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A ascensão do ensino a distância

© Marcelo Camargo/Agência Brasil

João Camargo

Em um passado não muito distante, a ideia de que o ensino a distância (EaD) era de quali­dade inferior e que, portanto, poderia não ser visto com bons olhos em um currículo ou em uma oportunidade de empre­go, era recorrente. Contudo, parece que este pensamento está começando a mudar.

E quem via essa modalida­de por uma perspectiva não tão próxima, pôde perceber uma maior aceitação, por conta das mudanças de estilo de vida e dos hábitos, durante a pande­mia da Covid-19. A verdade, porém, é que este modelo de ensino já apresentava indícios de seu crescimento antes dessa guinada atual.

De acordo com resultados do Censo da Educação Su­perior 2019, divulgados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Aní­sio Teixeira (Inep) e pelo Mi­nistério da Educação (MEC), a tendência de crescimento do (EaD) se confirma a cada ano. Em dados retirados deste censo de 2019, das 16.425.302 de vagas disponíveis para o ní­vel superior de ensino, 63,2% (10.395.600) foram ocupadas por essa modalidade.

O censo mostrou ainda que, naquele ano, pela primei­ra vez na história, o número de ingressantes em cursos de EaD ultrapassou a quantidade de es­tudantes que iniciaram a gradu­ação presencial na rede privada. Ao todo, 50,7% (1.559.725) dos alunos que ingressaram em instituições privadas optaram por cursos de EaD. Em contra­ponto, 49,3% (1.514.302) dos estudantes escolheram in­gressar na educação superior de modo presencial.

O gerente de EaD do Centro Universitário Barão de Mauá, João Ricardo Benedito, acredita que o cenário da educação está se transformando

E isso não se reflete somen­te em um âmbito nacional. Em Ribeirão Preto, algumas das Universidades e Centros Universitários apresentam nú­meros bem interessantes. Para João Ricardo Benedito, gerente de EaD do Centro Universitá­rio Barão de Mauá, o cenário da educação está se transfor­mando em ritmo acelerado.

Benedito ressaltou que a tecnologia vem, cada vez mais, fazendo parte de nos­so cotidiano e, com isso, o EaD ganha força. “Os cursos EaD são tendência e estão em constante crescimento por tudo que a modalidade apre­senta, como: flexibilidade, economia de tempo, como­didade e mensalidades mais acessíveis”, disse. Ele ainda reforçou que, devido à auto­nomia e praticidade, esta mo­dalidade já é uma realidade.

Diretor de operação da Facul­dade Metropolitana do Estado de São Paulo, Antônio Marcos Neves Esteca vê a possibilida­de de levar uma educação de qualidade a todo o território nacional com o EaD

O diretor de operação da Faculdade Metropolitana do Estado de São Paulo, Antônio Marcos Neves Esteca, também compartilha desta ideia de avanço. Segundo ele, a facul­dade assistiu a um crescimento de 285% na captação de alunos para cursos na modalidade EaD, entre os anos de 2019 e 2020. Esteca comentou ainda que, para 2021, a expectativa é de continuar em forte ritmo de expansão. “Como um dos principais pontos fortes do EaD, vejo a possibilidade de le­var uma educação de qualida­de a todo o território nacional, oportunizando uma formação de excelência mesmo em lo­cais mais distantes dos gran­des centros econômicos do país. Ademais, a flexibilidade do modelo, atrelada ao avan­ço dos recursos tecnológicos, como o uso de simuladores e laboratórios virtuais, permite o acesso à educação superior a estudantes de todas as idades e contextos sociais”, completou.

“O conteúdo e o aprendizado vão ultrapassar a barreira da sala de aula. O digital veio para ficar”, disse Flávio Murilo de Gouvêa, diretor de ensino digital do Centro Universitário Estácio

Outro Centro Universitá­rio que se dedica a este modelo de ensino é a Estácio. Segundo Flávio Murilo de Gouvêa, dire­tor de ensino digital da insti­tuição, a escola foi pioneira e é um dos mais relevantes players de educação digital do país, além de ampliar e aprimorar esse modelo de ensino nos úl­timos anos.

Gouvêa também acredita que a pandemia fez com que muito mais pessoas passas­sem a experimentar diferentes opções tecnológicas. “Acredi­to que a tecnologia continu­ará presente e que vai ajudar bastante as novas gerações. O conteúdo e o aprendiza­do vão ultrapassar a barreira da sala de aula. O digital veio para ficar. Como as novas ge­rações estão cada vez mais adaptadas aos ambientes vir­tuais, o Ensino Digital ga­nhará mais espaço”, concluiu.

Acesso à internet
Quando abordamos o en­sino a distância é crucial tam­bém falarmos sobre o acesso à internet, já que, sem ela, não é possível ingressar em cur­sos dessa modalidade. Nesse sentido, o Instituto Brasilei­ro de Geografia e Estatísticas (IBGE) divulgou, na Pesquisa Nacional por Amostra de Do­micílios Contínua — Acesso à Internet e à Televisão e Pos­se de Telefone Móvel Celular Para Uso Pessoal Pnad Contí­nua 2018, que analisou o quar­to trimestre daquele ano, que o uso da internet também está se expandindo no Brasil.

De acordo com essa pes­quisa, os resultados de 2016 a 2018 mostraram que a utiliza­ção da internet nos domicílios está em contínuo e expressivo crescimento, que foi mais ace­lerado na área rural.

Em 2017, a Internet era utilizada em 74,9% dos domi­cílios do país e este percentual subiu para 79,1%, em 2018. O crescimento mais acelerado da utilização da internet nos do­micílios da área rural contri­buiu para reduzir a grande di­ferença em relação aos da área urbana. De 2017 para 2018, o percentual de domicílios em que a internet era utilizada passou de 80,2% para 83,8%, na área urbana, e aumentou de 41,0% para 49,2%, na área ru­ral. O mesmo sentido de cres­cimento ocorreu em todas as Grandes Regiões.

Procura por cursos de saúde
Além de estar, de certa forma, atrelada ao impul­sionamento das buscas por cursos EaD, a pande­mia da Covid-19 também despertou grande interesse dos estudantes nos cursos de saúde. Uma pesquisa que entrevistou potenciais alunos que tenham interes­se de início em cursos de graduação presencial ou EaD nos próximos 18 meses, em Instituições de Ensino Superior (IES) particulares, mostrou que a área mais escolhida é a da saúde.

O estudo foi feito pela Edu­caInsight que o realizou de forma recorrente, analisando os impactos conforme a evolução da pandemia no Brasil a cada mês. Entre os potenciais alunos entrevista dos, havia homens e mulher de 17 a 50 anos.

Como resultado, a pesquisa mostrou que entre os 15 principais cursos presenciais escolhidos, seis são da área da saúde. O que equivale a 36,1% das escolhas. Entre eles, estão Enfermagem, Psicologia, Educação Física, Biomedicina, Fisioterapia e Nutrição.

Em relação aos cursos à dis­tância, quatro estão entre os 15 principais. O que equivale à 17,5% das escolhas. Den­tre os escolhidos, há Enfer­magem, Nutrição, Educação Física e Biomedicina.

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