de siamesas anteriores, em 2018 e 2023, diz que as meninas nasceram com os crânios muito encostados, quase colados, o que tronou a cirurgia mais delicada

O procedimento foi minuciosamente planejado ao longo de mais de um ano, com realização de projeções de realidade virtual e exames de imagem, como tomografias computadorizadas e ressonâncias magnéticas, além da impressão de vários modelos em 3D.

O objetivo da equipe é a separação completa ao final de uma série de cinco cirurgias, previstas ao longo de um ano.

O pai de Heloísa e Helena, Amarildo Batista da Silva, disse que as meninas estão bem. Ele também esta mais alviado após a primeira cirurgia.

“Estava muito nervoso, mas os doutores passaam muita confiança pra gente. Nem parece que as meninas passaram por uma cirurgia tão demorada”, disse. Ele, a esposa Claldilene Aparecida dos Santos e as filhas permanecerão em Ribeirão Preto.

O caso está sendo conduzido pelas equipes de Cirurgia Plástica e Neurocirurgia Pediátrica do HC, sob o comando do professor doutor Jayme Farina Junior. Este é o terceiro caso de gêmeas siamesas craniópagas do hospital. A incidência é extremamente rara, representando um caso em cada 2,5 milhões de nascimentos.

No Brasil, a primeira separação de siamesas craniópagas, as gêmeas Maria Ysadora e Maria Ysabelle, ocorreu em outubro de 2018. Focam cinco procedimentos cirúrgicos realizados pela equipe do Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto e HC Criança. 

Hoje as meninas estão com nove anos e voltaram para Patacas, distrito de Aquiraz, distante 35 quilômetros de Fortaleza, no Ceará, onde nasceram, no final de março de 2019. Vivem com os pais Diego Freitas Farias e Débora Freitas.

Nos Estados Unidos, uma cirurgia de separação de siamesas craniópagas custa cerca de R$ 9 milhões.

O primeiro do HC de Ribeirão Preto, e também pioneiro no Brasil, caso foi acompanhado pelo médico norte-americano James Goodrich, referência internacional em intervenções com gêmeos siameses e que faleceu e m decorrência de covid-19 em 2020.

O segundo caso foi o das irmãs siamesas craniópagas Allana e Mariah, hoje com cinco anos e oito meses.

A cirurgia definitiva ocorreu entre 19 e 20 de agosto de 2023. Elas são de Piquerobi (SP), onde mora com os pais Vinícius e Talita Cestari. No ano passado ainda vinham à cidade para consultas e exames de rotina no HC Criança. 

Em 2023, a quarta e última neurocirurgia teve início às sete horas do dia 19 de agosto e durou cerca de 27 horas. Na manhã do dia 20, as meninas foram separadas. Foram inseridas bolsas de silicone abaixo do couro cabeludo das irmãs.

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